A
cruz do Cristo é de fato, um dos grandiosos mistérios já vivenciados na
história da humanidade. Foi através desse santo madeiro que o precioso sangue
do “Deus-Homem”, foi derramado pela remissão e redenção de toda a humanidade.
Embora, isso seja uma verdade de fé professada por todos os cristãos, há algumas
linhas de pensamento que afirmam que o símbolo da crucificação, seria uma espécie
de “maldição”, já que nos tempos apostólicos, tal pena era imposta para
assassinos.
Embora
a cruz, tenha sido o “último argumento de Deus”, é comum observarmos como
algumas confissões cristãs possuem certo incomodo ao se deparar com uma imagem
ou ícone que retrata a crucificação de Jesus. É certo que Cristo ressuscitou,
sendo a primícia daqueles que morreram, mas, será que representá-lo pregado em
um “madeiro” é contradizer as verdades bíblicas? Afinal, se Ele ressuscitou e
agora a cruz está vazia, por que os católicos insistem em demonstrar um Jesus crucificado?
Para
resolvermos essa questão, é importante entendermos que representar a Cristo em
uma cruz é o dever de todo o cristão! Podemos verificar através da própria
escritura, que nosso Senhor venceu a morte pela ressurreição, mas, foi em sua
morte de cruz que tomou para si nossas enfermidades e pecados.
O
profeta Isaías, ao relatar sua visão do “servo sofredor”, descreve algumas das
dores que o salvador deveria passar, a fim de, resgatar toda a humanidade:
Is 53,5 – “Mas ele foi
ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados”.
Ao
contemplarmos a cruz de Jesus, adoramos aquele que por suas pisaduras,
trouxe-nos o caminho para alcançar o perdão de todos os nossos pecados. O madeiro no qual o Cristo morreu, não se
trata de um simples símbolo ou um amuleto, mas sim, um sinônimo de plena redenção.
É incrível como muitos imaginam que a representação de Jesus crucificado é um
escândalo, porém, se analisarmos esse acontecimento pela ótica bíblica,
entenderemos que o próprio apóstolo Paulo, afirma que gloriar-se na cruz de
Cristo é um motivo de alegria, pois, assim como ele (Jesus) morreu, nós,
através desta mesma cruz, devemos morrer para o mundo (Gl 5,11).
Nunca
devemos ser inimigos da Cruz (Fl 3,18)
e sim, contemplá-la, pois, foi através dela (cruz) que o mundo foi reconciliado com o Pai eterno (Ef 2,16), mediante ao sacrifício do
messias. É comum que alguns cristãos afirmem que “Jesus ressuscitou” e que a
cruz deve ser representada de forma “vazia”, nós católicos, declaramos que o
Cristo venceu a morte e vivo está, porém, não deixamos de seguir as palavras do
apóstolo Paulo aos coríntios, onde ele afirma que sim, nós devemos
pregar a Cristo crucificado:
1 Cor 1,23 – “Mas nós pregamos a
Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos”.
Dessa forma, entendemos que
representar a Jesus crucificado, concede-nos uma reflexão diária. A Igreja
sempre viu no objeto da cruz e na representação do sacrifício do Senhor, uma
fonte de animo e força, para todos aqueles que sofriam. É impossível olhar para
a cruz e não enxergarmos as nossas misérias e ficarmos envergonhados dos nossos
pecados, entretanto, sabemos e acreditamos que a cruz é o “poder de Deus”:
1 Cor 1,18 – “Por que a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós,
que somos salvos, é o poder de Deus”.
Assim como a cobra erguida
por Moisés, curou a muitos (Nm 21,8-9),
importava que o filho do homem, também fosse levantado para nossa salvação (Jo 3,14).
Sendo assim, a Igreja
Católica representa através de imagens, pinturas e ícones, o mistério mais
precioso da paixão de nosso senhor e salvador, Jesus Cristo: A CRUZ.
Em Cristo Jesus;
Érick Augusto Gomes
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