Eusébio de Cesárea / –
“Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos,
mais preciosos do que pedras preciosas e mais valioso do que ouro, para
colocá-los em lugar conveniente. Quando possível, é ai que o Senhor nos
permitirá reunir-nos, na alegria e contentamento, para celebrar o aniversário
de seu martírio, em memória daqueles que combateram antes de nós, e para
exercitar e preparar aqueles que deverão combater no futuro”. (2)
- Em 609 d.C. a “invocação dos Santos e dos anjos” passa
a ser doutrina da igreja.
Mentira!
A primeira prova que já derruba essa afirmação sofista é a oração mais antiga
dirigida a Maria Santíssima que é datada do ano 250 d.C. O manuscrito que se
encontra na Universidade de Manchester (Inglaterra) está escrito com os
seguinte dizeres:
"Debaixo de tua misericórdia nós nos
refugiamos ó Mãe de Deus, nossas preces não desprezes nas nossas necessidades,
mas dos perigos livra-nos. Única pura, Única abençoada.” (3).
Se quiserem conferir o artefato,
encontra-se no seguinte link:
Ainda sim, encontramos muitas outras provas na Patrística anteriores a
essa data, tais como:
Inácio de Antioquia
“Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas
também quando eu chegar a Deus”. (4)
Orígenes
“O Sumo Sacerdote (Cristo) não é o único a se
unir aos orantes, mas também os anjos[...] como também as almas dos santos que
já dormem.” (5)
Clemente de Alexandria
“Deste modo está ele [o verdadeiro cristão]
sempre puro para oração. Ele também reza na sociedade dos anjos, como sendo já
da classe dos anjos, e ele nunca está fora da sagrada proteção deles; e pensou
que rezava sozinho, [mas] ele tem o coro dos santos permanecendo com ele [em
oração]” (6)
Cirilo de Jerusalém
“Então, [durante a oração eucarística] nos
lembramos também daqueles que adormeceram antes de nós: primeiro os patriarcas,
profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, por meio de suas orações e
súplicas, se digne a receber às nossas”. (7)
Como
vemos, a data colocada pelo autor do texto, não passa de uma tentativa de
desqualificar o que a história diz. Desde o início, a Igreja invocava os santos
afim de que os mesmos intercedessem por aqueles que ainda buscavam a coroa da
vitória. A própria Bíblia coloca que as almas estão diante do trono clamando
por justiça (Ap 6,9-10), sendo assim, qual o motivo da dúvida?
- No ano de 884 d.C. o Papa Adriano III aconselha a
canonização dos santos.
Mentira! O primeiro Santo canonizado pela Igreja foi
Santo Ulrico em três de fevereiro de 993 pelo Papa João XV. Quase cem anos após
afirmação do protestante. Pode ser que a pessoa responsável pelo texto tenha se
confundido, já que o Papa Adriano III chegou à posição pontifícia no ano de
884.
6 – A doutrina Católica vai muito além do que vimos aqui.
Esta oração aos Santos, clamando por sua intercessão, é uma prática muitíssimo
semelhante à comunicação com os mortos – chamada necromancia – proibida por
Deus (Dt 18:11).
A intercessão dos
santos, não se assemelha em nada a prática de “evocação dos mortos” que as
sagradas escrituras condenam. Essa prática descrita na Bíblia demonstra que
aqueles que realização a “evocação” procuram consultar espíritos, procuram
atraí-los para si a fim de conseguir informação sobre qualquer parecer (I Sm 28). É condenada explicitamente
porque os que confiam em tal prática, não depositam suas forças no Deus
altíssimo em guiar seu futuro, mas acreditam que os espíritos possam transitar
livremente pela terra e tomar os corpos dos humanos para trazer novidades sobre
a vida das pessoas e sobre o “além”.
Isto é, a comunhão dos santos é incompatível com tal
doutrina. Não cremos nisso, alias, a Igreja nunca acreditou em tal prática. Cremos
que os Santos, que estão vivos ao lado de Deus (Mt 22,32, Hb 12,22-23) intercedem continuamente pela Igreja, uma
vez que todos nós fazemos parte de um único corpo que é a ligação mística entre
todos aqueles que acreditam em Jesus Cristo como salvador do mundo. Além de
que, é a Igreja, guiada pelo Espírito Santo que nos concede o verdadeiro
conhecimento com base em investigações criteriosas a fim de entendermos quem de
fato é reconhecidamente santo para nós, cristãos católicos.
7
- Temos todos os motivos para orar somente a
Deus (Fp 4:6), e sabemos que ele nos ouve (2Cr 7:14; Jr 29:12) e responde
nossas orações (Mt 7:8; Jo 15:16, 16:23-26; Tg 5:16). Para que precisamos
inventar santos para interceder por nós? Jesus intercede por nós (Hb 7:25), o
Espírito Santo intercede por nós (Rm 8:26), e a igreja (corpo de Cristo)
intercede por nós (Rm 15:30). Para que precisaríamos inventar mais
intercessores?
Mas quem disse que nós também não temos? Em todas as
nossas missas, em todos os nossos momentos de orações, seja individualmente ou
em comunidade, em todas as preces, rogamos a Deus Pai para que ele nos ajude e
nos nutra e nós sabemos que ELE nos ouve. A pequena diferença é que sabemos que
não somos apenas nós que intercedemos, mas sim, todo aquele que fez a vontade
de Deus, isto é, todos os que compõem a Igreja Celeste dos espíritos dos justos
aperfeiçoados.
Hb 12,22-24 – Mas vós aproximastes do monte Sião
e da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestes e de milhões de anjos reunidos
em festa, e da ASSEMBLÉIA dos PRIMOGÊNITOS cujos nomes estão inscritos nos céus,
e de Deus, o Juiz de todos, e dos ESPÍRITOS dos justos que chegaram à
perfeição, e de Jesus, mediador da nova aliança (...).
Muito
me admira o autor do texto dizer que o “Corpo de Cristo” intercede (Rm 15,30) se ele mesmo o vê pela
metade, já que não acredita na comunhão dos santos, na comunhão de TODA a
Igreja. Nossa unidade não é manca, não faltam pedaços do corpo, vivemos uma
realidade do Cristo TOTAL.
Ap 5,8 – E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os
vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles
harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as ORAÇÕES DOS SANTOS.
A
Igreja não inventa intercessores, apenas atribui àquilo que desde o início se
acredita: que as almas dos justos continuam clamando a Deus por justiça (Ap 6,9-10).
8 – Sabemos que
“É com ciúme que por nós anseia o
Espírito,” (Tg 4:5), isto por que as doutrinas obscuras do Catolicismo
têm traído ao Espírito Santo, trocando-o por santos. Nossas orações são devidas
somente a Deus e ele vela por este princípio. Deus abomina a oração direcionada
a ídolos (Is 44:17), como diz Paulo: “trocaram
a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura antes que ao
Criador,” (Rm 1:25).
Nunca trocamos o Espírito Santo que nos guia para
verdade, por qualquer santo. Jamais fizemos isso! Essas palavras, só demonstram
a profunda falta de conhecimento que o cidadão tem do que é a Igreja Católica.
Na cabeça do protestante, ele imagina que durante nossas missas, encontros,
estudos e etc nós ficamos gritando o nome dos Santos e da Virgem Maria como
acontece, às vezes nos cultos protestantes onde os fieis ficam “pulando” e
“dançando” para que algum “ungindo” ore por eles.
Nossa oração não é direcionada a ídolos e sim, a um povo
numeroso que compõe uma “nuvem de testemunhas” (Hb 12,1) que nos acompanha torcendo por nós e vibrando juntamente
com a Igreja de Cristo. Alias, não só eles (santos) oram, mas nós que aqui
militamos também. Não confundam meus amigos, o amor venerativo que temos para
com os Mártires e irmãos na fé, com a adoração para com o Cristo, único
fundamento de tudo o que cremos.
Continuamos a fazer, aquilo que o próprio Apóstolo Paulo,
em sua epístola aos Romanos e a Timóteo nos orienta: honrar uns aos outros (Rm 12,10) e interceder, suplicar e
oferecer ações de graça em favor de todos os homens (I Tm 2,1).
9 - Como
os mortos continuam a fazer parte do corpo de Cristo, uma vez que o corpo de
Cristo são os Cristãos que estão sobre a terra agindo em favor do Evangelho?
De todos os argumentos colocados aqui pelo autor do
texto, esse é o mais ridículo que li. Digam-me vocês: em qual local da bíblia
está escrito que os que dormem no Senhor não fazem mais parte do corpo de
Cristo? Qual é a fonte argumentativa para se basear em tal conceito? Então,
quer dizer que muitos sofreram pela fé, sendo perseguidos, martirizados, mortos
das piores formas e condições e ao serem separados do carne, simplesmente não
fazem mais parte do corpo místico de Jesus?
Se Paulo diz aos Filipenses que seu desejo era “partir
para estar com Cristo” (Fl 1,23), se
Paulo escreve aos Efésios afirmando que há uma família que “está no céu” (Ef 3,14-15), se Paulo afirma que na
volta de Cristo ele retornará com todos os seus Santos (I Ts 3,13), se Paulo afirma que mesmo fora do corpo (morto)
continuamos a nos esforçar em agradar a Deus (II Cor 5,9), se o escritor de Hebreus afirma que temos uma nuvem de
testemunhas ao nosso redor (Hb 12,1)
e uma Igreja que compõem os espíritos dos justos aperfeiçoados (Hb 12,22-24), se o apóstolo João
escreve em suas visões que viu as pessoas que morreram nas tribulações e que
elas servem a Deus dia e noite diante do trono de Deus (Ap 7,13-15), se o próprio Cristo disse que não é Deus de mortos e
sim de vivos (Mt 22,32) e que a alma
não pode ser morta (Mt 10,28); como
o dono do texto diz que os “mortos” não fazem mais parte do corpo de Cristo? Se
não pertencem ao corpo, logo, não pertencem a Igreja!
Só voltarão a pertencer na ressurreição? Seria isso
lógico? É claro que não! Todos os batizados fazem parte do corpo do Senhor.
Gl 3,27 – Porque TODOS quantos fostes batizados em
Cristo já vos revestistes de Cristo.
10 –
Onde a Bíblia ensina que os que morrem no Senhor podem interceder por nós?
Até o presente momento, colocamos diversas passagens que
de forma clara, demonstra a possibilidade de intercessão por parte daqueles que
já contemplam o Senhor, entretanto, vamos verificar mais uma vez o livro do
Apocalipse que mostra de forma clara o serviço que os Santos prestam para com
toda a Igreja.
A primeira nota que tomamos é que as visões que João teve
das pessoas que estavam diante do trono de Deus se tratavam de pessoas que já
estavam mortas:
Ap 7,14-15 – Eu
lhe respondi: “Meu Senhor, és tu quem o sabe!” Ele, então me explicou: “Estes
são os que vem da grande tribulação:
lavaram suas vestes e alvejaram-nas no sangue do Cordeiro. É por isso que estão
diante do trono de Deus, servindo-o dia e noite em seu templo.
Esses aos quais, servem de “dia e de noite” são os quais
intercedem pela Igreja, não só eles, como nós também. É por isso que na
sequência do capítulo um anjo porta-se junto do altar, com um turíbulo e
oferece com as orações de TODOS os Santos. A linguagem apocalíptica não coloca
barreiras se de fato essas orações seriam somente dos que ainda militavam na
carne, mas sim, chama as preces para TODOS os que fazem parte do Corpo de
Cristo:
Ap 8,3-4 – Outro
Anjo veio postar-se junto do altar, com um turíbulo de ouro. Deram-lhe grande
quantidade de incenso para que o oferecesse com as orações de todos os santos
sobre o altar de ouro que está diante do trono. E, da mão do Anjo, a fumaça do
incenso com as orações dos santos subiu diante de Deus.
Notem que este “altar” que está diante do trono é o mesmo
onde o apóstolo João, capítulos anteriores, diz ver que existem almas que
clamam, gritam, falam e pedem a Deus justiça contra malfeitores que ainda estão
vivos na terra:
Ap 6,9-10 – Quando
abriu o quinto selo, vi sob o ALTAR, as almas dos que tinham sido imolados por
causa da Palavra de Deus e do testemunho que Del tinham prestado. E eles
clamaram em alta voz: “Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a
fazer justiça vingando nosso sangue contra os habitantes da terra”?
Assim, quando os navegantes viram a queda da Babilônia e
se lamentando por ela, colocavam a responsabilidade em Deus pelo julgamento em
pró dos santos, apóstolos e profetas:
Ap 18,20 – EXULTAI
por sua causa, Ó CÉU, e vós, santos, apóstolos e profetas pois, julgando-a,
Deus VOS fez justiça.
Em meio a tantas provas, ficaria difícil pensar que os
santos não intercedem por nós, ainda sim, fico com as palavras do escritor de
Hebreus que após um capítulo inteiro (11) relatar a fé dos que haviam morrido,
sua conclusão se dá em belas palavras em assumir que a nossa volta se encontra
uma memorável “nuvem de testemunhas”:
Hb 12,1a – Portanto,
também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso redor (...).
11 – Se a
Bíblia diz que eles não têm mais parte no que se faz debaixo do sol, como
podemos dizer que os mortos podem nos
ajudar?
Já comentei no início do texto e volto a reforçar: o
antigo testamento oscila no que tange a “imortalidade da alma”. Podemos
encontrar provas de que ela existe (Nm
16,33; II Sm 12,23; Jó 17,13a; II Mc 15,14) assim como negativas afirmando
que na morte, não há esperança (Sl 6,6;
Is 38,18) na pergunta do autor, ele usa uma passagem de Eclesiastes, sendo
ela:
Ecl 9,5-6 – Os vivos sabem ao menos que morreram; os mortos, porém, não sabem nada.
Não há para eles retribuição, uma vez que sua lembrança é esquecida. Seu amor,
ódio, ciúmes já pereceram, e ele nunca mais participarão de tudo o que se faz
debaixo do sol.
Essa passagem é um pouco dura, mas, não fere o que
acreditamos. Primeiro que, como já dito, os antigos patriarcas não tinham uma
noção clara sobre o que de fato significava a morte. Segundo que Salomão ao
dizer que não participam (os mortos) “debaixo
do sol” faz uma severa crítica aos sentimentos exalados enquanto estamos vivos
e que não temos mais parte após a separação do corpo, isto é, o ódio, ciúmes e
amor já pereceram, pois já não vivemos mais na carne para sentir tais
atribuições. Terceiro e último, o mesmo autor que descreve tal ensinamento, é o
mesmo a dizer no início do livro não ter um conhecimento pleno se “animais” e
“homens” possuem o mesmo destino, já que a sorte de ambos pode ser idêntica.
Ecl 3,19-21 – Pois
a sorte do homem e a do animal é idêntica: como morre um, assim morre o outro e
ambos têm o mesmo alento; o homem não leva vantagem sobre o animal, porque tudo
é vaidade. Tudo caminha para um mesmo lugar: tudo vem do pó e tudo volta ao pó.
Quem sabe se o alento do homem sobe para o alto e se o alento do animal desce
para baixo, para a terra?
Sendo assim, como argumentar contra a comunhão dos
santos, utilizando de textos onde os escritores não possuíam uma noção mínima
da morte, já que, a revelação só se daria em Jesus Cristo, Nosso Senhor?
12 – A única base
“Bíblica” de que se serve a Igreja Católica para provar a intercessão dos
santos é proveniente de um livro cuja
inspiração é altamente duvidosa. Pode-se, portanto crer nisto?
O texto que o autor
se refere é o de II Macabeus 15.14.
Cabe a ele, provar
que a inspiração é “duvidosa”, não a nós católicos que caminhamos junto de uma
Igreja que possui uma fé de dois mil anos. Se o criador do texto
ler os comentários aqui apresentados, entenderá que não existe apenas uma única
passagem e sim, várias.