INTRODUÇÃO
Ainda que frequentemente,
católicos e ortodoxos sejam atacados por outros segmentos “cristãos” no que se
refere à devoção mariana taxando-nos de “idólatras”, poucos sabem que o culto a
Mãe de Deus não é fenômeno atual e tão pouco, iniciou com a liberdade religiosa
concedida pelo imperador Constantino no ano 313 através do Edito de Milão. A
veneração a virgem Maria é produto sagrado da fé cristã, conteúdo básico para
todo aquele que declara que Jesus Cristo é seu único e suficiente salvador.
Entretanto, a grande questão
sempre girará em torno do que Maria Santíssima representa para a fé católica.
Ao analisar o conteúdo bíblico que está ligado diretamente a uma mariologia
pura e verdadeira, encontramos uma simbologia grandiosa entre a mãe do Senhor e
a Arca da Aliança, objeto esse de grande veneração do povo judeu. Para um hebreu, a “arca da
aliança” tinha uma representatividade tão grande perante a fé que, havia até
mesmo a crença de que o objeto (que
possuía imagens) poderia salvá-los das mãos de seus inimigos (1 Sm 4,3). A peculiaridade de tal
artefato tem ligação clara com o novo sacrário cristão (Maria) pelos seguintes aspectos:
1 – A arca continha à vara de
Arão (Nm 17,25; Hb 9,4 = símbolo do
sacerdócio), um pedaço do maná (Ex
16,33; Hb 9,4 = pão que vinha dos céus para alimento
dos judeus) e as tábuas da lei (Ex
25,16; Hb 9,4 = símbolo da antiga aliança);
2 – Maria, sendo a
representação da “nova arca”, carregou dentro seu sagrado ventre o Cristo que
era o próprio sumo sacerdote (Hb 4,14),
o verdadeiro maná, o pão vivo que desceu dos céus para o nosso alimento (Jo 6,51-55) e por fim, a nova aliança (Hb 12,24).
Tal ligação, levou muitos padres
dos primeiros séculos, a considerar a plena participação da virgem
na obra salvadora do seu filho e que por consequência, Maria Ss mereceria ser digna de
veneração por parte de todo o povo cristão.
Biblicamente, encontramos nos
registro lucanos, profundo entrelace do que seria aprofundado na Igreja com tão
bela devoção. A primeira criatura a venerar Maria, foi o próprio anjo do Senhor
ao dizer: “Ave cheia de graça, o Senhor é
contigo” (Lc 1,28).
A Igreja Católica, fiel às
palavras dos escritores bíblicos, segue piamente os primeiros teólogos que enxergaram na virgem, a
filha de Sião:
“Exulta muito, filha de Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti: ele é justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento (...)” (Zc 9,9).
Dessa forma, podemos entender o
porquê a grande maioria dos escritores primitivos, tinham pela Mãe de Deus tão
grande estima e devoção. Sendo assim, através das citações aqui
apresentadas, percorra conosco esse grande caminho mariano e aprenda com a bíblia
e com a patrística a fé milenar da Igreja!
I
SÉCULO (0 a 100 d.C)
Epístola de São Paulo aos
Gálatas (55-60 d.C):
“Mas
quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma
mulher e nasceu submetido a uma Lei” (Gl
4,4).
Evangelho segundo São Marcos (64 d.C):
“Não é ele o carpinteiro, filho de Maria (...)” (Mc 6,3a).
Evangelho segundo São Mateus (70 d.C):
“Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus que é chamado
Cristo” (Mt 1,16).
“Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em
sonhos e lhe disse: <José, filho de Davi, não temas receber Maria por sua
esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz a
um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus
pecados>. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou
pelo profeta: Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se
chamará Emanuel (Is 7,14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez
como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E,
sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome
de Jesus” (Mt 1,20-25).
Evangelho segundo São Lucas (80 d.C):
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da
Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava
José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria. Entretanto, o anjo
disse-lhe: <Ave, Cheia de graça, o Senhor é contigo>. Perturbou-se ela
com essas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. O
anjo disse-lhe: <Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele
será grande e será chamado filho do altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono
de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá
fim>. Maria perguntou ao anjo: <Como se fará isso, pois não conheço
homem?> Respondeu-lhe o anjo: <O Espírito Santo descerá sobre ti, e a
força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que
nascer de ti será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, até ela
concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquele que é tida por
estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível>. Então disse Maria:
<Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra>. E o
anjo afastou-se dela” (Lc 1,26-38).
“Naqueles
dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação
de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito
Santo. E exclamou em alta voz: <Bendita és tu entre as mulheres e bendito é
o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu
Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança
estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão
de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas>” (Lc 1,39-45).
“E Maria disse: <Minha alma glorifica ao
Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para
sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as
gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é
Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o
temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os
indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de
Abraão e sua posteridade, para sempre>. Maria ficou com Isabel cerca de três
meses. Depois voltou para casa” (Lc 1,46-56).
Atos
dos Apóstolos, segundo São Lucas (70 ou 80 d.C):
“Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as
mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele” (At 1,14).
Evangelho segundo São João (95 d.C):
“Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná
da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os
seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já
não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora
ainda não chegou. Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser.
Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que
continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas
de água. Eles encheram-nas até em cima. Tirai agora, disse-lhes Jesus, e levai
ao chefe dos serventes. E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da
água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os
serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: É costume
servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase
embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora Este
foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a
sua glória, e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,1-11).
“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria,
mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o
discípulo que amava, disse à sua mãe: <Mulher, eis aí teu filho>. Depois
disse ao discípulo: <Eis ai tua mãe>. E dessa hora em diante o discípulo
a recebeu como sua” (Jo 6,54-57).
Apocalipse, segundo São João (70 ou 95 a 100 d.C):
“Abriu-se o Templo de Deus no céu e apareceu,
no seu templo, a arca do seu testamento. Houve relâmpagos, vozes, trovões,
terremotos e forte saraiva. Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma
Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de
doze estrelas” (Ap 11,14
e 12,1).
II
SÉCULO (101 a 200 d.C)
Epístola aos Efésios, segundo
Santo Inácio de Antioquia (aproximadamente: 107 a 110 d.C):
“Existe apenas um médico, carnal e espiritual, gerado e não gerado, Deus feito carne, Filho de Maria e Filho de Deus” (Aos Efésios 7,2).
“De fato, o nosso Deus Jesus Cristo, segundo a economia de Deus, foi levado no seio de Maria, da descendência de Davi e do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado, para purificar a água na sua paixão” (Aos Efésios 18,2).
“De fato, o nosso Deus Jesus Cristo, segundo a economia de Deus, foi levado no seio de Maria, da descendência de Davi e do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado, para purificar a água na sua paixão” (Aos Efésios 18,2).
“Ao
príncipe deste mundo ficou escondida a virgindade de Maria, seu parto, e
igualmente a morte do Senhor. Três mistérios retumbantes, que foram realizados
no silêncio de Deus. Como, então, foram manifestados ao mundo? Um astro brilhou
no céu mais que todos os astros, sua luz era indizível e sua novidade causou
admiração. Todos os astros, juntamente com o sol e a lua, formaram coro em
torno do astro, e ele projetou sua luz mais do que todos. Houve admiração.
Donde vinha a novidade tão estranha a eles? Então, toda magia foi destruída, e
todo laço de maldade abolido, toda ignorância dissipada e todo reino foi
arruinado, quando Deus apareceu em forma de homem, para uma novidade de vida
eterna. Aquilo que havia sido decidido por Deus começava a se realizar. Tudo
ficou perturbado no momento em que se preparava a destruição da morte” (Aos Efésios 19,1-3).
Apologia segundo os fragmentos
gregos, por Aristides de Atenas (117 a 138 d.C):
“Os
cristãos, porém, descendem do Senhor Jesus Cristo e este é confessado como
Filho do Deus Altíssimo no Espírito Santo, descido do céu para a salvação dos
homens. Gerado de uma virgem santa, sem germe nem corrupção, encarnou-se e
apareceu aos homens, para afastá-los do erro do politeísmo” (Apologia s.f. gregos 15,1).
I Apologia, segundo Justino de
Roma (155 d.C):
“Nós anunciamos que Ele nasceu de uma virgem (...)” (I Apologia 22,5).
“Nos livros dos profetas já encontramos anunciado que Jesus, nosso Cristo, deveria vir nascido de uma virgem” (I Apologia 31,7).
“Nos livros dos profetas já encontramos anunciado que Jesus, nosso Cristo, deveria vir nascido de uma virgem” (I Apologia 31,7).
“De fato, ele foi concebido com a força de Deus, por uma virgem
descendente de Jacó, que foi pai de Judá, antepassado dos judeus, de quem eu já
falei; segundo o oráculo, Isaí foi o seu avô e Cristo, segundo a sucessão das
gerações, é filho de Jacó e de Judá” (I
Apologia 32,13).
“Escutai agora como foi literalmente profetizado por Isaías que Cristo
seria concebido por uma virgem. Ele diz o seguinte: <Eis que uma virgem
conceberá e dará à luz um filho e lhe porão o nome ‘Deus conosco’>. O que os
homens poderiam considerar incrível e impossível de acontecer, Deus o indicou
antecipadamente por meio do Espírito profético, para que quando acontecesse,
não lhe fosse negada a fé, e sim, justamente por ter sido predito, fosse
acreditado. Esclareçamos agora as palavras da profecia para que, por não
entendê-la, objetem o mesmo que nós dizemos contra os poetas, quando nos falam
de Zeus que, para satisfazer sua paixão libidinosa, uniu-se com diversas
mulheres. Portanto, ‘Eis que uma virgem conceberá’ significa que a concepção
seria sem relação carnal, pois, se esta houvesse, ela não mais seria virgem; mas
foi a força de Deus que veio sobre a virgem e a cobriu com a sua sombra e fez
com que ela concebesse permanecendo virgem. Foi assim que naquele tempo, o
mensageiro, enviado da parte de Deus à mesma virgem, deu-lhe a boa notícia,
dizendo: <Eis que conceberás do Espírito Santo em teu ventre e darás à luz
um filho, que se chamará Filho do Altíssimo, e lhe porás o nome de Jesus, pois
ele salvará o seu povo de seus pecados>. Assim nos ensinaram os que
consignaram todas as lembranças referentes ao nosso Salvador Jesus Cristo, e
nós lhes demos fé, pois o Espírito Santo profético, como já indicamos, disse
pelo citado Isaías que o geraria. Portanto, por Espírito e força que procede de
Deus não é lícito entender a não ser o Verbo, que é o primogênito de Deus, como
Moisés, profeta antes mencionado, o deu a entender. Vindo ele sobre a virgem e
cobrindo-a com sua sombra, não por meio de relação carnal, mas por sua força,
fez com que ela concebesse. Quanto a Jesus, é nome da língua hebraica, que
significa em grego Sotér, isto é, Salvador. Daí que o mensageiro disse à
virgem: <Tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo de seus
pecados>. Que aqueles que profetizam não são inspirados por nenhum outro,
mas pelo Verbo divino, suponho que mesmo vós o admitis” (I Apologia 33,1-9).
Diálogo com Trifão, segundo
Justino de Roma (aproximadamente +150 d.C):
“Como ninguém dissesse nada, continuei: — Por isso, ó Trifão, para ti e
para todos aqueles que querem tornar-se prosélitos vossos, anunciarei uma
palavra divina, que ouvi daquele homem: Não vedes que os elementos nunca
descansam, nem guardam o sábado; permanecei como nascestes. Se antes de Abraão
não havia necessidade de circuncisão e antes de Moisés não havia necessidade do
sábado, das festas ou dos sacrifícios, também agora ela não existe, depois de
Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido sem pecado de Maria Virgem, que da
descendência de Abraão” (Diálogo com
Trifão 23,3-5).
“Este é aquele que existia antes do luzeiro da manhã e da lua. Todavia,
ele se dignou nascer feito homem daquela virgem da descendência de Davi, para,
por meio desta sua economia, destruir a serpente perversa desde o princípio,
assim como os anjos a ela semelhantes e fazer-nos desprezar a morte” (Diálogo com Trifão 45,4).
“Pois bem. Se sabemos que esse Deus se manifestou em várias formas a
Abraão, Jacó e Moisés, como duvidamos e não cremos que ele poderia, conforme o
desígnio do Pai do universo, nascer homem da virgem, tendo tantas Escrituras
pelas quais literalmente é fácil entender que assim de fato aconteceu, conforme
o desígnio do Pai?” (Diálogo com
Trifão 75,4).
“Com efeito, todo demônio se submete e é vencido, e é esconjurado no
nome desse mesmo Filho de Deus e primogênito de toda a criação, que nasceu da
virgem” (Diálogo com Trifão 85,2).
“Por outro lado, confessamos que ele nasceu da virgem como homem, a fim
de que pelo mesmo caminho que iniciou a desobediência da serpente, por esse
também ela fosse destruída. De fato, quando ainda era virgem e incorrupta, Eva,
tendo concebido a palavra que a serpente lhe disse, deu à luz a desobediência e
a morte. A virgem Maria, porém, concebeu fé e alegria, quando o anjo Gabriel
lhe deu a boa notícia de que o Espírito do Senhor viria sobre ela e a força do
Altíssimo a cobriria com sua sombra, através do que o santo que dela nasceu
seria o Filho de Deus. A isso, ela respondeu: “Faça-se em mim segundo a
palavra” E da virgem nasceu Jesus, ao qual demonstramos que tantas Escrituras
se referem, pelo qual Deus destrói a serpente e os anjos e homens que a ela se
assemelham, e livra da morte aqueles que se arrependem de suas más ações e nele
creem” (Diálogo com Trifão 100,4-6).
“Embora tenha vindo para nascer da virgem Maria como homem, ele é eterno”
(Diálogo com Trifão 113,14).
“Vede como as mesmas coisas são prometidas a Isaac e Jacó. Com efeito,
diz o seguinte para Isaac: <Em tua descendência serão abençoadas as nações
da terra>. E para Jacó: <Em ti e em tua descendência serão abençoadas
todas as tribos da terra>. Isso ele não diz a Esaú, Rubem ou a nenhum outro,
mas somente para aqueles dos quais, por dispensação através de Maria virgem,
haveria de nascer o Cristo” (Diálogo
com Trifão 120,1).
“Portanto, nem Abraão, nem Isaac, nem Jacó, nem qualquer outro homem
jamais viu aquele que é Pai inefável e Senhor absoluto de todas as coisas e
também do próprio Cristo, mas viu seu Filho, que também é Deus por vontade
daquele, e Anjo por estar a serviço de seus desígnios, aquele mesmo que o Pai
quis que nascesse homem por meio da virgem” (Diálogo com Trifão 127,4).
Contra as Heresias, segundo
Santo Irineu de Lião (180 d.C):
“Com efeito, a Igreja espalhada pelo mundo inteiro até os confins da
terra recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um só Deus, Pai onipotente,
que fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto nele existe; em um só Jesus
Cristo, Filho de Deus, encarnado para nossa salvação; e no Espírito Santo que,
pelos profetas, anunciou a economia de Deus; e a vinda, o nascimento pela
Virgem” (Contra as Heresias [I livro]
10,1).
“Cerinto [herege], asiático, ensina que o mundo não foi feito pelo
primeiro Deus, mas por uma Potência distinta e bem afastada da Potência que
está acima de todas as coisas, que não conhecia o Deus que está acima de tudo.
Jesus, segundo Cerinto, não nasceu da Virgem, porque isto lhe parecia
impossível” (Contra as Heresias [I
livro] 26,1).
“Jesus
Cristo, Filho de Deus, o qual, pela sua imensa caridade para com os homens, a
obra por ele modelada, submeteu-se à concepção da Virgem para unir por seu meio
o homem a Deus” (Contra as Heresias
[III livro] 4,2).
“Era, ao mesmo tempo homem para poder ser tentado e Verbo para poder ser
glorificado. A atividade do Verbo estava suspensa para que pudesse ser tentado,
ultrajado, crucificado e morto; e o homem era absorvido quando o Verbo vencia,
suportava o sofrimento, ressuscitava e era levado ao céu. É, portanto, o Filho
de Deus nosso Senhor, Verbo do Pai e ao mesmo tempo Filho do homem, que de
Maria, nascida de criaturas humanas e ela própria criatura humana, teve
nascimento humano, tornando-se Filho do homem. Por isso, o próprio Senhor nos
deu um sinal que se estende da mais profunda mansão dos mortos ao mais alto dos
céus, sinal não pedido pelo homem, porque sequer poderia pensar que uma virgem,
permanecendo virgem, pudesse conceber e dar à luz um filho, nem que este filho
fosse o Deus conosco” (Contra as
Heresias [III livro] 19,3).
“Foi, portanto, Deus que se fez homem, o próprio Senhor que nos salvou,
ele próprio que nos deu o sinal da Virgem” (Contra as Heresias [III livro] 21,1).
“Único e idêntico é, pois, o Espírito de Deus que nos profetas anunciou
as características da vinda do Senhor e que nos anciãos traduziu bem as coisas
profetizadas. Foi ainda ele que, pelos apóstolos, anunciou ter chegado à
plenitude dos tempos da adoção filial, que o Reino dos céus estava próximo e
que se encontrava dentro dos homens que criam no Emanuel nascido da Virgem”
(Contra as Heresias [III livro] 21,4).
“Da mesma forma, encontramos Maria, a Virgem obediente, que diz: “Eis a
serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”, e, em contraste, Eva,
que desobedeceu quando ainda era virgem. Como esta, ainda virgem se bem que
casada — no paraíso estavam nus e não se envergonhavam, porque, criados há
pouco tempo ainda não pensavam em gerar filhos, sendo necessário que, primeiro,
se tornassem adultos antes de se multiplicar —, pela sua desobediência se
tornou para si e para todo o gênero humano causa da morte, assim Maria, tendo
por esposo quem lhe fora predestinado e sendo virgem, pela sua obediência se
tornou para si e para todo o gênero humano causa da salvação. É por isso que a
Lei chama a que é noiva, se ainda virgem, de esposa daquele que a tomou por
noiva, para indicar o influxo que se opera de Maria sobre Eva. Com efeito, o
que está amarrado não pode ser desamarrado, a menos que se desatem os nós em
sentido contrário ao que foram dados, e os primeiros são desfeitos depois dos
segundos e estes, por sua vez, permitem que se desfaçam os primeiros: acontece
que o primeiro é desfeito pelo segundo e o segundo é desfeito em primeiro
lugar. Eis por que o Senhor dizia que os primeiros serão os últimos e os
últimos os primeiros. E o profeta diz a mesma coisa: Em lugar dos pais nasceram
filhos para ti. Com efeito, o Senhor, o primogênito dos mortos, reuniu no seu
seio os patriarcas antigos e os regenerou para a vida de Deus, tornando-se ele
próprio o primeiro dos viventes, ao passo que Adão fora o primeiro dos que
morrem. Eis por que Lucas, iniciando a genealogia a partir do Senhor subiu até
Adão, porque não foram aqueles antepassados que lhe deram a vida, e sim foi ele
que os fez renascer no evangelho da vida. Da mesma forma, o nó da desobediência
de Eva foi desatado pela obediência de Maria, e o que Eva amarrara pela sua
incredulidade Maria soltou pela sua fé” (Contra as Heresias [III livro] 22,4).
“Quando o Senhor veio de modo visível ao que era seu, levado pela
própria criação que ele sustenta, tomou sobre si, por sua obediência, no lenho
da cruz, a desobediência cometida por meio do lenho. A sedução de que foi
vítima, miseravelmente, a virgem Eva, destinada a varão, foi desfeita pela
boa-nova da verdade, maravilhosamente anunciada pelo anjo à Virgem Maria, já
desposada a varão. Assim como Eva foi seduzida pela fala de anjo e afastou-se
de Deus, transgredindo a sua palavra, Maria recebeu a boa-nova pela boca de
anjo e trouxe Deus em seu seio, obedecendo à sua palavra. Uma deixou-se seduzir
de modo a desobedecer a Deus, a outra deixou-se persuadir a obedecer a Deus,
para que, da virgem Eva, a Virgem Maria se tornasse advogada. O gênero humano
que fora submetido à morte por uma virgem, foi libertado dela por uma virgem; a
desobediência de uma virgem foi contrabalançada pela obediência de uma virgem;
mais, o pecado do primeiro homem foi curado pela correção de conduta do
Primogênito e a prudência da serpente foi vencida pela simplicidade da pomba:
por tudo isso foram rompidos os vínculos que nos sujeitavam à morte” (Contra as Heresias [V livro] 19,1).
III
SÉCULO (201 a 300 d.C)
Papiro Egípcio (250 d.C):
“Sob a tua misericórdia nos refugiamos, ó Mãe de Deus. As nossas suplicas
tu não rejeitaras na necessidade, mas, no perigo liberta-nos: tu só és casta,
tu só és bendita” (Sub Tuum
Praesidum [sob a vossa proteção] – Em posse da “John Rylands Library Manchester").
Orígenes (220 d.C):
“Os filhos atribuídos a José não nasceram de Maria e não existe nenhuma Escritura que o prove” (In Lc. 7: GCS 9,45).
“Conservou sua virgindade até o fim para que o corpo que estava destinado a servir à palavra não conhecesse uma relação sexual com um homem, desde o momento que sobre ela havia descido o Espírito Santo e a força do Altíssimo como sombra. Creio que está bem fundamento dizer que Jesus se fez para os homens a primícia da pureza que consiste na castidade e Maria por sua vez para as mulheres. Não seria bom atribuir a outra a primícia da virgindade” (In Mt. comm. 10,17: GCS 10,21").
Homilias sobre o evangelho de São Lucas, segundo Orígenes (240 d.C):
Orígenes (220 d.C):
“Conservou sua virgindade até o fim para que o corpo que estava destinado a servir à palavra não conhecesse uma relação sexual com um homem, desde o momento que sobre ela havia descido o Espírito Santo e a força do Altíssimo como sombra. Creio que está bem fundamento dizer que Jesus se fez para os homens a primícia da pureza que consiste na castidade e Maria por sua vez para as mulheres. Não seria bom atribuir a outra a primícia da virgindade” (In Mt. comm. 10,17: GCS 10,21").
Homilias sobre o evangelho de São Lucas, segundo Orígenes (240 d.C):
“É por isso que encontrei elegantemente escrito na epístola de certo mártir (refiro-me Inácio, segundo Bispo de Antioquia depois de Pedro, que, na perseguição de Roma foi entregue às feras): <A virgindade de Maria se fez oculta ao príncipe desse século>” (Homilia 6, capítulo 4).
“Pois, na verdade, o anjo saudou Maria como uma fórmula nova, que não pude encontrar em [nenhuma] outra parte da Escritura e da qual pouca coisa se deve dizer. Eis, de fato, o que diz: <Ave, cheia de graça>, que em grego se diz: <kekharitoméne>. Não me recordo em que outra parte da Escritura eu tenha lido. Nunca essa fórmula foi dirigida a um homem: <Salve cheio de graça>. Somente a Maria essa saudação estava reservada” (Homilia 6, capítulo 7).
“Lê-se bem que a bem-aventura Virgem Maria profetizou, como encontramos em grande número de exemplares (Lc 1,46-55)” (Homilia 7, capítulo 3).
“Exultou, pois, a criança no ventre de Isabel e ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, exclamou e disse: <Tu és bendita entre as mulheres>. Nessa passagem, devemos, para que os homens simples não sejam enganados, refutar o que os hereges costumam objetar. Com efeito, não sei quem prorrompeu em tamanha loucura a ponte de afirmar que Maria tinha sido renegada pelo Salvador, porque, depois do seu nascimento, ela teria se unido a José. [Foi] o que alguém disse; que ele tenha sabido com que intenção a disse. Se algumas vezes os hereges vos fizeram tal objeção, respondei-lhes e dizei: é, certamente, cheia do Espírito Santo que Isabel disse: <Tu és bendita entre as mulheres>. Se Maria é proclamada bendita pelo Espírito Santo, como o Salvador a pôde renegar? Quanto aos que afirmam que ela contraiu bodas depois do parto virginal, eles não têm como prová-lo; pois, os que eram filhos atribuídos a José não tinham nascido de Maria, nem há nenhum texto da Escritura que mencione esse fato” (Homilia 7, capítulo 4).
“<Tu és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre. De onde me vem que a mãe do meu Senhor venha a mim?> Estas palavras: <De onde me vem> não são sinal de ignorância, como se Isabel, muitíssimo cheia do Espírito Santo, não soubesse que a mãe do Senhor tinha vindo até ela, segundo a vontade de Deus” (Homilia 7, capítulo 5).
“Assim a alma de Maria primeiramente <engradece o Senhor> e depois <o espírito exulta em Deus>; se nós não tivermos crescido antes, não podemos exultar. Ela diz: <Ele voltou os olhos para a humildade de sua serva>. Para qual humildade de Maria o Senhor voltou os olhos? O que tinha a mãe do Salvador de humilde e de abjeto, que gerava o Filho de Deus no ventre? O que, portanto, disse: <voltou os olhos para a humildade de sua serva>, é tal como se dissesse: <voltou os olhos para a justiça de sua serva>, <voltou os olhos para sua temperança>, <voltou os olhos para sua fortaleza e sabedoria>. De fato, é normal que Deus volte seus olhos para as virtudes” (Homilia 8, capítulo 4).
“Pois, na verdade, o anjo saudou Maria como uma fórmula nova, que não pude encontrar em [nenhuma] outra parte da Escritura e da qual pouca coisa se deve dizer. Eis, de fato, o que diz: <Ave, cheia de graça>, que em grego se diz: <kekharitoméne>. Não me recordo em que outra parte da Escritura eu tenha lido. Nunca essa fórmula foi dirigida a um homem: <Salve cheio de graça>. Somente a Maria essa saudação estava reservada” (Homilia 6, capítulo 7).
“Lê-se bem que a bem-aventura Virgem Maria profetizou, como encontramos em grande número de exemplares (Lc 1,46-55)” (Homilia 7, capítulo 3).
“Exultou, pois, a criança no ventre de Isabel e ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, exclamou e disse: <Tu és bendita entre as mulheres>. Nessa passagem, devemos, para que os homens simples não sejam enganados, refutar o que os hereges costumam objetar. Com efeito, não sei quem prorrompeu em tamanha loucura a ponte de afirmar que Maria tinha sido renegada pelo Salvador, porque, depois do seu nascimento, ela teria se unido a José. [Foi] o que alguém disse; que ele tenha sabido com que intenção a disse. Se algumas vezes os hereges vos fizeram tal objeção, respondei-lhes e dizei: é, certamente, cheia do Espírito Santo que Isabel disse: <Tu és bendita entre as mulheres>. Se Maria é proclamada bendita pelo Espírito Santo, como o Salvador a pôde renegar? Quanto aos que afirmam que ela contraiu bodas depois do parto virginal, eles não têm como prová-lo; pois, os que eram filhos atribuídos a José não tinham nascido de Maria, nem há nenhum texto da Escritura que mencione esse fato” (Homilia 7, capítulo 4).
“<Tu és bendita entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre. De onde me vem que a mãe do meu Senhor venha a mim?> Estas palavras: <De onde me vem> não são sinal de ignorância, como se Isabel, muitíssimo cheia do Espírito Santo, não soubesse que a mãe do Senhor tinha vindo até ela, segundo a vontade de Deus” (Homilia 7, capítulo 5).
“Assim a alma de Maria primeiramente <engradece o Senhor> e depois <o espírito exulta em Deus>; se nós não tivermos crescido antes, não podemos exultar. Ela diz: <Ele voltou os olhos para a humildade de sua serva>. Para qual humildade de Maria o Senhor voltou os olhos? O que tinha a mãe do Salvador de humilde e de abjeto, que gerava o Filho de Deus no ventre? O que, portanto, disse: <voltou os olhos para a humildade de sua serva>, é tal como se dissesse: <voltou os olhos para a justiça de sua serva>, <voltou os olhos para sua temperança>, <voltou os olhos para sua fortaleza e sabedoria>. De fato, é normal que Deus volte seus olhos para as virtudes” (Homilia 8, capítulo 4).
IV
SÉCULO (301 a 400 d.C)
São Gregório Nazianzeno (296 a 373 d.C):
“Além do mais, tendes o gênero de vida de Maria, que é o modelo e a
imagem da vida própria do céu” (Lettere
alle vergini, CSCO 151,76).
Santo Efrém da Síria (306 a 373 d.C):
“Bem-aventurada és tu, ó Maria, porque em ti habitou o Espírito Santo, que
Davi cantou: bem-aventurada és tu, que te tornaste como que uma carruagem para
o Filho de Deus” (T.J. Lamy, S.
Ephroemy Syri Hymni ET Sermones, Malinas 1882-1902, II, 588).
Sermões, segundo São Gregório
Nazianzeno (329 a 390 d.C):
“Foi concebido pela Virgem, já santificada pelo Espírito Santo na alma e
no corpo, para honra do seu Filho e glória da virgindade” (Sermão 45, 9; PG 36,634; 1ª terça-feira).
Da virgindade, segundo São Gregório de Nissa (380 d.C):
“O seio da bem-aventurada Virgem, por ter servido a um nascimento imaculado, é proclamado santo no evangelho, uma que o nascimento não destruiu a virgindade, es ta não foi obstáculo a tão grande nascimento” (De virginitate, 19).
Da virgindade, segundo São Gregório de Nissa (380 d.C):
“A plenitude da divindade que residia em Cristo, brilhou através de Maria, a imaculada” (De virginitate, 2).
Sobre os Sacramentos, segundo
Santo Ambrósio de Milão (387 a 393 d.C):
“Não tenho homem, ele disse. Isto é: “a morte veio por um homem e a
ressurreição vem por outro homem” (1Cor 15,21). Não poderia descer, não poderia
ser salvo aquele que não acreditava que nosso Senhor Jesus Cristo tinha
assumido o carne por meio de uma virgem” (Sobre os Sacramentos [Livro II] 2,7).
“Por outro lado, nasceu sem pai, quando nasceu da virgem. Ele, de fato,
não foi gerado por sêmen de homem, mas nasceu do Espírito Santo e da virgem
Maria; saído de seio virginal” (Sobre
os Sacramentos [Livro IV] 3,12).
“Mas porque o Senhor quis, porque escolheu esse sacramento, Cristo
nasceu do Espírito Santo e de uma virgem, isto é, “o homem Jesus Cristo é
mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5). Vês, portanto, que um homem nasceu
de uma virgem contra as leis e ordem da natureza” (Sobre os Sacramentos [Livro IV] 4,17).
Sobre os Mistérios, segundo
Santo Ambrósio de Milão (387 a 393 d.C):
“Ouves que nossos pais ficaram sob a nuvem e sob uma boa nuvem, que
resfria o incêndio das paixões carnais. Sob uma boa nuvem: ela protege aqueles
que o Espírito Santo visitou. Depois, ele veio sobre a virgem Maria e o poder
do Altíssimo a cobriu com a sua sombra, quando ela gerou a redenção para o
gênero humano. Este milagre foi realizado em figura por Moisés. Se o Espírito
Santo esteve presente na figura, não estará na realidade, quando a Escritura te
diz: “A lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus
Cristo”? (Lc 1,35)” (Sobre os
Mistérios 3,13).
“Depois, aquele paralítico esperava um homem. Quem era este senão o
Senhor Jesus, nascido da virgem, com a vinda do qual já não é a sombra que sara
um a um, mas a verdade que cura todos juntos?” (Sobre os Mistérios 4,24).
“Mas para que nos servir de argumentos? Sirvamo-nos de seus exemplos e
estabeleçamos pelos mistérios da encarnação a verdade do mistério. Por acaso, o
curso da natureza precedeu o nascimento do Senhor Jesus de Maria? Se
procurarmos a ordem, a mulher costuma conceber depois das relações com um
homem. É evidente, portanto, que a Virgem concebeu fora da ordem da natureza. E
aquilo que nós produzimos é corpo nascido da Virgem. Por que procuras a ordem
da natureza no corpo de Cristo, quando o próprio Senhor Jesus foi concebido por
uma virgem fora do curso da natureza? É a verdadeira carne de cristo que foi
crucificada, que foi sepultada. Portanto, é de fato o sacramento da carne dele”
(Sobre os Mistérios 9,53).
“Nós professamos que Cristo Senhor foi concebido de uma virgem e negamos
a ordem da natureza. Com efeito, Maria não concebeu de um homem, mas ficou
grávida pelo Espírito Santo, como diz Mateus: <Ela se encontrou grávida pelo
Espírito Santo> (Mt 1,18). Portanto, se o Espírito Santo, vindo sobre uma virgem,
produziu a concepção e realizou a obra da geração, não deve haver dúvida que o
Espírito Santo, vindo sobre a fonte ou sobre aqueles que se apresentam para o
batismo, não realize a verdade da regeneração” (Sobre os Mistérios 9,59).
Sobre a Penitência, segundo
Santo Ambrósio de Milão (387 a 393 d.C):
“Seriam estes mais santos do que Davi, de cuja família Cristo escolheu
nascer, pelo mistério da encarnação? Cuja posteridade é o átrio do céu, o útero
virginal que acolheu o redentor do mundo?” (Sobre a Penitência [I livro] 1,4).
“Com efeito, não foi gerado, como todos os homens, pela união de um
homem e uma mulher, mas, nascido do Espírito Santo e da Virgem, recebeu um
corpo imaculado” (Sobre a Penitência
[I livro] 3,13).
“Por isso obteve graça tão grande: de sua família foi escolhida a Virgem
que daria à luz Cristo para nós, com seu parto. É também por esta razão que aquela
mulher é enaltecida no evangelho (cf. Lc 7,44-46)” (Sobre a Penitência [I livro] 8,69).
Da Trindade, segundo Santo Agostinho (397 a 400 d.C):
Confissões, segundo Santo Agostinho (397 a 400 d.C):
“E com voz de trovão chamou para que voltássemos a ele, ao lugar inacessível
de onde veio até nós, entrando primeiro no seio da Virgem para unir-se à
natureza humana” (IV livro; 12,19).
“Em relação a ele, nada eu acreditava, a não ser o que minha ignorância
deixava conceder. Sustentava, portanto, que uma natureza de tal gênero não
podia nascer da Virgem Maria sem unir-se à carne. Mas eu não conseguia ver como
poderia unir-se à carne, e ao mesmo tempo não se contaminar, este ser que eu
imaginava” (V livro; 10,20).
“Contudo, eu pensava de outro modo. Para mim, Cristo Jesus, o meu
Senhor, era apenas um homem de extraordinária sabedoria, ao qual ninguém
poderia igualar-se, sobretudo pelo milagroso nascimento de uma Virgem” (VII livro; 19,25).
Enquirídio, segundo Santo Agostinho (420 a 425 d.C):
“Pois quem explicaria com palavras adequadas que o <Verbo se fez carne e habitou entre nós>, para que crêssemos no Filho único de Deus Pai onipotente, nascido por obra do Espírito Santo e da Virgem Maria? (...) Mas, como a que convinha nascer de uma virgem; que a fé da mãe, não a libido, concebera; já que se ao nascer, se tivesse comprometido a integridade dela, ele não mais seria nascido de uma virgem, e - nem convém pensar - seria falso toda a Igreja confessar que ele nasceu da virgem Maria, esta Igreja que, imitando a mãe dele, todos os dias dá à luz seus próprios membros e é virgem.” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 34).
“Assim o anjo saudou sua mãe, quando lhe anunciou o futuro nascimento: <Ave>, disse ele, <cheia de graça!> E pouco depois [acrescentou]: <Encontraste graça junto a Deus>. E isso, que é cheia de graça e que encontrou graça junto a Deus, seguramente foi dito para que ela fosse a mãe do seu Senhor, ou melhor, do Senhor de todos” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 36).
“É certo que o mesmo Jesus Cristo, Filho unigênito, isto é, único de Deus, Senhor nosso, nasceu do Espírito Santo e de Maria Virgem (...). Pois quando a Virgem perguntou ao anjo como se realizaria o que lhe anunciava, já que ela não conhecia homem, o anjo respondeu: <O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; e por isso, aquele que vai nascer de ti será chamado santo, filho de Deus>” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 37).
“Pois, assim confessamos, o Senhor nosso Jesus Cristo, que é Deus de Deus, mas nasceu como homem do Espírito Santo e da Virgem Maria numa e na outra Substância, isto é, na divina e na humana (...). Aqui, portanto, quando confessamos que ele nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, é difícil explicar como não seja filho do Espírito Santo e da Virgem Maria, quando nasceu daquele e desta. Certamente, sem dúvida, não nasceu dele como de um pai, enquanto dela nasceu como de uma mãe” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 38).
“Cristo nasceu do Espírito Santo, não como filho, e de Maria Virgem, como filho” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 40).
A fé nas coisas invisíveis, segundo Santo Agostinho (420 a 425 d.C):
“Entre esses doze filhos havia Judá, de onde o nome dos judeus, dos quais nasceu a Virgem Maria, que deu à luz à Cristo (...). Não duvideis de que uma virgem dê à luz, se quereis crer que Deus nasce, que não deixa de governar o mundo mesmo ao vir na carne entre os homens, que confere fecundidade à mãe, [e] não fere a sua integridade” (A fé nas coisas invisíveis; 5).
Enquirídio, segundo Santo Agostinho (420 a 425 d.C):
“Pois quem explicaria com palavras adequadas que o <Verbo se fez carne e habitou entre nós>, para que crêssemos no Filho único de Deus Pai onipotente, nascido por obra do Espírito Santo e da Virgem Maria? (...) Mas, como a que convinha nascer de uma virgem; que a fé da mãe, não a libido, concebera; já que se ao nascer, se tivesse comprometido a integridade dela, ele não mais seria nascido de uma virgem, e - nem convém pensar - seria falso toda a Igreja confessar que ele nasceu da virgem Maria, esta Igreja que, imitando a mãe dele, todos os dias dá à luz seus próprios membros e é virgem.” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 34).
“Assim o anjo saudou sua mãe, quando lhe anunciou o futuro nascimento: <Ave>, disse ele, <cheia de graça!> E pouco depois [acrescentou]: <Encontraste graça junto a Deus>. E isso, que é cheia de graça e que encontrou graça junto a Deus, seguramente foi dito para que ela fosse a mãe do seu Senhor, ou melhor, do Senhor de todos” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 36).
“É certo que o mesmo Jesus Cristo, Filho unigênito, isto é, único de Deus, Senhor nosso, nasceu do Espírito Santo e de Maria Virgem (...). Pois quando a Virgem perguntou ao anjo como se realizaria o que lhe anunciava, já que ela não conhecia homem, o anjo respondeu: <O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; e por isso, aquele que vai nascer de ti será chamado santo, filho de Deus>” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 37).
“Pois, assim confessamos, o Senhor nosso Jesus Cristo, que é Deus de Deus, mas nasceu como homem do Espírito Santo e da Virgem Maria numa e na outra Substância, isto é, na divina e na humana (...). Aqui, portanto, quando confessamos que ele nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, é difícil explicar como não seja filho do Espírito Santo e da Virgem Maria, quando nasceu daquele e desta. Certamente, sem dúvida, não nasceu dele como de um pai, enquanto dela nasceu como de uma mãe” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 38).
“Cristo nasceu do Espírito Santo, não como filho, e de Maria Virgem, como filho” (Enquirídio: sobre a fé, esperança e caridade; 40).
A fé nas coisas invisíveis, segundo Santo Agostinho (420 a 425 d.C):
“Entre esses doze filhos havia Judá, de onde o nome dos judeus, dos quais nasceu a Virgem Maria, que deu à luz à Cristo (...). Não duvideis de que uma virgem dê à luz, se quereis crer que Deus nasce, que não deixa de governar o mundo mesmo ao vir na carne entre os homens, que confere fecundidade à mãe, [e] não fere a sua integridade” (A fé nas coisas invisíveis; 5).
“Com efeito, aqueles que, naquele tempo, presentes na terra da Judeia, foram fiéis conheceram como realidades presentes o nascimento de Cristo de uma Virgem” (A fé nas coisas invisíveis; 7).
Explicação do Símbolo, segundo Santo Agostinho (420 a 425 d.C):
“Mas vejamos o que esse Filho Único de Deus fez por nós, o que enfrentou por nossa causa: nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria. Ele, Deus tão grande como o Pai, nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, humilde para curar os soberbos (...). O seu inclinar-se a nós nada mais é senão o nascer do Espírito Santo e da Virgem Maria. E esse nascimento humano é humilde e sublime. Por que humilde? Porque nasceu humano de humanos. Por que sublime? Porque nasceu de uma virgem. A virgem concebeu, deu à luz e, após o parto, permaneceu virgem” (O símbolo aos catecúmenos; 6).
“Ele - nascido do Pai, coeterno, de cuja geração disse o profeta: <Quem narrará a sua geração> - nasceu do Pai fora do tempo e nasceu da Virgem Maria na plenitude dos tempos (Gl 4,4) (...). Nasceu como quis, de uma virgem, morreu como quis, na cruz” (O símbolo aos catecúmenos; 8).
V
SÉCULO (401 a 500 d.C)
São Cirilo de Alexandria ( 431 d.C):
“Salve, Maria, templo onde Deus habita, templo santo, como o chama o profeta Davi quando diz: <Teu templo é santo e admirável em sua justiça> (Sl 64,6). Salve, Maria, a criatura mais preciosa da criação; salve Maria, pomba puríssima” (Discurso pronunciado en el Concilio de Efeso: PL 77,1029-1040).
IV Concílio Ecumênico de Calcedônia ( 451 d.C):
“Gerado
pelo Pai antes de todos os séculos segunda a divindade, e nestes últimos
tempos, por nós e pela nossa salvação, de Maria virgem e mãe de Deus segundo a
humanidade” (DS 301).
Sermões referente
ao natal do Senhor, segundo o Papa Leão Magno ( 430
a 461 d.C):
“Cristo,
que viria na carne, designando assim aquele que, ao mesmo tempo Deus e homem,
nascido de uma virgem, condenaria, por seu nascimento sem mancha, o profanador
da raça humana.” (II
sermão do natal do Senhor, 1).
“Nascimento
novo esse pelo qual ele quis nascer, concebido por uma virgem, nascido de uma
virgem, sem que um pai misturasse a isso seu desejo carnal, sem que fosse
atingida a integridade de sua mãe.” (II sermão do natal do Senhor, 2).
“Porque
o Pai desse Deus que nasce na carne é Deus, como atesta o arcanjo à
bem-aventurada Virgem Maria: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do
Altíssimo vai te cobrir com sua sombra; por isso, o Santo que nascer de ti será
chamado Filho de Deus” (II
sermão do natal do Senhor, 2).
“Origem
dessemelhante, natureza comum: que uma virgem conceba, que uma virgem dê à luz
e permaneça virgem é humanamente inabitual e insólito, mas depende do poder
divino” (II sermão do natal
do Senhor, 2).
“Foi
necessário, com efeito, que a integridade do filho preservasse a virgindade sem
exemplo de sua mãe, e que o poder do divino Espírito, derramado sobre ela, mantivesse
intato esse recinto sagrado da castidade e essa mansão da santidade, na qual
ele se comprazia; porque ele tinha decidido elevar o que era desprezado,
restaurar o que estava quebrado e dotar o pudor de uma força múltipla, para dominar
as seduções da carne, a fim de que a virgindade, incompatível, nas outras, com
a transmissão da vida, se tornasse para as outras graça imitável ao renascerem” (II sermão do natal do Senhor, 2).
“Para
esse fim, Cristo foi concebido de uma virgem, sem intervenção de homem; de uma
virgem fecundada não por uma união carnal, mas pelo Espírito Santo” (II sermão do natal do Senhor, 3).
“Para
esse fim, Cristo foi concebido de uma virgem, sem intervenção de homem; de uma
virgem fecundada não por uma união carnal, mas pelo Espírito Santo” (II sermão do natal do Senhor, 3).
“Enquanto
em todas as mães a concepção não se dá sem a mancha do pecado, essa mulher
(Maria) encontrou sua purificação no próprio fato de conceber. Porque onde não
intervém o sêmen paterno, o princípio manchado de pecado não vem misturar-se. A
virgindade inviolada da mãe ficou isenta da concupiscência e forneceu a
substância carnal” (II
sermão do natal do Senhor, 3).
“Que
nenhuma dúvida aflore em vós no tocante à fé na integridade da Virgem e em seu
parto virginal. Honrai com uma obediência santa e sincera o mistério sagrado e
divino da restauração do gênero humano” (II sermão do natal do Senhor, 6).
“Deus,
pois, Filho de Deus, igual ao Pai e tendo do Pai a mesma natureza que o Pai,
Criador e Senhor do universo, todo presente em toda parte e todo excedendo
tudo, no curso dos tempos, que se escoam como ele mesmo dispôs, escolheu esse
dia para nascer da bem-aventurada Virgem Maria para a salvação do mundo.” (III sermão do natal do Senhor, 1).
“Por
isso o Criador e Senhor de todas as coisas se dignou ser um dos mortais, depois
de ter escolhido uma mãe que ele tinha feito e que, salva sua integridade
virginal, forneceu-lhe somente a substância de seu corpo; assim, cessado o
contágio do sêmen humano, habitariam num homem novo a pureza e a verdade. Portanto,
no Cristo, nascido de uma virgem, mesmo sendo o nascimento admirável, a
natureza não é dessemelhante da nossa” (IV sermão do natal do Senhor, 3).
“A
terra da natureza humana, maldita no primeiro prevaricador, produziu nesse
único parto da Santa Virgem um germe abençoado e isento do vício de sua
estirpe; sua origem espiritual está adquirida para qualquer um na regeneração,
e, para todo homem que nasce de novo, a água do batismo é como o seio virginal:
o mesmo Espírito que veio sobre a Virgem vem agora à fonte batismal; assim, o pecado,
que foi então aniquilado por uma santa concepção, aqui é tirado pela ablução
mística.” (IV sermão do natal
do Senhor, 3).
Sermões referente à
Quaresma, segundo o Papa Leão Magno ( 430
a 461 d.C):
“Alma
cristã que foge da mentira, que é discípula da verdade, procure servir-se
confiantemente da história evangélica: considere as ações visíveis do Senhor
ora a partir de uma inteligência espiritual, ora de uma visão corporal, como se
estivesse em companhia dos apóstolos. Atribui ao homem o fato que a criança
nasceu de mulher; a Deus, o fato que nem sua concepção, nem seu nascimento
violaram a virgindade de sua mãe” (VIII sermão sobre a quaresma, 2).
“Porque
a natureza humana só poderia ser curada das feridas deixadas nela pela antiga
culpa original se o Verbo de Deus, tomando para si uma carne no útero da
Virgem, nascesse numa só e mesma pessoa a carne e o Verbo” (VIII sermão sobre a quaresma, 2).
“Dentre
as coisas narradas, algumas são próprias da humanidade, outras, da divindade,
mas todas são relembradas sob o nome do Filho do Homem: poder-se-ia temer que
uma fé dirigida a crer que o Senhor Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, é ao
mesmo tempo Deus e Homem, não hesitasse em confessar seja a humanidade em Deus,
seja a divindade no homem, quando se encontram, no Verbo, da humildade
verdadeira a humanidade assumida e, na carne, a verdadeira majestade de Deus
que a assume” (VIIII
sermão sobre a quaresma, 2).
“No
seio da Virgem, com efeito, recebeu carne mortal: nesta carne mortal
completou-se a disposição da paixão; assim aconteceu por inefável desígnio da
misericórdia divina que ela foi para nós um sacrifício redentor, abolição do
pecado e primícias de ressurreição para a vida eterna” (X sermão sobre a quaresma, 1).
“Do mesmo Espírito de que nasce Cristo nas entranhas da mãe imaculada, nasce também o cristão no seio da santa Igreja” (Serm. 29,1 Pl 54, 227B).
“Do mesmo Espírito de que nasce Cristo nas entranhas da mãe imaculada, nasce também o cristão no seio da santa Igreja” (Serm. 29,1 Pl 54, 227B).
Sermão sobre a
ressurreição do Senhor, segundo o Papa Leão Magno ( 430 a 461 d.C):
“Reconheceis,
sem separação alguma da divindade, ser verdadeiro o Cristo nascido do seio da
Virgem” (II sermão sobre a ressurreição
do Senhor, 7).
Sermão na ascensão do
Senhor, segundo o Papa Leão Magno ( 430
a 461 d.C):
“O
anjo anunciou à bem-aventurada Virgem que Cristo haveria de ser concebido do
Espírito Santo. Quando nasceu da Virgem, também a voz dos anjos celestes cantou
para os pastores” (II
sermão na ascensão do Senhor, 4).
Tratado contra a heresia de Êutiques, segundo o Papa Leão Magno ( 430 a 461 d.C):
“Assim,
não escapou à nossa solicitude, toda devotada à vossa Caridade, que egípcios, principalmente
comerciantes, chegaram à cidade defendendo ideias criminosamente introduzidas
em Alexandria por hereges que pretendem que Cristo teria só a natureza divina e
que a carne tomada por ele da bem-aventurada Virgem Maria não teria tido
nenhuma realidade; é uma doutrina ímpia, a qual diz que em Jesus o homem é
falso, e que Deus é passível” (tratado contra a heresia de Êutiques, 1).
“Ele,
verdadeiro Deus, sem contrair nenhuma mancha de pecado, uniu a si, na verdade
da carne e da alma, nossa natureza inteira e perfeita; concebido pela operação
do Espírito Santo no seio da santa Virgem sua mãe, ele não se aborreceu com o
nascimento segundo a carne nem com os começos da primeira idade” (tratado contra a heresia de Êutiques, 2).
Tomo a Flaviano, segundo o Papa Leão Magno ( 430 a 461 d.C):
“Creio
em Deus Pai todo poderoso e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
concebido pelo poder do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. Estes três
artigos destroem as invenções de quase todos os hereges” (tomo a Flaviano, 2).
“O
mesmo sempiterno Filho unigênito de um sempiterno Genitor nasceu pelo poder do
Espírito Santo e de Maria Virgem” (tomo a Flaviano, 2).
“Visto
que foi concebido por virtude do Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, esta o
deu à luz conservando intata a virgindade, como seu detrimento da virgindade o
concebera.” (tomo a
Flaviano, 2).
“Não
proferiria palavras vãs afirmando que o Verbo se fez carne de sorte que Cristo
nascido do seio da Virgem tivesse a condição externa de homem, mas não a
verdadeira carne da mãe. Acaso julgou que nosso Senhor Jesus Cristo não era de
nossa natureza porque o anjo enviado à bem-aventurada sempre Virgem Maria
disse: “virá sobre ti o Espírito Santo e a potência do Altíssimo te recobrirá,
e por isso também o santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc
1,35)” (tomo a Flaviano, 2).
“Vem
à luz por novo nascimento, porque a virgindade inviolada, que ignorava a
concupiscência, ministrou-lhe a matéria corporal. Recebeu o Senhor de sua mãe a
natureza, mas isenta de culpa. A natureza humana de nosso Senhor Jesus Cristo,
nascido do seio da virgem, não difere da nossa por ter tido ele admirável
natividade. Sendo verdadeiro Deus, é também verdadeiro homem. Nesta unidade não
há mentira, pois mutuamente se coadunam humildade humana e grandeza divina” (tomo a Flaviano, 4).
Comentários, segundo o São João Crisóstomo ( 407 d.C):
VI
SÉCULO (501 a 600 d.C)
São Sofrônio ( 560 a 638 d.C):
“O
insigne (discípulo) acolheu em sua casa a perfeita mãe de Deus como sua própria
mãe (...). Tornou-se filho da mãe de Deus” (Anacreontica xi. In Ioannem theologum, VV. 77-87, Pg, 87,3789-3790).
VIII SÉCULO (701 a 800 d.C)
“O corpo da Virgem é uma terra que Deus trabalhou a primícia da massa adamítica que foi divinizada em Cristo, a imagem do todo semelhante à beleza divina, a argila modelada pelas mãos do artista divino” (Hom. I in dorm.: PG 97,1068)
“Eu proclamo Maria a única santa, a mais santa entre todos os santos” (Encom. II dies natalis: PG 97,832B)
VIII SÉCULO (701 a 800 d.C)
André de Creta ( 730 d.C):
“Eu proclamo Maria a única santa, a mais santa entre todos os santos” (Encom. II dies natalis: PG 97,832B)
CONCLUSÃO
A fé da Igreja é inegável,
sagrada, santa e verdadeira.
A crença de que Maria, a mãe de
Deus e nossa, possui missão continua e inacabada na Igreja de Deus, perdura
desde os primeiros tempos apostólicos. Ainda que de forma tímida, é nítido que
uma pura Cristologia só poderia ser entrelaçada com o princípio ativo da
escolha da virgem como ponte de acesso, onde Jesus, nosso Senhor, viria até nós
para remir e purificar nossos maus caminhos.
São Paulo diz aos Gálatas que
na plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, “nascido de mulher” (Gl 4,4).
Mulher essa, escolhida pelo próprio altíssimo, antes de todos os séculos, para
que assim, se cumprisse o oráculo do Senhor:
“Pois sabei que o Senhor mesmo vos dará um sinal: <Eis que a virgem
está grávida e dará à luz um filho e dar-lhe-a o nome de Emanuel>” (Is 7,14).
Sendo assim, saibamos que o
Cristo, Senhor e Salvador de todo o gênero humano, encarnou-se no seio da Santa
Virgem Maria a fim de resgatar-nos!
Ave Maria, cheia de graça (Lc 1,28)!
OBS:
Esse texto sofrerá modificações à medida que, novas citações sejam encontradas.
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