INTRODUÇÃO
Que a paz de Cristo esteja com todos!
Andando mais uma vez pela cansativa internet,
encontrei um artigo onde menciona alguns motivos pelos quais a “reforma
protestante” foi necessária.
Toda vez que penso
nessa problemática divisão que causou tanto sofrimento ao Corpo de Cristo,
penso nas palavras do apostolo Paulo em sua primeira carta aos coríntios:
I Cor 1,10 - Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.
A preocupação do
apóstolo dos gentios era que não houvesse divisões, entretanto, ele nem poderia
imaginar o que iria acontecer 1500 anos depois.
Selecionei os
principais pontos deste artigo e aqui, irei passar um a um e dessa forma,
veremos que esses motivos passam longe da verdade e que a única explicação que
encontramos para o surgimento desse movimento, é o orgulho do coração de um
homem que teve todas as chances para mudar a trajetória da Igreja de Cristo que
tinha problemas, porém, optou por outros meios que hoje transformaram os
movimentos protestantes em comunidades divididas, sem comando e com pensamentos
doutrinários distintos.
O que colocarei
abaixo são datas que os evangélicos acreditam que determinadas doutrinas foram
surgidas, ocasionando “heresias”. Iremos refutá-las para que a verdade seja
sempre a verdade.
Boa leitura!
ANO
320 – USO DAS VELAS
O uso das velas
dentro da Igreja não nasceu no ano 320, pelo contrário, é uma pratica antiga
que as primeiras comunidades cristãs adotaram dos judeus. No antigo testamento,
já encontramos esse costume muito bem alocado nos ritos judaicos:
I Rs 7,49 - E os castiçais, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do oráculo, de ouro finíssimo; e as flores, e as lâmpadas, e os espevitadores, também de outro.
Ex 25, 31-37 - Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pé, as suas hastes, os seus copos, os seus botões, e a suas flores serão do mesmo. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para iluminar defronte dele.
Além da utilidade das
velas para os antigos que as usavam para iluminar, encontramos seu simbolismo
na “luz de Cristo” que invade o mundo e nos convida a emanar essa força:
Mt 5,14 – Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma
cidade edificada sobre um monte.
A vela também retrata
o simbolismo de levar o evangelho de Jesus a todo o mundo. A vela só ilumina
quando se consome, dessa forma nós só poderemos ser a “luz do mundo” se nos
consumirmos da salvação de Cristo. Assim, vemos que seu
uso não entrou na Igreja no ano 320, pelo contrário, o costume é antigo. Ao acendermos uma
vela, seja qual for à intenção, manifestamos a luz do Senhor que fortifica as
veredas da justiça na anunciação do seu reinando.
ANO
375 – CULTO DOS SANTOS
O culto ou veneração
dos Santos é uma pratica antiga e encontramos dentro da própria bíblia que
vivia a era apostólica, indícios primários desse costume que até hoje é feito
dentro das Igrejas. O culto dos santos, nada mais é que comemorar, aprender e
entender a fé daquele ou daquela criatura que serviu a Deus na carne e que foi
martirizado por amor a Cristo ou, que morreu em plena santidade e por esse
motivo conquistou perante a Igreja (que
tem o poder de ligar e desligar na terra [Mt 16,19]) o reconhecimento de estar em comunhão com a Igreja
Celeste (Hb 12,23).
Na carta de Paulo a
Timóteo, lemos que o apostolo dos gentios escreve que devemos fazer orações e
ações de graças por TODOS os homens:
I Tm 2,1 – Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam
deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por TODOS os homens.
E ainda conclui
dizendo que isso é “bom e agradável
diante de Deus (I Tm 2,3)”. Na
epístola aos Romanos encontramos as mesmas recomendações:
Rm 12,10 – Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor
fraternal, preferindo-vos em honrar uns aos outros.
Desde o início, a
Igreja sempre entendeu essa “veneração” por aqueles que foram amigos do Senhor
e que por seu evangelho “morreram na carne”. Muito antes dessa data (375),
existia um homem chamado Policarpo que foi Bispo da comunidade católica de
Esmirna. Seu martírio que ocorreu no ano 155 (?) ou 166 (?) foi registrado e ao
lermos, vemos que os cristãos primitivos já possuíam profunda veneração pelos
mártires. E aqui, mais uma vez veremos que os argumentos propostos por alguns,
não passam de mentiras!
Leiamos o que Eusébio
em sua história eclesiástica nos escreve:
Eusébio de Cesárea / História Eclesiástica, Livro IV, 15,1-43 – “Alguns sugeriram,
por conseguinte, a Niceta, pai de Herodes e irmão de Alce, que suplicasse ao
governador para que não entregasse o seu corpo, 'por temor' disse 'que se
ponham a adorar este, esquecendo o Crucificado'. Disseram isto aconselhados e
instigados pelos Judeus, que nos espiavam quando estávamos para tirá-lo da
fogueira, porque não sabem que nós nunca poderemos abandonar nem Cristo, que
sofreu a paixão para a salvação daqueles que no mundo inteiro são salvos, nem
adorar algum outro. Porque a Ele, nós o adoramos enquanto Filho de Deus, ao
passo que os mártires, os AMAMOS justamente enquanto discípulos e imitadores do
Senhor por causa do seu insuperável amor pelo seu rei e mestre. Queira o céu
que também nós possamos ser companheiros e condiscípulos deles! O centurião,
então, vendo a contenda provocada pelos Judeus, fez colocar o cadáver no meio,
segundo o seu hábito ordenou queimá-lo”.
CAPÍTULO XIII - II. Quando a pira ficou pronta, o próprio Policarpo se despiu, desamarrou o cinto, e ele mesmo tirou o calçado. Ele nunca fizera isso antes, porque sempre cada um dos fiéis se apressava a ser o primeiro a tocar-lhe o corpo; mesmo antes do martírio, ele já fora constantemente venerado pela sua santidade de vida.
CAPÍTULO XVIII - II. Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente. Quando possível, e ai que o Senhor nos permitirá reunir-nos, na alegria e contentamento, para celebrar o aniversário de seu martírio, em memória daqueles que combateram antes de nós, e para exercitar e preparar aqueles que deverão combater no futuro.
ANO
394 – INSTITUIÇÃO DA MISSA
Ite missa est, "Ide, estão enviados" - Designamos "Missa" o conjunto do sacrifício divino realizado na oblação do altar eucarístico. O primeiro a celebrar esse rito, foi o próprio Cristo na instituição da eucaristia que é a ação de graças
A Santa missa é a renovação do sacrifício de nosso Senhor. Esse marco foi deixado por ELE (não no ano 394, como o acusador sugere) na última ceia ao proclamar as palavras "Isto é meu corpo (Mc 14,22)" e "Isto é meu sangue (Mc 14,24)".
ANO
431 – CULTO A VIRGEM MARIA
No ano 431 não foi estabelecido o “culto a virgem”. Neste
ano ocorreu o concílio de Éfeso que lançou anátema a Nestório que com sua
teologia, pregava que Maria não poderia ser “Mãe de Deus”, já que Jesus Cristo,
enquanto homem, não era Deus.
Esse concílio ecumênico afirmou e confirmou Maria
santíssima como Mãe de Deus, já que Jesus Cristo, enquanto esteve na carne,
preservou seus atributos divinos, sendo 100 % homem e 100% Deus, isto é, neste
ano, não foi proclamado um culto e sim, confirmado a fé da Igreja. Maria é Mãe
do Senhor, já que esse mesmo Senhor é o verbo encarnado, o “Emanuel – Deus
conosco (Mt 1,23)”.
De qualquer forma, antes mesmo da existência desse
concílio, Maria já era venerada pela Igreja e isso podemos ver nos escritos de
alguns padres anteriores a esta data:
Santo Hipólito de Roma (170 - 236) - "(...) O corpo de Maria toda, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem". (As obras e fragmentos. Fragmento VII).
São Gregório de Neucaesarea (213 - 270) - "Para a santa virgem, guardado cuidadosamente a tocha da virgindade, e deu ouvidos diligentemente que não deveria se extinta ou contaminada". (The secon homily. On the annunciation to the Holy Virgin Mary).
Dídimo, o cego (313 - 398) - "Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento de seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada". (A Trindade 3,4).
A própria Maria, em
seu canto do “Magnificat” menciona que todas as gerações teriam um profundo
amor por sua cooperação na obra da salvação:
Lc 1,48 – “Porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim!
Doravante, TODAS as GERAÇÕES me chamarão de bem-aventurada”.
ANO
500 – USO DA ROUPA SACERDOTAL
Ex 29,6
– E a mitra porás sobre a
sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra.
Ex 39,1
– Fizeram também as vestes do ministério, para ministrar no santuário, de azul,
e de púrpura e de carmesim; também fizeram as vestes santas, para Arão, como o
SENHOR ordenara a Moisés.
Ex 39,27-28 - Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos. E a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido.
Como podemos ver meus
amigos, o uso da “roupa sacerdotal” é um costume oriundo dos mais antigos
tempos judaicos. Assim como tantas outras coisas, os usos das vestes litúrgicas
estão ligados intimamente com o cristianismo e sua Igreja e essa forma de culto
visual foi estabelecida desde o início e não no ano 500.
Os judeus as
utilizavam e posteriormente, os cristãos também.
ANO
503 – DOUTRINA DO PURGATÓRIO
II Mc 12,45-46 – Mas, se considerava que uma belíssima recompensa
está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o
seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório
pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado.
Mt 5,25-26 – Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no
caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e
o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te
digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Mt 12,32 – Se
alguém disser uma palavra contra o filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas se
disser conta o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem nesta era, NEM NA
OUTRA.
Embora
o termo “purgatório” tenha aparecido posteriormente da era apostólica, temos
vários indícios que desde o início, a crença na oração pelos mortos em sufrágio
pelos pecados é antiga. Lemos o relato do livro dos Macabeus, sobre o
“sacrifício expiatório” pelas faltas dos que já haviam morrido, assim como
lemos em Mateus que existem pecados que não serão perdoados “em outra era”,
assim como sabemos que ao sermos lançados na prisão (purgatório), devemos
permanecer até pagarmos o último centavo.
O
purgatório não é o inferno e sim um estado onde as almas salvas pagam por
“faltas não perdoadas em vida”. O próprio livro do apocalipse menciona que no
“céu não se entra pecado”:
Ap 21,27 – E não entrará nela coisa alguma que
contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no
livro da vida do Cordeiro.
Além de que, muito antes
dessa data, já possuímos relatos importantes a respeito da crença dos cristãos
primitivos.
Tertuliano, nascido em
Cartago antes do ano 160 (343 anos antes
da “invenção do purgatório”) já ensinava essa purificação da alma após a
morte:
Da Alma 58: PL 2,751 - "Por
isso, é muito conveniente que a alma, sem esperar a carne, sofra um castigo
pelo que tenha cometido sem a cumplicidade da carne. E, igualmente, é justo
que, em recompensa pelos bons e piedosos pensamentos que tenha tido sem a
cooperação da carne, receba consolos sem a carne. Mais ainda: as próprias obras
realizadas com a carne, ela é a primeira a conceber, dispor, ordenar e pô-las
em alerta. E ainda naqueles casos em que ela não consente em pô-las em alerta,
no entanto, é a primeira a examinar o que logo fará no corpo. Enfim, a
consciência não será nunca posterior ao fato. Consequentemente, também a partir
deste ponto de vista, é conveniente que a substância que foi a primeira a
merecer a recompensa seja também a primeira a recebê-la. Em suma: já que por
esta lição que nos ensina o Evangelho entendemos o inferno, já que 'por esta
dívida, devemos pagar até o último centavo', compreendemos que é necessário
purificar-se das faltas mais ligeiras nesses mesmos lugares, no intervalo
anterior à ressurreição; ninguém poderá duvidar que a alma recebe logo algum
castigo no inferno sem prejuízo da plenitude da ressurreição, quando receberá a
recompensa juntamente com a carne"
ANO
528 – EXTREMA UNÇÃO
A extrema unção ou
unção dos enfermos é um dos sete sacramentos e consta registrada nas sagradas
escrituras:
Tg 5,14-15 - Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor: E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Fica aqui a minha pergunta:
Quem disse que isso foi “inventado” no ano 528? Grandiosa imaginação a do
acusador!
ANO
783 – ADORAÇÃO DAS IMAGENS E RELÍQUIAS
Em torno do ano 700, houve
uma crescente de pessoas que não aceitavam o uso de imagens dentro dos templos
cristãos (isto é, para não aceitarem, é
porque já eram usadas) essa manifestação ficou conhecida como “iconoclastia”
(do grego εικών, transl. eikon, "ícone", imagem, e κλαστειν, transl. klastein,
"quebrar", portando "quebrador de imagem") e tinha como fundamento ir contra
toda e qualquer manifestação venerativa a favor dos objetos sacros.
Teríamos que questionar o
autor dessas pérolas para entender de onde ele retirou que no ano 783 foi
instalada a “adoração de imagens e relíquias”, entretanto e aqui cabe a nós
pensar que muito provavelmente o criador dessas anedotas queria se referir ao
7° concílio universal da Igreja Católica que ocorreu no ano 787 onde reuniu em
torno de 350 Bispos de várias partes do mundo a fim de decidir pela fé da
Igreja.
Em toda a trajetória da
Igreja, apareceram diversas heresias, sendo que para refreá-las, eram
realizados concílios para manter aquilo que a Igreja Universal SEMPRE
acreditou. Com as imagens e ícones sagrados não seria diferente. Neste ano
(783), em nem um momento foi afirmado que os cristãos deveriam adorar imagens.
O concílio promulgou o restabelecimento e uso dos objetos sagrados dentro das
Igrejas de Deus, indo contra as ideias dos iconoclastas que queriam a todo
custo, tirá-las das comunidades.
Assim o concílio decidiu por aquilo que há séculos existiam dentro do núcleo cristão. Vale ressaltar que
o uso de imagens é uma pratica judaica que mais uma vez foi adotada por
cristãos. As catacumbas cristãs retratam essa verdade, assim como muitas
passagens do velho testamento que revelam seu uso, tanto no tabernáculo erguido
por Moisés, como no Templo construído por Salomão.
Vejam:
- Cortinas e véus do tabernáculo possuíam imagens de querubins
(Ex 26,1 e 26,31);
- Duas imagens de querubins
fundidos com ouro na extremidade do propiciatório (Ex 25,18);
- Cobra de metal fundido
erguida por Moisés para cura do povo (Nm
21,8-9);
- Duas imagens de querubins no
oráculo (I Rs 6,23);
- As paredes (internas e
externas) eram entalhadas de anjos e palmas (I Rs 6,29);
- As portas eram entalhadas e
cobertas de ouro com querubins, palmas e flores (I Rs 6,32);
- Almofadas e Juntas havia
imagens de leões, bois e querubins (I
Rs 7,29);
- Nas placas do templo havia
lavrados querubins, leões e palmas (I
Reis 7,36);
- Acima da porta, no interior
do templo e por toda a parede (dentro e fora) estava coberto por figuras (Ez 41,17);
- Haviam dois querubins sendo
que os mesmos estavam ESCULPIDOS da seguinte forma: Um lado da face era humano
e o outro lado era de um leão (Ez 41,18-19);
- Na parede do templo, do piso
até a porta, mais representações de querubins (Ez 41,20);
- Algumas portas do templo
também tinham querubins figurados (Ezl
41,5);
- Abaixo de um “mar de
fundição”, havia figuras de bois e duas fileiras do mesmo animal (imagens
fundidas) (II Cr 4,3);
- Havia outros 12 bois: três
que olhavam para o norte, três que olhavam para o ocidente, três que olhavam
para o sul, e três que olhavam para o oriente (II Cr 4,4).
ANO
993 – CANONIZAÇÃO DOS SANTOS
A canonização dos santos é um processo onde a Igreja entende que
determinada pessoa, morreu em estado de graça e já integra a Igreja Celeste (Hb 12,22-23). O que poucos sabem é que
esse procedimento deriva de muito tempo, já que todos os casos levados à Igreja
cabem à criteriosa investigação.
A primeira canonização ocorreu com o ladrão na cruz onde o próprio
Cristo, disse que ainda hoje ele já estaria com o Senhor no paraíso:
Lc 23,42-43 – E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”.
Ele respondeu: “Em verdade, eu te digo, hoje
estarás comigo no Paraíso”.
Um ponto importante que deve ser mencionado é que durante séculos a
Igreja teve seus santos e santas, entretanto, não existia critério necessários
para essa escolha. Exemplo claro é das Igrejas Orientas que atualmente, não
possuem um processo de canonização como é conhecido na Igreja de Roma. O
próprio site “Ecclesia” menciona que
“Mas em circunstâncias excepcionais um
culto público pode vir a ser estabelecido sem qualquer ato formal de
canonização”.
O que de fato ocorreu no ano 993 é que com o aumento de “santos”, a Igreja
viu a necessidade de estabelecer conceitos importantes para se proclamar que
uma pessoa era santa. O primeiro a ser canonizado por essa fórmula foi Santo Ulrico em 3 de fevereiro de 993
pelo Papa João XV. Desde esse dia, fizeram alguns aperfeiçoamentos para que chegássemos
aos dias atuais, porém, neste ano a Igreja já possuía muitas pessoas
consideradas “Santas”.
ANO
1074 – CELIBATO SACERDOTAL
Mt 19,10-12 – Os discípulos disseram-lhe: “Se
é assim a condição do homem em relação à mulher, NÃO VALE A PENA CASAR-SE”. Ele
acrescentou: “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles
a quem é concedido. Com efeito, há eunucos que nasceram assim, do ventre
materno. E há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que
se fizeram eunucos por CAUSA DO REINO DOS CÉUS. Quem tiver capacidade para
compreender, compreenda!”
I Cor 7,8 – Contudo, digo aos CELIBATÁRIOS e às viúvas que é bom FICAREM como eu.
I Cor 7,32 – Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações. Que NÃO TEM ESPOSA,
cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor.
I Cor 7,37 – Mas aqueles que, no seu coração tomou firme propósito, sem coação e no
pleno uso da própria vontade e em seu íntimo decidiu conservar a sua
virgindade, esse PROCEDE BEM.
Ap 14,4 – Estes são os que não se contaminaram com as mulheres: SÃO VIRGENS.
Estes seguem o cordeiro, onde quer que ele vá. Estes foram resgatados dentre os
homens, como primícias para Deus e para o Cordeiro.
Frente a tantas provas bíblicas a favor de celibato, fica difícil dizer
que ele foi criado no ano 1074. Contudo, é importante ressaltar que a Igreja,
desde o início possuía celibatários. O próprio apóstolo Paulo era um,
entretanto, não era uma conduta disciplinar como é hoje na Igreja Católica. De
qualquer forma, se resguardar é algo pessoal e quem opta pelo sacerdócio
escolhe de livre espontânea vontade se guardar para o Senhor. Como o próprio
Cristo disse: Existem eunucos que assim se fizeram por causa do Reino dos Céus
e os celibatários seguem essa linha pensamento.
Agora, fica a minha pergunta: No meio protestante, existe alguém que se
tornou eunuco por amor ao Reino dos Céus? Existe alguém que escolheu ser como
Paulo, já que o solteiro cuida das coisas do Senhor?
Aguardo respostas!
ANO
1215 – CRIOU-SE A CONFISSÃO AURICULAR
A confissão auricular
não iniciou nesse ano. O acusador provavelmente não lê a bíblia. Assim disse
Cristo:
Jo 20,22-23 – Dizendo
isso, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem
perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes
ser-lhes-ão retidos”.
No último capítulo da
epístola de Tiago, esta escrito do costume da Igreja antiga em se “confessar os
pecados”.
Tg 5.16 – Confessai, pois, uns aos outros, vossos pecados
(...)
De forma espetacular,
a Bíblia Protestante de Estudo de Genebra tece o seguinte comentário em sua
nota teológica:
Página 1677 – “Tiago
não está defendendo aqui que os cristãos confessem seus pecados uns para os
outros sob circunstancias normais, mas sim que eles deveriam CONFESSAR SEUS
PECADOS aos presbíteros quando tais pecados possam ser as possíveis razões de
suas doenças”.
Isto é meus amigos, a
pratica da confissão é primitiva e não foi criada em 1215. A própria nota
calvinista confirma essa verdade. A sucessão apostólica confiada a Igreja,
mantém o sacramento da reconciliação durante os séculos e isto foi confiado
pelo próprio Cristo.
II Cor 5,18 – Tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo
por Cristo e NOS CONFIOU o mistério da reconciliação.
ANO
1215 – DOGMA DA TRANSUBSTANCIAÇÃO
I Cor 11,27 – Eis que todo aquele que comer do pão ou beber do
cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
Para derrubar essa
acusação falaciosa, não precisaríamos nem recorrer a argumentos primorosos. As Igrejas
Orientais, separadas de Roma em 1054, acreditam no milagre da
transubstanciação, ou como chamam, “transmutação”. Seria estranho pensar que
esse dogma tenha se instalado na Igreja por volta de 1215, já que se a Igreja
Ortodoxa não possuía qualquer ligação com a Igreja Católica, como pensar que
eles aceitariam uma imposição do ocidente 161 anos depois do Cisma?
Por si só, já
conseguimos ver a grave mentira neste simples título. A questão é que a Igreja
sempre acreditou neste mistério. O próprio Cristo deixou claro que sua carne é
VERDADEIRA comida e seu sangue VERDADEIRA bebida (Jo 6.55). O apóstolo Paulo escreveu
em sua primeira carta aos Coríntios que aquele que bebe e come do sangue e carne
do Senhor indignamente, é REU de seu precioso corpo. Dizer isso, sem crer que
houvesse essa verdade de fé, seria irreal.
No mais, para
derrubar essa “tese”, veja o que Santo Irineu escreveu por volta do ano 180 (1035 anos antes do argumento de quem acusa)
em sua obra contra os agnósticos (Contra
as Heresias) a respeito da eucaristia:
Irineu de Lião (189-198, Contra as Heresias, livro IV, 18.5) – Como ainda podem afirmar que a carne se corrompe e não pode participar da
vida, quando ela se ALIMENTA do corpo e sangue do Senhor? Então, ou mudam sua
maneira de pensar ou se abstenham de oferecer as ofertas de que falamos acima.
Quanto a nós, nossa maneira de pensar está de acordo com a Eucaristia e a
Eucaristia confirma nossa doutrina. Pois lhe oferecemos o que já é seu,
proclamando, como é justo, a comunhão e a unidade da carne e do espírito. Assim
como o pão que vem da terra ao receber as invocações divinas de Deus, JÁ NÃO É
PÃO COMUM, mas a Eucaristia, feita de dois elementos, o terreno e o celeste, do
mesmo modo os nossos corpos, por receberem a Eucaristia, já não são
corruptíveis por terem a esperança da ressurreição.
Será que de fato,
esse dogma chegou a ser confirmado apenas depois do ano 1000? Pois bem, como
podemos ver, não!
Verdade de fé,
irrefutável!
ANO
1546 – INTRODUÇÃO DOS LIVROS APÓCRIFOS
Por fim, chegamos ao
último tópico dessa grande lista (farsa) pregada por alguns.
Os deuterocanônicos
não são apócrifos e integram a lista da Igreja, desde o início do cristianismo.
Assim como o novo testamento foi escrito em grego, o velho testamento, embora
originalmente feito em hebraico, teve sua tradução realizada para o grego.
Denominado versão dos setenta ou septuaginta, essa lista foi utilizada pelos
apóstolos.
Entretanto, vamos ver
alguns concílios que confirmaram esses livros antes de Trento (1546)
- Laodiceia (Regional – 363), Em sua lista cita “Baruc”;
- Hipona (Regional – 393), Em sua lista cita todos os livros da
versão grega;
- Cartago III (Regional – 397), Em sua lista cita todos os
livros da versão grega;
- Cartago IV (Regional – 419), Em sua lista cita todos os
livros da versão grega;
- Florença (Ecumênico – 1440), Em sua lista cita todos os
livros da versão grega.
Como podemos ver e se
alguém quiser pesquisar esses concílios verá, que a Igreja sempre teve as obras
deuterocanônicas em seu cânon.
Dizer que foram
inseridos no concílio de Trento é ir contra a própria história, já que as
Igrejas Ortodoxas, separadas de Roma desde 1054, também utilizam a septuaginta
e em sua totalidade.
Em Cristo Jesus;
Érick Gomes.