INTRODUÇÃO
Navegando pela internet há alguns dias atrás, me deparei com um blog protestante, onde o dono da página colocou algumas questões um tanto quanto “tendenciosas” a respeito das orações e preces que nós católicos fazemos para os Santos e Santas de Deus. Para que não existam dúvidas a respeito dessas perguntas, estarei comentando uma a uma e assim, refutar esses conceitos que na maior parte do tempo representam a falta de conhecimento a respeito daquilo que cremos.
Navegando pela internet há alguns dias atrás, me deparei com um blog protestante, onde o dono da página colocou algumas questões um tanto quanto “tendenciosas” a respeito das orações e preces que nós católicos fazemos para os Santos e Santas de Deus. Para que não existam dúvidas a respeito dessas perguntas, estarei comentando uma a uma e assim, refutar esses conceitos que na maior parte do tempo representam a falta de conhecimento a respeito daquilo que cremos.
I) Quantos terços tenho
que rezar para que por fim Deus possa ter as minhas atenções?
Vamos entender uma coisa: o terço é um
aspecto oratório que envolve a comunidade onde a grandiosa contemplação está em
entender os mistérios gozosos, sendo eles:
1 - Mistérios da Alegria: Anunciação do Anjo, Visitação de Maria SS a Isabel, Nascimento do Cristo, Apresentação do Jesus enquanto menino no Templo e seu encontro entre os doutores;
2- Mistérios da Dor: Agonia de Jesus no monte das oliveiras, flagelação do Senhor, coroação de espinhos, o caminho do calvário, crucificação e morte;
3 - Mistérios da Glória: Ressurreição, Ascensão, descida do Espírito Santo no cenáculo, assunção de Maria SS e a coroação de Nossa Senhora;
4 - Mistérios da Luz: Batismo, revelação de Jesus nas bodas de Caná, anuncio do reino de Deus, transfiguração no Monte Tabor e a última ceia sendo instituída a eucaristia.
1 - Mistérios da Alegria: Anunciação do Anjo, Visitação de Maria SS a Isabel, Nascimento do Cristo, Apresentação do Jesus enquanto menino no Templo e seu encontro entre os doutores;
2- Mistérios da Dor: Agonia de Jesus no monte das oliveiras, flagelação do Senhor, coroação de espinhos, o caminho do calvário, crucificação e morte;
3 - Mistérios da Glória: Ressurreição, Ascensão, descida do Espírito Santo no cenáculo, assunção de Maria SS e a coroação de Nossa Senhora;
4 - Mistérios da Luz: Batismo, revelação de Jesus nas bodas de Caná, anuncio do reino de Deus, transfiguração no Monte Tabor e a última ceia sendo instituída a eucaristia.
Conseguimos verificar com as informações mencionadas que
o “rosário” nada mais é que a contemplação dos mistérios da fé cristã católica
e esse momento é um dos mais sublimes da Igreja, já que os membros em plena
comunhão dedicam tempo para comungar da palavra de Deus e rezar o terço e essa
prática além de comum, é digna já que passamos pela paixão do Senhor através da
oração.
O autor dessa pergunta indaga quantos terços devem ser
rezados e a resposta é clara: quantos forem necessários! Não porque pensamos
que Nosso Senhor irá conceder o milagre pelo número de vezes e sim, pela
piedade de nossos corações! A oração do terço é um convite a conhecer nossa
própria história!
É engraçado que muitos protestantes passam por
determinados problemas e para conseguir a “graça do alto”, fazem campanhas,
orações cotidianas, divulgam seus problemas em boletins da igreja a fim de
conseguir aquilo que desejam e ai, eu pergunto: Quantas orações são necessárias
para conseguir um milagre? Já que Deus é justo e nos ouve, para que campanhas?
Para que repetir as mesmas orações que envolvam os mesmos problemas?
Isso não é um paradoxo?
II) Quantos degraus da
catedral aqui perto de casa tenho que subir de joelhos para que Deus possa
ouvir as minhas rezas da ave Maria?
Alguém já ouviu algum protestante dizer que fez um “propósito na vida”? Pois bem, normalmente esse propósito sempre é uma consequência de algum pedido ou algum “trato” onde é feito alguma “solicitação” e por conta desse desejo, o “crente” coloca um propósito a ser seguido se caso Deus atender aquilo que ele necessita.
Isso, nada mais é do que um “pagamento de promessas”
que normalmente vemos acontecendo. Confesso, que às vezes, por falta de
conhecimento da fé católica, muitos erram ao pagarem essas “promessas”.
Entretanto, cabe a Deus, conhecedor do coração do homem para avaliar
determinado ato.
Ninguém precisa “subir de joelhos” em uma escadaria
para conseguir que o Cristo atenda as preces, o ato interno do coração já
concede essa graça, uma vez que nosso Pai conhece todas as nossas intenções, a
diferença, é que cada um dedica isso da forma como quer e como deseja.
Ao protestante eu deixo uma pergunta: Qual a diferença
entre “subir uma escada” ou passar um “dia inteiro sem comer (jejum)”, sendo
que ambos atingem o corpo? Quantos jejuns são necessários para que Deus possa
ouvir nossas preces?
III) Qual é o instrumento
usado pelos católicos para medir quando é que a quantidade de rezas repetidas
pode ser interrompida com a convicção de que Deus finalmente nos ouviu?
Praticamente a mesma pergunta do início, apenas mudou
as palavras.
Nós não “medimos” o quanto rezamos e quando fazemos é
por amor daquilo que cremos. Diferente de muitos que “oram” para conseguir
algo, não precisamos rezar o rosário para conseguir bênçãos, mesmo porque,
entre as tantas funções que encontramos no terço, temos a de reunir a
comunidade para comungar junto do Cristo total que é a representação de seu corpo
místico.
E aqui, eu mais uma vez devolvo a pergunta: por que os
protestantes fazem campanhas, propósito, reuniões de oração a fim de conseguir
determinado milagre se Deus pode nos ouvir uma única vez? Vocês medem a
quantidade de preces?
IV) Se eu chegar para
Deus, com meu coração quebrantado, e em nome de Jesus, e dizer diretamente qual
é o meu problema, sem precisar ficar repetindo as rezas católicas, que parecem
mais mantralizações do que qualquer outra coisa, será que não seria melhor,
para que Deus possa ouvir-me?
Aqui o acusador generaliza e mostra total desconhecimento da nossa fé. Primeiramente que para falar algo do gênero, o criador dessa questão deveria conhecer o coração de quem intercede e ele pode fazer isso? É claro que não! Você pode muito bem se a chegar a Deus com um coração quebrantado, seja com orações espontâneas ou com orações prontas! Isso é invariável e cabe ao Senhor conhecer o íntimo de cada pessoa e julgar o quão “quebrantado” está esse coração.
Alias, quem disse que nós não temos nossos momentos
íntimos com o Senhor para que possamos colocar nossas vidas no altar de Deus?
Nosso Senhor nos concede todo o dia para que o
alcancemos de todas as formas possíveis, sendo que rezar aos Santos, rezar
pelos irmãos, rezar pelas obras, pela Igreja são partes importantíssimas da
vida cristã de todo aquele que tem Jesus Cristo como salvador!
V) Fiquei confuso estes
dias, porque precisei rezar para a senhora católica sobre um "causo",
mas não sabia para qual das centenas de senhoras que eu deveria rezar. Qual a
especificidade de cada uma delas, quais as especialidades pessoais de cada uma?
É normal que existam santos que são ligados a determinadas funções e por quê? Bom, alguns santos, enquanto vivos na carne faziam determinadas atividades, como é o caso de São Francisco de Assis que é ligado aos animais ou São José que era carpinteiro e por esse motivo, em determinadas circunstâncias, solicitamos a intercessão de algum santo que vivenciou os mesmos problemas que poderíamos passar, na verdade, essa é uma grande forma de aprendermos que aqueles que foram canonizados pela Igreja, também possuíram anseios e faziam coisas semelhantes a que fazemos.
VI) Se Deus é poderoso e
infinito em amor por nós, devo eu acreditar que rezar para os milhares de
santos católicos resolvam meus problemas?
É Deus que sempre realiza os milagres, entretanto ele utiliza muitos meios para que isso aconteça. A pergunta aqui deveria ser feita da seguinte forma:
“Se Deus é
poderoso e infinito em amor por nós, devo eu acreditar que rezar por milhares
de pessoas e pedir para que esses mesmos milhares rezem por mim, resolveriam
meus problemas”?
Os santos, nada mais cumprem o que nós cumprimos aqui.
Para nós católicos, existe um conceito denominado de “Igreja Militante (nós que
ainda estamos na carne)” e a “Igreja Triunfante (homens e mulheres que morreram
em amizade de Deus [Hb 12,22-23])” e
todos nós somos ligados mutuamente e esse laço é definido na oração, na
comunhão de todos os santos.
Se Deus é infinito em amor, porque os evangélicos oram
para que os problemas de seus outros irmãos sejam resolvidos? Não bastaria
apenas o amor de Cristo? É claro que sim! Porém é bíblico que a “oração do justo tem grande eficácia (Tg 5,16)” e desde o início do
cristianismo, a Igreja tem cumprido esse papel. A diferença, é que sabemos que nós
intercedemos, assim como a Mãe de Deus e os Santos intercedem.
VII) Se Deus é
infinitamente poderoso, e não há limite algum para o Seu poder, por que
acreditar que Deus possa precisar da ajuda de santos e de vossa senhora deusa
para sermos atendidos em nossas necessidades?
Maria não é nossa deusa. Maria não é e nunca deverá
ser adorada. Embora seja a mais perfeita e sublime de todas as pessoas por ter
carregado em seu seio o “Emanuel, Deus conosco”, ela é uma criatura.
Entretanto, Nossa Senhora é Mãe da Igreja e dos
Cristãos e por consequência de ser agraciada entre as mulheres, é Mãe de Deus
uma vez que Cristo era, enquanto na carne, 100% Deus. E isso não a caracteriza
como uma “deusa” e sim, uma cooperadora na obra da salvação, já que através do
seu “SIM”, a salvação (Jesus) entrou ao mundo.
Mas, voltando à questão, Deus não precisa da ajuda dos
Santos e tão pouco da nossa. Aqui, mais uma vez o acusador se esquece de que em
sua comunidade, muitos irmãos pedem a outros irmãos para que orem entre eles a
fim de que Nosso Senhor atenda e responda as necessidades individuais de cada
um. Se o Pai é infinitamente poderoso, porque achar que Ele precisaria de
nossas orações?
A resposta já foi escrita nas outras questões, mas eu
reforço novamente: Somos um corpo (I Cor
12,12) e estamos ligados mutuamente uns aos outros (I Cor 12,26) dessa forma, orando e intercedendo (Tg 5,16) cumprimos o papel do amor
tanto ensinado por Nosso Senhor.
Deus não precisa de ninguém, entretanto ele concede a
oportunidade para que nós, como filhos e filhas do Senhor dos céus e da terra,
intercedamos de forma piedosa uns pelos outros.
Nós podemos fazer isso. Os Santos que estão com
Cristo, também (Ap 6,9-10).
VIII) Se a Bíblia é clara
em ensinar que as pessoas, quando morrem, não sabem nada do que se passa na
terra dos viventes, e que aguardam as ressurreições de seus corpos, ou para a
glória eterna, ou para a condenação eterna, por que temos que acreditar
nisso?
Se analisarmos o velho testamento e o novo a respeito
da “consciência após a morte”, veremos que o conceito era diferente. Antes do
advento de Cristo, a ideia da morte não era tão clara e essa fórmula
doutrinária só passou a ter sentido após o nascimento de Jesus. Para os
antigos, o “Sheol” era o destino dos justos e injustos, sendo que os “bons” possuíam
um melhor descanso, pois assim está escrito: “Ora, minha esperança é habitar no Sheol (Jó 17,13)”.
Todavia, para Salomão, a morte era um período sem
esperanças - “Porque os vivos sabem que
hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma (Ec 9,5)”- e sem conhecimento, já que ninguém sabia o destino de
animais ou homens – “Quem sabe que o
fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da
terra (Ec 3,21)”?
Assim, com a vinda de
Nosso Senhor Jesus Cristo, o “paraíso” foi inaugurado:
II Cor 12,2-4 – Conheço um homem em
Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei;
Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se
no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao PARAÍSO;
e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.
Portanto, sabemos pelas próprias escrituras que Deus
não é Deus dos mortos e sim dos vivos (Mt
22,32), que os mortos possuem o conhecimento e lembranças das coisas da
terra (Lc 16,28-29), que os mortos
possuem suas faculdades após a separação da alma (Mc 9,4), que após nossa morte, assim
como Paulo queria, estaremos e habitaremos com o Senhor (II Cor 5,8 / Fp 1,23), que estamos rodeados por uma nuvem de
testemunhas que é formada por aqueles que partiram antes de nós (Hb 12,1), que no céus está a Igreja dos
primogênitos, dos espíritos APERFEIÇOADOS (Hb
12,23) e assim, sabemos que essas almas clamam a Deus por justiça (Ap 6,9-10).
Vemos que o novo testamento não prova essa inconsciência,
pelo contrário, sabemos pelas escrituras que após a morte, nosso espírito volta
a Deus (Ecl 12,7) e contemplamos sua
face, aguardando a ressurreição de nossos corpos que do pó, serão transformados
pela imortalidade (I Cor 15,53).
Deus transforma tudo e para ele, nada é impossível!
Assim como Paulo que teve uma visão de um Macedônio que
lhe ROGAVA e PEDIA AJUDA:
At 16,9 – E Paulo teve de noite uma visão, em que se
apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e
ajuda-nos.
Assim, os Santos intercedem por nós, não por seus
méritos e sim, pelos méritos do Senhor e Salvador do Mundo, Cristo Jesus.
Em Jesus, sempre!
Érick Gomes.
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