INTRODUÇÃO
Passados dois mil anos, a Igreja Católica continua sendo alvo dos
mais diversos grupos religiosos, sejam eles cristãos heterodoxos ou de outros
segmentos não cristãos. Denigrem a nossa fé, sem o devido entendimento,
acusam-nos sem antes terem lido uma única página do catecismo, alguma encíclica
ou qualquer documento que manifeste as crenças da Santa Igreja.
Uma pesquisa rápida pela internet revelará os absurdos propagados
por aqueles que acreditam saber muito mais do que o próprio catolicismo, que,
diga-se de passagem, peregrina nesta terra desde a fundação do próprio Cristo
que ao eleger por sua sublime vontade, São Pedro como o primeiro líder da
comunidade primitiva, instituía a continuidade do seu divino ensino durante os
séculos posteriores.
Sendo assim, somos católicos e aqui estamos para defender aquilo
que é a razão da nossa esperança (I Pe 3,15).
Divido aqui com os leitores, mais um artigo que procuro refutar
acusações infundadas e que refletem a total falta de conhecimento dos que estão
fora da barca de Pedro. Tratam-se de cinco perguntadas frequentemente usadas
por anti-católicos e que serão aqui respondidas. As questões estarão na cor
azul para facilitar a leitura.
REFUTANDO HERESIAS
1 – Por que vocês católicos falam mais de
Maria do que de Jesus?
Todo católico verdadeiro sabe perfeitamente que o fundamento da
nossa fé está enraizado na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Sem
isso, não existiria fé, não existiria a Igreja Católica e não existiria
cristianismo.
É isso que rezamos todas as missas ao professarmos a nossa fé: “Creio em Deus Pai todo poderoso, criador do
céu e da terra e em Jesus Cristo seu único filho nosso Senhor”.
Um forte argumento que facilmente derruba a falta de conhecimento
do autor da pergunta é a própria eucaristia, coração da celebração do culto
católico. A missa por si só é inteiramente cristocentrica, desde o seu início
ao seu fim e o ápice da adoração ao nosso Senhor Jesus, está ao contemplarmos
inteiramente o mistério eucarístico e tomarmos parte da mesa no banquete do
cordeiro.
Não falamos “mais de Maria”, pelo contrário, todo o ano litúrgico
da Igreja é centrado na pessoa de Jesus, todas as leituras (velho testamento,
salmos, evangelhos, cartas) nos remetem ao amor daquele que se revelou a
humanidade como o “Emanuel, Deus conosco” (Mt 1,23) e em todas as missas
relembramos de forma viva todo o sacrifício do Cristo por nós, a fim de
libertar-nos e salvar-nos para que sejamos novas criaturas.
Entretanto, não nos esquecemos de Maria Santíssima que é mãe da
Igreja e de todos os cristãos e para isso, temos motivos bíblicos para
seguirmos aquilo que a escritura determina para todos nós como verdade.
Sendo assim, veneramos a Virgem, pois:
- Somos descendentes da descendência da Mulher (Gn 3,15);
- Seremos perseguidos por servirmos a Jesus Cristo e por ser Ele, filho de Maria, é a descendência da mulher que gera os cristãos que são perseguidos (Ap 12,7);
- Maria é mãe do próprio Deus encarnado (Lc 1,43);
- No passado o povo judeu venerava a Arca da Aliança, onde Deus se manifestava (Ex 25,22), onde sua presença era “registrada por sua sombra” (I Rs 8,10), a arca carregava a antiga aliança (Ex 25,16), a vara de Arão – símbolo do sacerdócio – (Hb 9,4) e o maná – o pão descido dos céus – (Ex 16,33). Maria é a nova arca da aliança por ter carregado em seu ventre vivamente, tudo aquilo que foi sagradamente guardado pelos judeus em um objeto construído por mãos humanas. Deus se manifestou no seio da Maria (Mt 1,23), ela foi tomada pela sombra do altíssimo (Lc 1,35), carregou a nova aliança (Hb 12,24), o próprio sumo sacerdote (Hb 4,14) e o próprio pão descido dos céus que se dá por nós (Jo 6,51 e Jo 6,54);
- Veneramos Maria, pois, representamos profeticamente a geração que proclamaria a virgem como “Bem aventurada” (Lc 1,48).
Não colocamos Maria no lugar de Deus e tão pouco falamos “mais
dela”. Apenas a colocamos em seu verdadeiro lugar dentro da história da
salvação, onde, temos a total consciência de que seu “sim” abriu as portas para
que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, reinasse triunfante por todos os
séculos.
2 – As orações aos santos e a Maria são de
Deus? Onde está isso escrito na bíblia?
II Cor 1,11 – “Vós
colaborareis para tanto mediante a vossa prece; assim, a graça que obteremos
pela intercessão de muitas pessoas suscitará a ação de graças de muitos em
nosso favor”.
Todo
aquele que é batizado e recebido na Igreja é integrado ao Corpo Cristo. Todos
nós formamos uma única fé, cremos em um só Senhor e professamos um único
batismo para a remissão dos pecados (Ef 4,5), isto é, estamos ligados e a
oração é a maior prova da comunhão entre nós, cristãos.
Cremos que todo aquele que morre em estado de graça encontra-se
com Cristo, uma vez que, todo crente continua inserido no Senhor e na fé
católica mesmo após a morte; é um amor que não se finda (Rm 8,38-39). Acreditamos
mediante as escrituras e a tradição que até a ressurreição, os justos estarão
ao lado do Senhor, assim como prometido ao ladrão na cruz (Lc 23,41-43).
Sendo assim, tanto Maria Ss, quantos os santos podem interceder
por nós e é por isso que rogamos vossas intercessões. Paulo diz que há graças
que são obtidas através da “oração” e a Igreja, fiel aos ensinos de Jesus, continua
a propagar essa verdade (II Cor 1,11).
Além de que, biblicamente, há provas de que as almas podem
interceder por nós (Ap 5,8; Ap 6,9-10; Ap 8,3) e no próprio evangelho de
Marcos, Moisés estando morto, aparece ao Senhor demonstrando que suas faculdades psíquicas e a sua consciência continuavam plenas (Mc 9,2-8).
Mediante a prece de toda a Igreja, obtemos graças em nosso favor e
isso inteiramente bíblico.
3 – Por que os católicos adoram um Jesus
Cristo preso na cruz?
A cruz não é um amuleto e sim um símbolo da nossa redenção. Não
adoramos a cruz e sim o crucificado, pois, foi através desse santo madeiro que
Cristo perdoou os nossos pecados.
Existe uma grande confusão por parte daqueles que “acham” que nosso Senhor não pode ser retratado em uma cruz. Além de ser uma ideia totalmente anticristã é um ato anti-bíblico. Jesus venceu a morte através da ressurreição, mas, foi na cruz do calvário que nos redimiu e por esse motivo, a Igreja desde sua era primitiva continua a representá-lo “crucificado” para que jamais esqueçamo-nos da paixão do Cristo por toda a humanidade.
Existe uma grande confusão por parte daqueles que “acham” que nosso Senhor não pode ser retratado em uma cruz. Além de ser uma ideia totalmente anticristã é um ato anti-bíblico. Jesus venceu a morte através da ressurreição, mas, foi na cruz do calvário que nos redimiu e por esse motivo, a Igreja desde sua era primitiva continua a representá-lo “crucificado” para que jamais esqueçamo-nos da paixão do Cristo por toda a humanidade.
Paulo exalta os Coríntios a continuar a pregar “um Jesus Cristo
preso na cruz” por afirmar que a loucura da cruz é poder de Deus:
I Cor 1,18 – “Com efeito, a
linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se
salvam, para nós, é poder de Deus”.
Isto é, manifestar a cruz do Senhor, nada mais é que propagar o
amor supremo de Deus que foi até as últimas consequências para salvar a raça
humana do pecado. Se não fosse assim, Paulo jamais poderia dizer que “anuncia
um Cristo crucificado”:
I Cor 1,23 – “Nós, porém,
anunciamos Cristo crucificado, que para os Judeus, é escândalo, para os gentios
é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é
Cristo, pode de Deus e sabedoria de Deus”.
É incrível como em nossa atual era, passados dois mil anos, essas
palavras continuam atuais. Gregos e Judeus não aceitavam o anuncio do “Cristo
na cruz” e ainda hoje, muitos o rejeitam.
4 – Cite um versículo onde Deus mande falar
para uma imagem que ela deve rogar por nós?
Não poderia citar algum verso da bíblia e tão pouco conseguiria
citar um trecho do catecismo uma vez que, não há nenhum documento da Igreja que
ensine que uma “imagem deve rogar por nós”. Isso não existe e a fé
católica jamais afirmou isso.
A pergunta é fantasiosa e não retrata aquilo que cremos.
Imagens são objetos inanimados que nos remetem ao divino. É o
evangelho em cores, a catequese aplicada através das formas visuais, a arte que
leva a reflexão e como principal ponto: fazer com que cada um de nós continue a
lembrar de todo aquele que por amor a Cristo, entregou-se por martírio, por voto
de pobreza, amor aos doentes, aos necessitados e por uma busca incessante da
santidade.
A Igreja nos ensina a venerar piedosamente todo aquele que
merecidamente foi tido como “santo”. Honrar a criatura é engrandecer o próprio
Deus, autor da criação.
Rm 2,10 – “Glória, porém, e
honra e paz a qualquer que pratica o bem”.
Rm 8,30 – “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou, e aos que justificou a estes também glorificou”.
Rm
12,10 – “Amai-vos cordialmente uns aos
outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.
Rogamos
a intercessão dos santos (e não de imagens), pois, todo aquele que morre em
estado de graça, sua obra não perece, mas, acompanha-a no céu (Hb 12,1; Hb
12,22-23).
Rm 15,30 – “Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor ao Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”.
Rm 15,30 – “Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor ao Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”.
Por
fim, há um texto que explica de forma minuciosa o motivo do uso das imagens na
Igreja atual e nas comunidades primitivas.
Acesse:
5 – Cite onde Maria, Pedro ou Paulo ensine a
orar a eles para depois eles retransmitirem a Jesus.
A oração é uma pratica cristã e
é recomendada em todo o novo testamento. Em diversas oportunidades lemos que as
intercessões nas primeiras comunidades já eram a base para superar as
adversidades (fome, doença, perseguição e etc). Paulo ensina isso aos Efésios, ao dizer:
Ef 6,18 – “Com orações e suplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo, no
Espírito e para isso vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
Isto é, a oração não é uma ação
individualista, ao contrário disso, é uma ação onde nós nos comprometemos a
rogar por nossos irmãos. Quantas vezes, somos nós que transmitimos ao Senhor
(mesmo que Ele saiba) o que muitos irmãos pedem a nós? Não somos nós também,
intercessores em favor de outras pessoas? Paulo aos Coríntios escreve que
muitas são as graças obtidas pela intercessão uma vez que, todos colaboram!
II Cor 1,11 – “Vós colaborareis para tanto mediante a vossa prece; assim, a graça que obteremos pela intercessão de muitas pessoas suscitará a ação de graças de muitos em nosso favor”.
Tiago, irmão do Senhor, diz em sua epístola: “Orais uns pelos outros” (Tg 5,16).
Sendo
assim, pedir para que outras pessoas roguem por nós, para que eles assim,
entreguem nossa angustia a Cristo não é só bíblico, como um ato de caridade
para com todos os santos.
Nós
católicos cremos na “comunhão dos santos” e sabemos que todo aquele que morre
em estado de graça, está plenamente unido ao Senhor e por esse motivo, pode e
deve rogar por nós. Encontramos fortes indícios dessa crença cristã nas
escrituras sagradas.
Pois
bem, sabemos pela própria bíblia que:
- Há uma família na terra (Igreja militante) e uma no céu (Igreja triunfante) (Ef 3,14);
- O céu é formado pelos anjos em festas e pelo espírito dos justos que chegaram à perfeição (Hb 12,22-24);
- Ainda na carne, nossa alma clama em deixar este corpo para habitar com o Senhor (Fl 1,23; II Cor 5,6-9);
- Na vinda de Cristo, ele voltará junto de todos os seus santos (I Ts 3,13);
- Todo aquele que morre em estado de graça, integra-se a uma “nuvem de testemunha” que nos cerca (Hb 12,1);
- O apocalipse que narra um cenário onde muitas pessoas já haviam morrido, retrata que junto do altar, as orações de “todos os santos” (pessoas vivas ou mortas) eram oferecidas a Deus (Ap 5,8; Ap 8,3);
- As almas, mesmos após a separação do corpo, continuam com suas faculdades intelectuais e podem clamar por justiça, junto a Deus (Ap 6,9,10).
A
pergunta deveria ser de outra forma: Como não crer na intercessão dos santos?
CONCLUSÃO
Por
diversas vezes, nós católicos, somos confrontados com mentiras infundadas e
como batizados, devemos combater o bom combate (II Tm 4,7) e defender a
Igreja do Cristo (Mt 16,18).
Eis
que a hora é chegada. Rezemos por todos aqueles que necessitam conhecer a
verdade!
As
perguntas aqui apresentadas estão refutadas, para honra e glória de Deus!
Paz e
bem!
Érick
Augusto Gomes
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