terça-feira, 3 de novembro de 2015

O CRISTO NA CRUZ


A cruz do Cristo é de fato, um dos grandiosos mistérios já vivenciados na história da humanidade. Foi através desse santo madeiro que o precioso sangue do “Deus-Homem”, foi derramado pela remissão e redenção de toda a humanidade. Embora, isso seja uma verdade de fé professada por todos os cristãos, há algumas linhas de pensamento que afirmam que o símbolo da crucificação, seria uma espécie de “maldição”, já que nos tempos apostólicos, tal pena era imposta para assassinos.

Embora a cruz, tenha sido o “último argumento de Deus”, é comum observarmos como algumas confissões cristãs possuem certo incomodo ao se deparar com uma imagem ou ícone que retrata a crucificação de Jesus. É certo que Cristo ressuscitou, sendo a primícia daqueles que morreram, mas, será que representá-lo pregado em um “madeiro” é contradizer as verdades bíblicas? Afinal, se Ele ressuscitou e agora a cruz está vazia, por que os católicos insistem em demonstrar um Jesus crucificado?

Para resolvermos essa questão, é importante entendermos que representar a Cristo em uma cruz é o dever de todo o cristão! Podemos verificar através da própria escritura, que nosso Senhor venceu a morte pela ressurreição, mas, foi em sua morte de cruz que tomou para si nossas enfermidades e pecados.

O profeta Isaías, ao relatar sua visão do “servo sofredor”, descreve algumas das dores que o salvador deveria passar, a fim de, resgatar toda a humanidade:

Is 53,5 – “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.

Ao contemplarmos a cruz de Jesus, adoramos aquele que por suas pisaduras, trouxe-nos o caminho para alcançar o perdão de todos os nossos pecados.  O madeiro no qual o Cristo morreu, não se trata de um simples símbolo ou um amuleto, mas sim, um sinônimo de plena redenção. É incrível como muitos imaginam que a representação de Jesus crucificado é um escândalo, porém, se analisarmos esse acontecimento pela ótica bíblica, entenderemos que o próprio apóstolo Paulo, afirma que gloriar-se na cruz de Cristo é um motivo de alegria, pois, assim como ele (Jesus) morreu, nós, através desta mesma cruz, devemos morrer para o mundo (Gl 5,11).

Nunca devemos ser inimigos da Cruz (Fl 3,18) e sim, contemplá-la, pois, foi através dela (cruz) que o mundo foi reconciliado com o Pai eterno (Ef 2,16), mediante ao sacrifício do messias. É comum que alguns cristãos afirmem que “Jesus ressuscitou” e que a cruz deve ser representada de forma “vazia”, nós católicos, declaramos que o Cristo venceu a morte e vivo está, porém, não deixamos de seguir as palavras do apóstolo Paulo aos coríntios, onde ele afirma que sim, nós devemos pregar a Cristo crucificado:

1 Cor 1,23 – “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos”.

Dessa forma, entendemos que representar a Jesus crucificado, concede-nos uma reflexão diária. A Igreja sempre viu no objeto da cruz e na representação do sacrifício do Senhor, uma fonte de animo e força, para todos aqueles que sofriam. É impossível olhar para a cruz e não enxergarmos as nossas misérias e ficarmos envergonhados dos nossos pecados, entretanto, sabemos e acreditamos que a cruz é o “poder de Deus”:

1 Cor 1,18 – “Por que a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós, que somos salvos, é o poder  de Deus”.

Assim como a cobra erguida por Moisés, curou a muitos (Nm 21,8-9), importava que o filho do homem, também fosse levantado para nossa salvação (Jo 3,14).

Sendo assim, a Igreja Católica representa através de imagens, pinturas e ícones, o mistério mais precioso da paixão de nosso senhor e salvador, Jesus Cristo: A CRUZ.

Em Cristo Jesus;

Érick Augusto Gomes