quarta-feira, 12 de junho de 2013

QUATRO PERGUNTAS SOBRE A VIRGINDADE DE MARIA


A virgindade perpétua de Maria é um assunto que até hoje tem sido uma das grandes disputas teológicas entre católicos e protestantes. Para nós, pertencentes à geração da mulher (Gn 3,15), não temos qualquer problema em aceitar que a nova arca da aliança (Maria) tenha tido em seu útero somente o “Emanuel, Deus conosco”.

O que escrevo abaixo, não se trata de qualquer interpretação a respeito dos textos conhecidos que manifestam a virgindade de Maria, pelo contrário, são quatro perguntas que ainda não foram concedidas respostas claras por parte daqueles que não acreditam na virgindade de Nossa Senhora.

Sendo assim, aqueles que não acreditam neste mistério, devem responder as seguintes questões:

1 - Qual o simples motivo de absolutamente NENHUM "irmão do Senhor" ser indicado nas sagradas escrituras como filhos de Maria ou de José? É comum e ABSOLUTAMENTE NORMAL que nas genealogias apresentadas dentro das sagradas escrituras, encontremos pessoas que diretamente são ligadas a filiação paterna, como é um caso dos Tiagos, um filho de Alfeu, outro de Zebedeu. De qualquer forma, se de fato esses "filhos" fossem legítimos, não seria estranho pensar que nenhum evangelista não tenha colocado DIRETAMENTE esses personagens dentro da ossada de "descendentes de Maria e José"? Por que somente Jesus Cristo é chamado de filho de Maria (Mc 6,3) ou filho do carpinteiro (Mt 13,55)? Será que se esqueceram dos outros irmãos e irmãs?

2 - Por que quando os pais de Jesus foram para Jerusalém (Lc 2,42), e Cristo já tendo 12 anos, não existia qualquer indício de outras crianças junto da família? Se esses irmãos e irmãs são os "mais novos", qual o motivo para não aparecerem nesse enredo? Afinal, Maria e José ficaram três dias longe de casa já que o Senhor tinha desparecido (Lc 2,46) e seria improvável que as crianças de colo ficassem sozinhas! 

3 - Se Maria tivesse filhos e filhas uterinos, por qual motivo, na Cruz, Jesus Cristo entregaria sua mãe aos cuidados de João (Jo 19,27), que não tinha relações familiares com Nosso Senhor? Um dos dez mandamentos diz: "Honra Pai e Mãe" (Ex 20,12), Jesus tinha quatro irmãos e algumas irmãs, será que TODOS ELES desrespeitariam esse mandamento ao ponto de não cuidarem de sua própria mãe simplesmente por não acreditarem no "irmão Jesus"? 

4 - De acordo com o próprio relato de João 19,25, Maria tinha uma irmã que era mulher de "Clopas" ou, como provavelmente não haviam palavras que contemplasse o termo "cunhada", é provável que Clopas fosse irmão de José e por isso o evangelista usa o termo irmã para designar a "outra Maria" (Mt 28,1), pois bem, por mais que os protestantes neguem, de fato, Cristo tinha primos e isso vemos no relato de Mateus 27,56, onde essa Maria, irmã ou cunhada de Nossa Senhora tinha como filhos Tiago e José. E o que quero dizer com isso? Observem que na própria bíblia, todas as vezes que citam esses irmãos de Cristo, sempre o colocam como "IRMÃOS DO SENHOR" e o que me leva a pensar que para os escritores do novo testamento, todo aquele que fazia parte desse clã, tinha uma ligação com Cristo e era chamado de "irmão do Senhor". É como se fosse uma identificação daqueles que tinham parentesco com Cristo. De fato, Jesus tinha outros parentes, mas as referencias sempre são ligadas a essa familiaridade com o Senhor. Josefo, historiador Judeu, não conhecia "O Cristo" como os apóstolos e por esse motivo e por talvez não entender essa "ligação", em um de seus escritos a respeito do martírio de Tiago, o coloca como "irmão de Jesus", não "irmão do Senhor" (Antiguidades Judaicas). Percebam que dos relatos do novo testamento, nunca se diz, irmão de Jesus, mas sim, os "irmãos do Senhor". Cristo tinha primos, sendo assim, como associar que em todos esses relatos, o restante de sua família não entrava nesse gênero? Por que nunca foi escrito os “irmãos de Jesus” oferecendo um limite para o parentesco? 

Em Cristo;


Érick Gomes.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

REFUTANDO OS “MOTIVOS DA REFORMA”



INTRODUÇÃO

Que a paz de Cristo esteja com todos!

Andando mais uma vez pela cansativa internet, encontrei um artigo onde menciona alguns motivos pelos quais a “reforma protestante” foi necessária.

Toda vez que penso nessa problemática divisão que causou tanto sofrimento ao Corpo de Cristo, penso nas palavras do apostolo Paulo em sua primeira carta aos coríntios:

I Cor 1,10 - Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer.

A preocupação do apóstolo dos gentios era que não houvesse divisões, entretanto, ele nem poderia imaginar o que iria acontecer 1500 anos depois.

Selecionei os principais pontos deste artigo e aqui, irei passar um a um e dessa forma, veremos que esses motivos passam longe da verdade e que a única explicação que encontramos para o surgimento desse movimento, é o orgulho do coração de um homem que teve todas as chances para mudar a trajetória da Igreja de Cristo que tinha problemas, porém, optou por outros meios que hoje transformaram os movimentos protestantes em comunidades divididas, sem comando e com pensamentos doutrinários distintos.

O que colocarei abaixo são datas que os evangélicos acreditam que determinadas doutrinas foram surgidas, ocasionando “heresias”. Iremos refutá-las para que a verdade seja sempre a verdade.

Boa leitura!

ANO 320 – USO DAS VELAS

O uso das velas dentro da Igreja não nasceu no ano 320, pelo contrário, é uma pratica antiga que as primeiras comunidades cristãs adotaram dos judeus. No antigo testamento, já encontramos esse costume muito bem alocado nos ritos judaicos:

I Rs 7,49 - E os castiçais, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do oráculo, de ouro finíssimo; e as flores, e as lâmpadas, e os espevitadores, também de outro.

Ex 25, 31-37 - Também farás um candelabro de ouro puro; de ouro batido se fará este candelabro; o seu pé, as suas hastes, os seus copos, os seus botões, e a suas flores serão do mesmo. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para iluminar defronte dele.
Além da utilidade das velas para os antigos que as usavam para iluminar, encontramos seu simbolismo na “luz de Cristo” que invade o mundo e nos convida a emanar essa força:

Mt 5,14 – Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. 

A vela também retrata o simbolismo de levar o evangelho de Jesus a todo o mundo. A vela só ilumina quando se consome, dessa forma nós só poderemos ser a “luz do mundo” se nos consumirmos da salvação de Cristo. Assim, vemos que seu uso não entrou na Igreja no ano 320, pelo contrário, o costume é antigo. Ao acendermos uma vela, seja qual for à intenção, manifestamos a luz do Senhor que fortifica as veredas da justiça na anunciação do seu reinando.

ANO 375 – CULTO DOS SANTOS

O culto ou veneração dos Santos é uma pratica antiga e encontramos dentro da própria bíblia que vivia a era apostólica, indícios primários desse costume que até hoje é feito dentro das Igrejas. O culto dos santos, nada mais é que comemorar, aprender e entender a fé daquele ou daquela criatura que serviu a Deus na carne e que foi martirizado por amor a Cristo ou, que morreu em plena santidade e por esse motivo conquistou perante a Igreja (que tem o poder de ligar e desligar na terra [Mt 16,19]) o reconhecimento de estar em comunhão com a Igreja Celeste (Hb 12,23).

Na carta de Paulo a Timóteo, lemos que o apostolo dos gentios escreve que devemos fazer orações e ações de graças por TODOS os homens:

I Tm 2,1 – Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por TODOS os homens.

E ainda conclui dizendo que isso é “bom e agradável diante de Deus (I Tm 2,3)”. Na epístola aos Romanos encontramos as mesmas recomendações:

Rm 12,10 – Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honrar uns aos outros.

Desde o início, a Igreja sempre entendeu essa “veneração” por aqueles que foram amigos do Senhor e que por seu evangelho “morreram na carne”. Muito antes dessa data (375), existia um homem chamado Policarpo que foi Bispo da comunidade católica de Esmirna. Seu martírio que ocorreu no ano 155 (?) ou 166 (?) foi registrado e ao lermos, vemos que os cristãos primitivos já possuíam profunda veneração pelos mártires. E aqui, mais uma vez veremos que os argumentos propostos por alguns, não passam de mentiras!

Leiamos o que Eusébio em sua história eclesiástica nos escreve:

Eusébio de Cesárea / História Eclesiástica, Livro IV, 15,1-43 – “Alguns sugeriram, por conseguinte, a Niceta, pai de Herodes e irmão de Alce, que suplicasse ao governador para que não entregasse o seu corpo, 'por temor' disse 'que se ponham a adorar este, esquecendo o Crucificado'. Disseram isto aconselhados e instigados pelos Judeus, que nos espiavam quando estávamos para tirá-lo da fogueira, porque não sabem que nós nunca poderemos abandonar nem Cristo, que sofreu a paixão para a salvação daqueles que no mundo inteiro são salvos, nem adorar algum outro. Porque a Ele, nós o adoramos enquanto Filho de Deus, ao passo que os mártires, os AMAMOS justamente enquanto discípulos e imitadores do Senhor por causa do seu insuperável amor pelo seu rei e mestre. Queira o céu que também nós possamos ser companheiros e condiscípulos deles! O centurião, então, vendo a contenda provocada pelos Judeus, fez colocar o cadáver no meio, segundo o seu hábito ordenou queimá-lo”.

CAPÍTULO XIII - II. Quando a pira ficou pronta, o próprio Policarpo se despiu, desamarrou o cinto, e ele mesmo tirou o calçado. Ele nunca fizera isso antes, porque sempre cada um dos fiéis se apressava a ser o primeiro a tocar-lhe o corpo; mesmo antes do martírio, ele já fora constantemente venerado pela sua santidade de vida.

CAPÍTULO XVIII - II. Desse modo, pudemos mais tarde recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas e mais valiosos do que o ouro, para colocá-los em lugar conveniente. Quando possível, e ai que o Senhor nos permitirá reunir-nos, na alegria e contentamento, para celebrar o aniversário de seu martírio, em memória daqueles que combateram antes de nós, e para exercitar e preparar aqueles que deverão combater no futuro.

 ANO 394 – INSTITUIÇÃO DA MISSA

Ite missa est, "Ide, estão enviados" - Designamos "Missa" o conjunto do sacrifício divino realizado na oblação do altar eucarístico. O primeiro a celebrar esse rito, foi o próprio Cristo na instituição da eucaristia que é a ação de graças

A Santa missa é a renovação do sacrifício de nosso Senhor. Esse marco foi deixado por ELE (não no ano 394, como o acusador sugere) na última ceia ao proclamar as palavras "Isto é meu corpo (Mc 14,22)" e "Isto é meu sangue (Mc 14,24)".

 ANO 431 – CULTO A VIRGEM MARIA

No ano 431 não foi estabelecido o “culto a virgem”. Neste ano ocorreu o concílio de Éfeso que lançou anátema a Nestório que com sua teologia, pregava que Maria não poderia ser “Mãe de Deus”, já que Jesus Cristo, enquanto homem, não era Deus.

Esse concílio ecumênico afirmou e confirmou Maria santíssima como Mãe de Deus, já que Jesus Cristo, enquanto esteve na carne, preservou seus atributos divinos, sendo 100 % homem e 100% Deus, isto é, neste ano, não foi proclamado um culto e sim, confirmado a fé da Igreja. Maria é Mãe do Senhor, já que esse mesmo Senhor é o verbo encarnado, o “Emanuel – Deus conosco (Mt 1,23)”.

De qualquer forma, antes mesmo da existência desse concílio, Maria já era venerada pela Igreja e isso podemos ver nos escritos de alguns padres anteriores a esta data:

Santo Hipólito de Roma (170 - 236) - "(...) O corpo de Maria toda, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem". (As obras e fragmentos. Fragmento VII).

São Gregório de Neucaesarea (213 - 270) - "Para a santa virgem, guardado cuidadosamente a tocha da virgindade, e deu ouvidos diligentemente que não deveria se extinta ou contaminada". (The secon homily. On the annunciation to the Holy Virgin Mary).

Dídimo, o cego (313 - 398) - "Nada fez Maria, que é honrada e louvada acima de todas as outras: não se relacionou com ninguém, nem jamais foi Mãe de qualquer outro filho; mas, mesmo após o nascimento de seu filho [único], ela permaneceu sempre e para sempre uma virgem imaculada". (A Trindade 3,4).

A própria Maria, em seu canto do “Magnificat” menciona que todas as gerações teriam um profundo amor por sua cooperação na obra da salvação:

Lc 1,48 – “Porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante, TODAS as GERAÇÕES me chamarão de bem-aventurada”.

ANO 500 – USO DA ROUPA SACERDOTAL

Ex 29,6E a mitra porás sobre a sua cabeça; a coroa da santidade porás sobre a mitra.

Ex 39,1 – Fizeram também as vestes do ministério, para ministrar no santuário, de azul, e de púrpura e de carmesim; também fizeram as vestes santas, para Arão, como o SENHOR ordenara a Moisés.

Ex 39,27-28 - Fizeram também as túnicas de linho fino, de obra tecida, para Arão e para seus filhos. E a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino, e os calções de linho fino torcido.

Como podemos ver meus amigos, o uso da “roupa sacerdotal” é um costume oriundo dos mais antigos tempos judaicos. Assim como tantas outras coisas, os usos das vestes litúrgicas estão ligados intimamente com o cristianismo e sua Igreja e essa forma de culto visual foi estabelecida desde o início e não no ano 500. 

Os judeus as utilizavam e posteriormente, os cristãos também.

ANO 503 – DOUTRINA DO PURGATÓRIO

II Mc 12,45-46 – Mas, se considerava que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormecem na piedade, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis por que ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado.

Mt 5,25-26 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. 

Mt 12,32 – Se alguém disser uma palavra contra o filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas se disser conta o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem nesta era, NEM NA OUTRA.

Embora o termo “purgatório” tenha aparecido posteriormente da era apostólica, temos vários indícios que desde o início, a crença na oração pelos mortos em sufrágio pelos pecados é antiga. Lemos o relato do livro dos Macabeus, sobre o “sacrifício expiatório” pelas faltas dos que já haviam morrido, assim como lemos em Mateus que existem pecados que não serão perdoados “em outra era”, assim como sabemos que ao sermos lançados na prisão (purgatório), devemos permanecer até pagarmos o último centavo.

O purgatório não é o inferno e sim um estado onde as almas salvas pagam por “faltas não perdoadas em vida”. O próprio livro do apocalipse menciona que no “céu não se entra pecado”:

Ap 21,27E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. 

Além de que, muito antes dessa data, já possuímos relatos importantes a respeito da crença dos cristãos primitivos.

Tertuliano, nascido em Cartago antes do ano 160 (343 anos antes da “invenção do purgatório”) já ensinava essa purificação da alma após a morte:

Da Alma 58: PL 2,751 -  "Por isso, é muito conveniente que a alma, sem esperar a carne, sofra um castigo pelo que tenha cometido sem a cumplicidade da carne. E, igualmente, é justo que, em recompensa pelos bons e piedosos pensamentos que tenha tido sem a cooperação da carne, receba consolos sem a carne. Mais ainda: as próprias obras realizadas com a carne, ela é a primeira a conceber, dispor, ordenar e pô-las em alerta. E ainda naqueles casos em que ela não consente em pô-las em alerta, no entanto, é a primeira a examinar o que logo fará no corpo. Enfim, a consciência não será nunca posterior ao fato. Consequentemente, também a partir deste ponto de vista, é conveniente que a substância que foi a primeira a merecer a recompensa seja também a primeira a recebê-la. Em suma: já que por esta lição que nos ensina o Evangelho entendemos o inferno, já que 'por esta dívida, devemos pagar até o último centavo', compreendemos que é necessário purificar-se das faltas mais ligeiras nesses mesmos lugares, no intervalo anterior à ressurreição; ninguém poderá duvidar que a alma recebe logo algum castigo no inferno sem prejuízo da plenitude da ressurreição, quando receberá a recompensa juntamente com a carne" 

ANO 528 – EXTREMA UNÇÃO

A extrema unção ou unção dos enfermos é um dos sete sacramentos e consta registrada nas sagradas escrituras:

Tg 5,14-15 - Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor: E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.

Fica aqui a minha pergunta: Quem disse que isso foi “inventado” no ano 528? Grandiosa imaginação a do acusador! 

ANO 783 – ADORAÇÃO DAS IMAGENS E RELÍQUIAS

Em torno do ano 700, houve uma crescente de pessoas que não aceitavam o uso de imagens dentro dos templos cristãos (isto é, para não aceitarem, é porque já eram usadas) essa manifestação ficou conhecida como “iconoclastia” (do grego εικών, transl. eikon, "ícone", imagem, e κλαστειν, transl. klastein, "quebrar", portando "quebrador de imagem") e tinha como fundamento ir contra toda e qualquer manifestação venerativa a favor dos objetos sacros.

Teríamos que questionar o autor dessas pérolas para entender de onde ele retirou que no ano 783 foi instalada a “adoração de imagens e relíquias”, entretanto e aqui cabe a nós pensar que muito provavelmente o criador dessas anedotas queria se referir ao 7° concílio universal da Igreja Católica que ocorreu no ano 787 onde reuniu em torno de 350 Bispos de várias partes do mundo a fim de decidir pela fé da Igreja.

Em toda a trajetória da Igreja, apareceram diversas heresias, sendo que para refreá-las, eram realizados concílios para manter aquilo que a Igreja Universal SEMPRE acreditou. Com as imagens e ícones sagrados não seria diferente. Neste ano (783), em nem um momento foi afirmado que os cristãos deveriam adorar imagens. O concílio promulgou o restabelecimento e uso dos objetos sagrados dentro das Igrejas de Deus, indo contra as ideias dos iconoclastas que queriam a todo custo, tirá-las das comunidades.

Assim o concílio decidiu por aquilo que há séculos existiam dentro do núcleo cristão. Vale ressaltar que o uso de imagens é uma pratica judaica que mais uma vez foi adotada por cristãos. As catacumbas cristãs retratam essa verdade, assim como muitas passagens do velho testamento que revelam seu uso, tanto no tabernáculo erguido por Moisés, como no Templo construído por Salomão.

Vejam:

  • Cortinas e véus do tabernáculo possuíam imagens de querubins (Ex 26,1 e 26,31);
  • Duas imagens de querubins fundidos com ouro na extremidade do propiciatório (Ex 25,18);
  • Cobra de metal fundido erguida por Moisés para cura do povo (Nm 21,8-9);
  • Duas imagens de querubins no oráculo (I Rs 6,23);
  • As paredes (internas e externas) eram entalhadas de anjos e palmas (I Rs 6,29);
  • As portas eram entalhadas e cobertas de ouro com querubins, palmas e flores (I Rs 6,32);
  • Almofadas e Juntas havia imagens de leões, bois e querubins (I Rs 7,29);
  • Nas placas do templo havia lavrados querubins, leões e palmas (I Reis 7,36);
  • Acima da porta, no interior do templo e por toda a parede (dentro e fora) estava coberto por figuras (Ez 41,17);
  • Haviam dois querubins sendo que os mesmos estavam ESCULPIDOS da seguinte forma: Um lado da face era humano e o outro lado era de um leão (Ez 41,18-19);
  • Na parede do templo, do piso até a porta, mais representações de querubins (Ez 41,20);
  • Algumas portas do templo também tinham querubins figurados (Ezl 41,5);
  • Abaixo de um “mar de fundição”, havia figuras de bois e duas fileiras do mesmo animal (imagens fundidas) (II Cr 4,3);
  • Havia outros 12 bois: três que olhavam para o norte, três que olhavam para o ocidente, três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente (II Cr 4,4).

ANO 993 – CANONIZAÇÃO DOS SANTOS

A canonização dos santos é um processo onde a Igreja entende que determinada pessoa, morreu em estado de graça e já integra a Igreja Celeste (Hb 12,22-23). O que poucos sabem é que esse procedimento deriva de muito tempo, já que todos os casos levados à Igreja cabem à criteriosa investigação.

A primeira canonização ocorreu com o ladrão na cruz onde o próprio Cristo, disse que ainda hoje ele já estaria com o Senhor no paraíso:

Lc 23,42-43 – E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino”. Ele respondeu: “Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso”.

Um ponto importante que deve ser mencionado é que durante séculos a Igreja teve seus santos e santas, entretanto, não existia critério necessários para essa escolha. Exemplo claro é das Igrejas Orientas que atualmente, não possuem um processo de canonização como é conhecido na Igreja de Roma. O próprio site “Ecclesia” menciona que “Mas em circunstâncias excepcionais um culto público pode vir a ser estabelecido sem qualquer ato formal de canonização”.

O que de fato ocorreu no ano 993 é que com o aumento de “santos”, a Igreja viu a necessidade de estabelecer conceitos importantes para se proclamar que uma pessoa era santa. O primeiro a ser canonizado por essa fórmula foi Santo Ulrico em 3 de fevereiro de 993 pelo Papa João XV. Desde esse dia, fizeram alguns aperfeiçoamentos para que chegássemos aos dias atuais, porém, neste ano a Igreja já possuía muitas pessoas consideradas “Santas”.

ANO 1074 – CELIBATO SACERDOTAL

Mt 19,10-12Os discípulos disseram-lhe: “Se é assim a condição do homem em relação à mulher, NÃO VALE A PENA CASAR-SE”. Ele acrescentou: “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem é concedido. Com efeito, há eunucos que nasceram assim, do ventre materno. E há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por CAUSA DO REINO DOS CÉUS. Quem tiver capacidade para compreender, compreenda!”

I Cor 7,8 Contudo, digo aos CELIBATÁRIOS e às viúvas que é bom FICAREM como eu.

I Cor 7,32 Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações. Que NÃO TEM ESPOSA, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor.

I Cor 7,37 Mas aqueles que, no seu coração tomou firme propósito, sem coação e no pleno uso da própria vontade e em seu íntimo decidiu conservar a sua virgindade, esse PROCEDE BEM.

Ap 14,4 Estes são os que não se contaminaram com as mulheres: SÃO VIRGENS. Estes seguem o cordeiro, onde quer que ele vá. Estes foram resgatados dentre os homens, como primícias para Deus e para o Cordeiro.

Frente a tantas provas bíblicas a favor de celibato, fica difícil dizer que ele foi criado no ano 1074. Contudo, é importante ressaltar que a Igreja, desde o início possuía celibatários. O próprio apóstolo Paulo era um, entretanto, não era uma conduta disciplinar como é hoje na Igreja Católica. De qualquer forma, se resguardar é algo pessoal e quem opta pelo sacerdócio escolhe de livre espontânea vontade se guardar para o Senhor. Como o próprio Cristo disse: Existem eunucos que assim se fizeram por causa do Reino dos Céus e os celibatários seguem essa linha pensamento.

Agora, fica a minha pergunta: No meio protestante, existe alguém que se tornou eunuco por amor ao Reino dos Céus? Existe alguém que escolheu ser como Paulo, já que o solteiro cuida das coisas do Senhor?

Aguardo respostas!

ANO 1215 – CRIOU-SE A CONFISSÃO AURICULAR

A confissão auricular não iniciou nesse ano. O acusador provavelmente não lê a bíblia. Assim disse Cristo:

Jo 20,22-23Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes ser-lhes-ão retidos”.

No último capítulo da epístola de Tiago, esta escrito do costume da Igreja antiga em se “confessar os pecados”.

Tg 5.16 – Confessai, pois, uns aos outros, vossos pecados (...)

De forma espetacular, a Bíblia Protestante de Estudo de Genebra tece o seguinte comentário em sua nota teológica:

Página 1677“Tiago não está defendendo aqui que os cristãos confessem seus pecados uns para os outros sob circunstancias normais, mas sim que eles deveriam CONFESSAR SEUS PECADOS aos presbíteros quando tais pecados possam ser as possíveis razões de suas doenças”.

Isto é meus amigos, a pratica da confissão é primitiva e não foi criada em 1215. A própria nota calvinista confirma essa verdade. A sucessão apostólica confiada a Igreja, mantém o sacramento da reconciliação durante os séculos e isto foi confiado pelo próprio Cristo.

II Cor 5,18 – Tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo e NOS CONFIOU o mistério da reconciliação.

ANO 1215 – DOGMA DA TRANSUBSTANCIAÇÃO

I Cor 11,27 – Eis que todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.

Para derrubar essa acusação falaciosa, não precisaríamos nem recorrer a argumentos primorosos. As Igrejas Orientais, separadas de Roma em 1054, acreditam no milagre da transubstanciação, ou como chamam, “transmutação”. Seria estranho pensar que esse dogma tenha se instalado na Igreja por volta de 1215, já que se a Igreja Ortodoxa não possuía qualquer ligação com a Igreja Católica, como pensar que eles aceitariam uma imposição do ocidente 161 anos depois do Cisma?

Por si só, já conseguimos ver a grave mentira neste simples título. A questão é que a Igreja sempre acreditou neste mistério. O próprio Cristo deixou claro que sua carne é VERDADEIRA comida e seu sangue VERDADEIRA bebida (Jo 6.55). O apóstolo Paulo escreveu em sua primeira carta aos Coríntios que aquele que bebe e come do sangue e carne do Senhor indignamente, é REU de seu precioso corpo. Dizer isso, sem crer que houvesse essa verdade de fé, seria irreal.

No mais, para derrubar essa “tese”, veja o que Santo Irineu escreveu por volta do ano 180 (1035 anos antes do argumento de quem acusa) em sua obra contra os agnósticos (Contra as Heresias) a respeito da eucaristia:

Irineu de Lião (189-198, Contra as Heresias, livro IV, 18.5)  Como ainda podem afirmar que a carne se corrompe e não pode participar da vida, quando ela se ALIMENTA do corpo e sangue do Senhor? Então, ou mudam sua maneira de pensar ou se abstenham de oferecer as ofertas de que falamos acima. Quanto a nós, nossa maneira de pensar está de acordo com a Eucaristia e a Eucaristia confirma nossa doutrina. Pois lhe oferecemos o que já é seu, proclamando, como é justo, a comunhão e a unidade da carne e do espírito. Assim como o pão que vem da terra ao receber as invocações divinas de Deus, JÁ NÃO É PÃO COMUM, mas a Eucaristia, feita de dois elementos, o terreno e o celeste, do mesmo modo os nossos corpos, por receberem a Eucaristia, já não são corruptíveis por terem a esperança da ressurreição.

Será que de fato, esse dogma chegou a ser confirmado apenas depois do ano 1000? Pois bem, como podemos ver, não!

Verdade de fé, irrefutável!

ANO 1546 – INTRODUÇÃO DOS LIVROS APÓCRIFOS  

Por fim, chegamos ao último tópico dessa grande lista (farsa) pregada por alguns.

Os deuterocanônicos não são apócrifos e integram a lista da Igreja, desde o início do cristianismo. Assim como o novo testamento foi escrito em grego, o velho testamento, embora originalmente feito em hebraico, teve sua tradução realizada para o grego. Denominado versão dos setenta ou septuaginta, essa lista foi utilizada pelos apóstolos.

Entretanto, vamos ver alguns concílios que confirmaram esses livros antes de Trento (1546)

  • Laodiceia (Regional – 363), Em sua lista cita “Baruc”;
  • Hipona (Regional – 393), Em sua lista cita todos os livros da versão grega;
  • Cartago III (Regional – 397), Em sua lista cita todos os livros da versão grega;
  • Cartago IV (Regional – 419), Em sua lista cita todos os livros da versão grega;
  • Florença (Ecumênico – 1440), Em sua lista cita todos os livros da versão grega.   

Como podemos ver e se alguém quiser pesquisar esses concílios verá, que a Igreja sempre teve as obras deuterocanônicas em seu cânon.

Dizer que foram inseridos no concílio de Trento é ir contra a própria história, já que as Igrejas Ortodoxas, separadas de Roma desde 1054, também utilizam a septuaginta e em sua totalidade.

Em Cristo Jesus;

Érick Gomes. 





sábado, 1 de junho de 2013

PERSEGUIDOS PELO EVANGELHO


II Tm 3,12 – E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.

A perseguição é um vocábulo comum para todo cristão e isso, não se restringe unicamente a fé católica, na qual professamos. Na verdade, o conceito “perseguição” desde o início do cristianismo, deixou de ser uma forma de opressão para aqueles que seguiam a Cristo e sim, um motivo de honra e alegria, afinal, os próprios evangelistas registraram as palavras de Cristo onde ELE disse que pelo seu santo nome receberíamos injúrias:

Mt 24,9Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do MEU nome. 

Em 2000 anos de história cristã, foram muitos os que morreram por amor ao evangelho de Nosso Senhor, sendo que conforme os anos iniciais, o número de pessoas que sofreram martírio pela fé aumentava copiosamente e em contra partida, enquanto cristãos desapareciam, outros ressurgiam como o orvalho na manhã. Tertuliano em um de seus escritos disse que “o sangue dos mártires era semente de novos cristãos”.

Embora muitos anos se passaram, os cristãos não deixaram de ser perseguidos, a diferença, é que essa forma de opressão tem “mudado” de acordo com os anos. Enquanto alguns países ainda sofrem com Igrejas derrubadas, destruídas e pessoas assassinadas, outros países têm proporcionado aos cristãos o gosto da perseguição moral e nos últimos tempos, essa modalidade tem crescido com total força, uma vez que a liberdade de expressão alheia tem sido altamente valorizada e o pensamento cristão descartado na lata do lixo.

De qualquer forma, a primeira coisa que devemos pensar é: em que local estamos inseridos e qual o motivo para esse grande empurrão em pró da libertinagem? Pois bem, a sociedade tem passado por uma grande formulação do pensamento relativista onde “tudo pode” e “nada se deve”.  Na verdade, tudo se pode, contanto que a religião não atrapalhe, contanto que o cristianismo fique calado e possa ser reprimido.

É isso que a sociedade passa e é isso que nos obrigam a acreditar. Enquanto a maioria dos antirreligiosos bradam com total furor sua liberdade de pensamento, nós cristãos não temos o direito de manifestar aquilo que pensamos e cremos, alias, até temos, porém, para isso sofremos as mais variadas represálias.

Ao longo dos séculos a perseguição aos seguidores de Jesus tem se moldado as épocas, as grandes novidades e ao fanatismo anticristão que tanto domina o mundo e embora esse domínio seja antigo, em um passado distante tirava muitas vidas, hoje, procura “tentar” tirar o orgulho.

Entretanto, sabemos que isso é impossível.

Nosso Senhor, frente a Pilatos disse que “Seu reino não é deste mundo (Jo 18,36)” e é isso que cremos. O apóstolo Paulo sabiamente já dizia que:

II Cor 4,4Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.

Não querermos e nem devemos nos conformar com o “deus deste século”, mas, infelizmente sabemos que o adversário tem trabalhado arduamente para que a luz de Cristo seja apagada, entretanto, nós sabemos que o Reino do Senhor está por vir e muitos do que hoje blasfemam de suas santas palavras, terão conhecimento daquele que “É” e para sempre será! O Alfa e Ômega!

Rezemos para que todos tenham a chance de conhecer a plenitude da Salvação que é Cristo e que de perseguidores, passem a ser perseguidos para que assim, desfrutem de seus benefícios na Jerusalém celeste e assim, “naquele dia” possamos ressuscitar para a glória e não para a perdição:

Ap 9,6 - E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles. 

Em Jesus Cristo, Nosso Senhor!

Érick Gomes.