E aqui estamos nós, mais uma vez a nos deparar com os sofismas protestantes!
E dessa vez sobrou para os livros deuterocanônicos!
Andando pela página do facebook "caiafarsadocaiafarsa" me deparei com 36 questões (na verdade 35. Não existe a pergunta 8. O protestante pula uma possível nona pergunta. De qualquer forma, mantive a forma como ele havia colocado) que o autor grita (ou copia) com tanto furor que cheguei até sentir o mau-hálito.
Estou colocando uma a uma e passarei por elas afim de mostrar que os livros da versão grega sempre estiverem nas bíblias genuinamente católicos e com isso, vamos demonstrar a verdade!
1) – Por que Gregório que era papa em 600 A.D. rejeitou os apócrifos?
O Papa Gregório exerceu seu pontificado entre os anos 592 até 604. O texto que o autor supõe em que o Bispo de Roma "rejeitou" os deuterocanônicos se encontra em sua obra "Moralia in Job (Moral em Jó)", sendo que seu início se deu no ano de 578;
Assim o papa escreveu:
O Papa Gregório exerceu seu pontificado entre os anos 592 até 604. O texto que o autor supõe em que o Bispo de Roma "rejeitou" os deuterocanônicos se encontra em sua obra "Moralia in Job (Moral em Jó)", sendo que seu início se deu no ano de 578;
Assim o papa escreveu:
Moralia In Job, Parte IV, Livro XIX, 34 - "Com especial referência a que não estamos agindo de forma irregular, se a partir dos livros, embora não canônicos, mas publicados para edificação da Igreja, nós apresentamos o testemunho. Assim Eleazar na batalha feriu e derrubou um elefante, mas morreu sob a própria besta que o matou (I Macabeus 6.46)".
A primeira coisa que precisamos entender é que para a Igreja nem sempre aquilo que é dito canônico significa necessariamente aspecto de inspiração para os livros sagrados. Muitas vezes alguns livros estavam integrados as sagradas escrituras, mas não faziam parte do "cânon litúrgico", isto é, estavam na "bíblia, mas não eram lidos nos ofícios da comunidade. Dificilmente algum protestante saberia disso já que não conhece absolutamente nada dos desígnios da Igreja. Percebam que Gregório não diz que Macabeus não era inspirado e sim não canônico o que poderia supostamente nos levar a pensar que ele falava a respeito da canonicidade para a liturgia e um fato que corrobora com essa afirmação é que quando ele escreveu essa obra, o mesmo ainda não era papa (578) e por estar em Constantinopla, o livro dos Macabeus não fazia parte do "cânon litúrgico", se não fossem isso meus amigos, não teríamos inúmeras citações desse grande Papa que chama os deuterocanônicos de escrituras, isto é, quando o Papa Gregório cita da "não canonicidade" de Macabeus, menciona o aspecto litúrgico e não o agregado de livros inspirados.
Observem as citações:
Ibidem, Parte VI, Livro XXXI, 87 - “O orgulho é, claro, a raiz de
todo mal, de que é dito, como a Escritura
testemunha: ‘O orgulho é o começo de todo pecado’. (Eclesiástico 10,
26)”
ibdem Parte V, Livro XXVI, 27 - “[...] é dito pela Sagrada Escritura: ‘Não se torne como o cavalo e a mula que não
têm entendimento’ (Salmo 31, 9). O esforço orgulhoso deste último é
responsabilizado quando se diz: ‘Não procures o que é elevado demais para ti, e não procures
penetrar nas coisas acima da tua capacidade’ (Eclesiástico 3, 22).
Podem
existir variadas respostas para essa questão e aqui não entraremos no mérito,
mas, temos que concordar que as duas informações são diferentes! E me diga,
isso seria um motivo para desconsiderar a inspiração? De forma alguma!
Pr 21,19 – É melhor morar numa terra deserta DO QUE COM A MULHER rixosa e irritadiça.
Pr 25,24 – Melhor é morar só num canto de telhado do que com a mulher briguenta numa casa ampla.
TRATO CRUEL AOS ESCRAVOS
Pr 26,3 – O açoite para o cavalo, o freio para o asno: a vara para as costas do tolo.
Lendo o livro do profeta Jeremias, vemos que ele escreve um castigo para os samaritanos:
Vocês escolhem apenas as partes que
querem? Já não bastam interpretar a próprio prazer as escrituras e ainda querem
escolher o que julgar da tradição da Igreja?
O
ensino mencionado por Cristo se encontra no livro de Eclesiástico!
O problema protestante é que para eles, opiniões individuais são tidas com total louvor, contanto que seja de acordo com o que eles pensam. Esquecem-se de que o corpo de Cristo não é formado de um único argumento e sim de uma base sólida para tal e aqui é onde entra a unidade da fé que confirmou o que todos deveriam ter como escritura inspirada.
Ibidem, Parte 1, Livro 4, 3 - “Por isso é que, com dificuldade o descanso eterno é
atingido pelos poderosos que estão cercados por exércitos inumeráveis de vassalos e encarregados com a mente cheia de
uma grande variedade de preocupações. A respeito, a
Escritura diz: ‘Uma sentença mais severa será para os poderosos.’ (Sabedoria
12, 6) Portanto
Verdadeiramente diz o Evangelho: ‘A quem muito é dado, muito será cobrado’
(Lucas 12, 48). Raramente acontece que aqueles que possuem ouro, empenham se
para o descanso eterno, na medida em que a Verdade mesmo diz: ‘Quão
dificilmente os que têm riquezas entrarão no reino de Deus’ (Mateus 19, 25).”
Ibidem, Parte 1, Livro 3, 2 - “Ele é rei
sobre todos os filhos da soberba (Jó 41, 25-26). Está escrito: ‘O orgulho é o começo de todo pecado’
(Eclesiástico 10, 15)”.
Ibidem, Livro III, 7 - “A este
respeito está escrito: ‘Pela
inveja do diabo, a morte entrou no mundo’ (Sabedoria 2, 24). Pois quando a decadência da inveja corrompeu o coração dominado,
indicações exteriores mostram quão grandemente os loucos impulsos provocam a
mente.”
Ibidem, Parte I, Livro III, 9 - “A Raiva de fato mata o tolo: e a
inveja mata o pequeno (Jó 5, 2). Pois está escrito: ‘Mas tu, Senhor, julgas
com tranquilidade’ (Sabedoria 12, 18), devemos tomar nota particular que tão
frequentemente como nós contemos nossas emoções turbulentas pela virtude da
mansidão, estamos tentando retornar à semelhança do nosso Criador.”
2)
– Por que motivo Jerônimo que era um dos homens mais cultos do mundo e doutor e
pesquisador da igreja encarregado pelo próprio papa
de fazer sua tradução, rejeitou os apócrifos?
Antes de qualquer
argumento para essa questão, é importante ressaltar dois pontos: São Jerônimo,
a primeira vista foi um dos padres que tinha uma visão mais critica em relação
aos deuterocanônicos entretanto, ele foi o escritor que MAIS CITOU os livros da
versão grega, para tanto, temos que ler algumas de suas obras para entender seu
pensamento.
Jerônimo era um
escritor clássico de grande espírito cristão, porém, seus estudos aprofundados
das escrituras por parte da língua hebraica, fez com que em certo ponto ele
tivesse tendências a pensar como os judeus no que dizia respeito às antigas
escrituras, mas, seus testemunhos confirmam que ele oscilou nesse ponto, já que
a tradição cristã trabalhava com os livros da septuaginta.
Outro forte argumento que corrobora no
favorecimento de Jerônimo pelo cânon hebraico é porque o mesmo sentia-se
“embaraçado” ao debater com judeus e citar qualquer obra que não fosse
reconhecida por eles. A verdade é que isso não passava de tática, usada não
somente por ele, mas por muitos outros padres que usualmente enfrentavam
judeus. O protestante J.N.D Kelly,
confirma essa tese em um de seus livros (KELLY,
2000).
Vemos que em algumas das afirmações de
Jerônimo, leva-nos a pensar que pela teoria, ele não citava os deuterocanônicos
como escritura inspirada, mas na prática, os colocava no mesmo patamar de qualquer
outra.
Assim, nas palavras
de São Jerônimo lemos a afirmação católica das escrituras inspiradas, quem não
crê, que prove o contrário!
Prólogo do Livro de
Judite – “Entre
os hebreus, o livro de Judite é encontrado entre os Hagiógrafos” (...) “Receba
a viúva Judite, um exemplo de castidade e declare honra triunfal com louvores
perpétuos a eles”.
Carta 65.1 / A principia – “Rute, Ester e Judite são tão
nobres que seus nomes foram colocados nos livros sagrados”.
A Salvina, Carta 79.10 – “(...) Você tem viúvas, como
você dignas de serem modelos, Judite de renome na história hebraica”.
Comentário sobre o livro de Daniel – “E Susana clamou com grande voz
(...) E assim, por esse motivo, A ESCRITURA não atribuiu uma grande voz ao
clamor dos anciãos, para a declaração é meramente os anciãos também gritaram
contra ela (Daniel 13.27)”.
A Eustóquio, Epístola CVIII – “A ESCRITURA não diz: ‘não te
sobrecarregue acima do teu poder’? (Eclesiástico 13.2)”.
Carta 118.1 – A Juliano – “A Sagrada ESCRITURA diz: ‘Uma
palavra inoportuna é música em dia de luto’ (Eclesiástico 22.6)”.
Comentário sobre Isaias, Livro XV – “E deixe-nos ouvir a
advertência da ESCRITURA: ‘Pensai no Senhor com retidão’ (Sabedoria 1.1)”.
Comentário em Eclesiastes 8 – “E é isso que está ESCRITO no
livro de Tobias: ‘É bom manter oculto o segredo do Rei’ (Tobias 12.7)”.
Breviários sobre os Salmos, Salmo 9 – “E em outro lugar DEUS
DISSE: a alma do justo é o assento da sabedoria (Sabedoria 7.27)”.
Comentário sobre Isaías, Livro I – 1,24 – “(...) Do qual ESTÁ ESCRITO –
‘mas os poderosos serão provados com rigor (Sabedoria 6.7)’”.
Como podemos ler meus amigos, embora Jerônimo possa em
algumas ocasiões ter “depreciado” os livros da versão grega, durante sua vida,
ele os citou e em muitos casos como escritura canônica. Não consigo entender como os protestantes encontram um
ombro amigo em algumas palavras de Jerônimo e nem ao menos seguem seu exemplo
no que tange ao uso dos livros deuterocanônicos.
OBS: O autor da questão chama Jerônimo de um dos “homens mais cultos do mundo, doutor e
pesquisador”, será que ele sabe que São Jerônimo escreveu um tratado
defendendo a virgindade perpétua de Maria e acreditava na intercessão dos
Santos?
3) - Quem negaria que Atanásio era um dos maiores
líderes da igreja em sua época? Participou de um dos mais importantes concílios
ecumênicos, sendo o principal influenciador do mesmo; porque ele também
rejeitou os apócrifos? (a opnião tem um peso tremendo).
Atanásio não rejeitou
tais livros, pelo contrário, são tidos por ele como “instruções da palavra da piedade”.
ATANÁSIO, 367 – “Mas, para maior exatidão, acrescento
também, escrevendo de necessidade; que há outros livros, além desses, de fato
não incluídos no cânon, mas nomeados pelos Pais para serem lidos por aqueles
que recentemente se juntaram a nós, e que desejam instruções na palavra de
piedade. A Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Ester, Judite e Tobias e
aquela que é chamado do Ensinamento dos Apóstolos (Didaque) e o Pastor
(Hermas). Mas os primeiros meus irmãos, são incluídos no Cânone, sendo que este
último para leitura, não há em nenhum lugar uma menção de escritos apócrifos”.
Percebam que nesta
citação de Atanásio, ele não coloca os deuterôcanonicos na ordem dos escritos
bíblicos, entretanto, os da grande valor e ainda menciona que dentre as obras
mencionadas por ele, não há qualquer escrito apócrifo, isto é, é claro dizer
que para esse Bispo, as obras gregas possuíam um status “diferente” dos livros
hebraicos, mas, em nenhum momento os intitula de “apócrifos” como os
protestantes adoram fazer.
Vale ainda ressaltar
que em sua lista dos livros canônicos, Atanásio abraça “Baruc” que para os
reformadores da atualidade é apócrifo:
ATANÁSIO, 367 – “Depois de Jó, e então os profetas, os doze
profetas (profetas menores) sendo reconhecidos como um livro. Em seguida
Isaias, então JEREMIAS COM BARUC, LAMENTAÇÕES E A EPÍSTOLA (Capítulo 6 de
Baruc)”.
Dificilmente
entenderemos a cabeça dos protestantes: usam Atanásio para sustentar suas
teses, mas não aceitam BARUC que era tida como canônica pelo próprio Bispo! Se
para o autor da pergunta o opinião dele tinha um “peso tremendo”, por qual
motivo os “crentes” não tem em suas bíblias o livro de Baruc?
De qualquer forma,
não faltam argumentos para dizermos e afirmarmos que Atanásio usava com total
propriedade os livros deuterocanônicos. Vejamos:
Contra os pagãos 1.11.1 – “Mas destes e tais invenções
como da loucura idólatra, a ESCRITURA ensina-nos de antemão muito tempo atrás,
quando disse: ‘É pela idealização dos ídolos que começou a apostasia (...)’
(Sabedoria 14.12-21)” .
Apologia Contra os Arianos, parte 2.66 – “(...) Como a Sagrada Escritura
DIZ em algum lugar: ‘O pai morre, é como se não morresse porque deixa depois de
si alguém semelhante a ele’ (Eclesiástico 30.4)”.
Contra os Arianos, Discurso 1.19 – “(...) E no livro de Baruc ESTÁ
ESCRITO: ‘Tu abandonaste a fonte da sabedoria’ (Baruc 3.12)”.
Carta 19.5 – “Também o Espírito, que nele está, ORDENA
DIZENDO: ‘Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Senhor teus votos.
Oferecer o sacrifício da justiça e coloca a sua confiança no Senhor’.
(Eclesiástico 18.17)”.
4) - De Agostinho nem é preciso dizer, ele foi
"o cara" da igreja, mas apesar de querer estes livros incluídos na
Bíblia, porque ele não os reconhecia realmente como canônicos?
Como?
Vamos tentar entender
a pergunta: Santo Agostinho queria os livros da versão grega na bíblia, mas não
aceitava sua canonicidade? Sinceramente? Deixarei que o próprio autor da
pergunta responda isso para os leitores, pois até o momento não me lembro de
alguém que queira algo, mas não acredite na consistência da causa!
Seria trivial. Para
isso, cabe ao acusador provar sua afirmação.
Como nós estamos
trabalhando com escritos reais, vamos colocar o que de fato Agostinho pensava.
Santo Agostinho,
Bispo de Hipona foi um dos primeiros, se não o primeiro pai da Igreja a expor
uma lista completa de todos os livros canônicos sem omitir qualquer diferença
entre obras “da bíblia” e obras para leitura litúrgica, sendo assim, lemos em
suas palavras as seguintes conclusões:
AGOSTINHO, 397 – “Agora, o COMPLETO CÂNON DAS ESCRITURAS, sob
o qual nós proferimos este julgamento que deve ser praticado, é formado pelos
seguintes livros: cinco livros de Moisés, isto é, Gênese, Êxodo, Levítico,
Números, Deuteronômio, um livro de Josué, filho de Nun, um dos juízes, um
pequeno livro chamado Rute (...) Há outros livros que parecem não seguir uma
ordem regular, e não estão ligados nem com a ordem dos livros anteriores, nem
um com o outro, como Jó, TOBIAS, Ester, JUDITE, os DOIS LIVROS DOS MACABEUS, e
os dois de Esdras (...) Para dois livros um chamado SABEDORIA e o outro
ECLESIÁSTICO, são atribuídos a Salomão a partir de certa semelhança de estilo,
mas a opinião mais provável é que eles foram escritos por Jesus, filho de
Sirac. São colocados entre os proféticos livros, desde que obtiveram
RECONHECIMENTO como sendo autoridade (...)”.
Alguém ainda tem
dúvidas do que Agostinho aceitava?
Para “matar” esse
questionamento, apenas mais uma citação:
Cidade de Deus 21.9 – “Por que lemos nas ESCRITURAS antigas:
‘humilha-te profundamente, porque a punição do ímpio é o fogo do verme’.
(Eclesiástico 7.19)”.
OBS: Mais uma vez o
autor exalta um Pai da Igreja. Aqui ele diz que Agostinho era o “cara”. Pois
bem, Santo Agostinho, doutor da Igreja DEFENDIA a Virgindade Perpétua de Maria.
Será que alguém avisou isso para o protestante desavisado?
5)
- Porque o concílio de calcedônia, que foi um importante concílio ecumênico
rejeitou os apócrifos?
O concílio de Calcedônia rejeitou os deuterocanônicos?
Não há problemas quanto a isso, temos ainda outros ONZE concílios (Laodiceia, Hipona, Cartago III e IV, Éfeso,
Trullo, Nicéia II, Constantinopla IV, Laterano, IV, Florença e Trento) que
apresentaram listas semelhantes a que nós católicos usamos ou, se nada falaram,
ao menos em seus cânones fizeram referencias a algum livro da septuaginta.
Os protestantes trabalham com “visões isoladas” de uma história que não
pertence a eles. Não existem problemas em sabermos que qualquer concílio,
de qualquer época tenha tido alguma informação divergente do que cremos (como é
o caso de Laodiceia onde afirma somente Baruc, como livro canônico e não inclui
o Apocalipse entre as escrituras) o que precisamos tomar como base é o que a
Igreja definiu e afirmou durante os séculos.
E nisso, vemos que Calcedônia rejeitou tais livros enquanto muitos
outros concílios que serviram de base para uma decisão final foram promulgados
e exaltados, porém, os evangélicos tomam pontos isolados e se esquecem de que a
história não é composta de um ano, ou um concílio, mas de uma série de fatores
que levaram a Igreja a oficializar tal decisão.
6) – Por que cardeal Ximenis em sua Poliglota
Complutense (1514-1517) afirma que os livros apócrifos não faziam parte do
cânon?
Mais uma vez o autor
das questões quer que acreditemos que opiniões isoladas possuem o peso de uma
Igreja inteira. Se o protestante
aceita a opinião do Cardeal Ximenes, porque não analisar de muitos, ou se não
quase todos os outros sacerdotes que pensavam o contrário?
O teólogo Erasmo de
Roterdam (mesma época), aceitava os livros deuterocanônicos Por que não
acreditar em sua opinião pessoal?
7)- Por que cardeal Cajetan, que fez oposição ao
reformador Martinho Lutero em 1518, publicou em 1532, uma lista dos livros do
AT, que não incluía os apócrifos?
Idem a questão seis.
Existem muitos outros testemunhos de teólogos da época que, assim como a
Igreja de Cristo, aceitavam os livros deuterocanônicos.
8)- Como pode Judite ser um livro inspirado por
Deus e porque foi canonizado se o livro errou quando disse que Nabucodonosor
foi rei de Nínive, quando é fato histórico incontestável que ele na verdade foi
rei de Babilônia? (se ela errou, não é escritura canônica, pois Jesus disse que
a Escritura não pode falhar).
O autor parece
desconhecer outros trechos da bíblia que ele considera canônica que apresentam
possíveis imprecisões.
Vemos por exemplo,
que em Mateus 27.9, o evangelista atribuiu ao profeta Jeremias uma profecia que
foi “lançada” na verdade por Zacarias:
Mt 27,9 – Assim se
cumpriu a profecia do PROFETA JEREMIAS: Eles receberam trinta moedas de prata,
preço daquele cujo valor foi estimado pelos filhos de Israel.
Zc 11,12-13 – Eu
disse-lhes: Dai-me o meu salário, se o julgais bem, ou então retende-o! Eles
pagaram-me apenas trinta moedas de prata pelo meu salário.
Lemos
também no mesmo evangelho que Mateus narra que Judas se enforcou
Mt 27,5 – Ele jogou
então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se.
Enquanto Lucas, no livro dos Atos
escreve que Judas se jogou:
At 1,18 – Este homem adquirira um campo com o salário
de seu crime. Depois, tombando para a frente, arrebentou-se pelo meio, e todas
as suas entranhas se derramaram.
Agora
fica a minha pergunta: por essas divergências, deveríamos desconsiderar o livro
de Mateus?
No
mais, fazendo uma verificação rápida, podemos entender o porquê dessa possível
divergência no livro de Judite. Quem reinou em Nínive foi “Nabopolosar” que era
pai de Nabucodonosor e o que provavelmente tenha acontecido é que o escritor do
livro de Judite tenha personificado na figura do pai o filho e mesmo que isso
não tenha um possível fundamento, não descaracteriza o livro como não inspirado
já que temos o exemplo do próprio evangelho de Mateus.
10) – Por que Baruc 6:2 (um livro apócrifo só
aceito por vocês) diz que o cativeiro babilônico durou 7 gerações sendo que
Jeremias 25:11 diz que durou apenas 70 anos?
O livro não é apócrifo, a
própria escritura dita como canônica pelo escritor da questão atesta esse fato.
É muito provável que Baruc era uma espécie de secretário do profeta Jeremias,
sendo que em seu livro lemos que a palavra do Senhor veio a Jeremias e ele
chamou Baruc para escrever as sagradas letras:
Jr 36,1-4 – Sucedeu,
pois, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta
palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: Toma o rolo de um livro, e
escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de
todas as nações, desde o dia em que eu te falei, desde os dias de Josias até ao
dia de hoje. Porventura ouvirão os da casa de Judá todo o mal que eu intento
fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a
sua maldade e o seu pecado. Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; E
ESCREVEU BARUC DA BOCA DE JEREMIAS no rolo de um livro todas as palavras do
SENHOR, que ele lhe tinha falado.
Br 1,1 – Eis o texto do
livro escrito por Baruc, filho de Nérias, filho de Maasias, filho de Sedecias,
filho de Sedei, filho de Helcias, em Babilônia.
Agora sobre o possível erro levantado pelo acusador. De acordo com o
escritor “Rafael Rodrigues”, autor do livro em “Defesa dos Deuterocanônicos”,
esse erro ocorreu por uma variação dos manuscritos chegados até nós e que muito
provavelmente foi um erro do copista que poderia ter confundido o texto na hora
da tradução, já que as palavras sete ou setenta nas línguas semitas são
semelhantes.
De qualquer forma, lemos em Gênesis que Abraão profetiza que o cativeiro
no Egito seria de 400 anos:
Gn 15,13 – Então disse a
Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia,
e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.
Porém, ao lermos Êxodo vemos que o cativeiro durou 430 anos:
Ex 12,40 – O tempo que
os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos.
Agora, se o autor desconsidera Baruc porque ele pensa que o registro do
cativeiro Babilônico era incoerente, será que ele desconsideraria Gênesis, já
que Abraão profetizou errado o tempo da escravidão no Egito?
11) –Por que a contradição no fato de Antíoco
morrer de três maneiras diferentes nos registros dos livros de Macabeus: 1
Macabeus 6:16; 2 Macabeus 1:16 e 9:28?
Oras, já mostrei
acima que existem diferenças nos relatos da morte de Judas Iscariotes, entre
Mateus e Lucas.
Mt 27,5 – Ele jogou
então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se.
At 1,18 – Este homem adquirira um campo com o salário
de seu crime. Depois, tombando para a frente,
arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.
Um descreve um
enforcamento, enquanto o outro diz que ele se jogou. Se registros diferentes de uma mesma morte são
motivos para desconsiderar o livro de Macabeus, teríamos que jogar a sorte para
ver se acreditamos em Lucas ou Mateus?
Por que o autor
aceita essas descrições e recrimina o livro de Macabeus?
Alias, em que local o
criador das perguntas acha que encontrou diferenças da morte de Antíoco? Vejamos:
I MC 6,16 – Relata
o ano da morte de Antíoco;
II MC 1,16 – Descreve
a Morte: por esmagamento e saraivada de pedras;
II MC 9,28 –
Não descreve a morte, apenas menciona que ele morreu próximo as montanhas.
Aqui lemos os seguintes
comentários que se unem: Ano da Morte (149 a.C), modo da morte (esmagamento e
saraivada de pedras) e local (próximo às montanhas).
Alguma incoerência
nisso?
12) – É verdade que beber sempre água sem estar
misturada com vinho é nocivo à saúde, como ensina 2 Mac 15:40?
Para saber se é
verdade ou não teríamos que entender a cultura da época em que o livro foi
escrito!
É o cumulo a que
ponto chega os argumentos dos protestantes para desconsiderar essa obra! Como
argumento, apelam para uma passagem que interpretam fora do contexto atual!
Alias, não sabia que
existia o versículo 40 do capítulo 15 de II Macabeus.
A Referida passagem
se encontra no verso 39 e não no 40 como o protestante afirma. No mais, o intuito do autor, era
fazer alguma ligação com alguma pratica da época, isto é, ele não está
ensinando nada! Mesmo porque, ele simplesmente menciona que é extremamente
agradável beber água e vinho e por isso o seu escrito, comparado a essas duas
misturas trará alegria e prazer aqueles a quem ler.Alias, água e vinho
(sangue) é uma combinação perfeita já conhecida por nós cristãos.
Jo 19,34 – mas
um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e
água.
13) – Tobias não contém certos erros históricos e
geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser
(1.15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por
Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares?
Já disse em outra questão (N° 10) que existem
imprecisões a respeito de alguns pontos históricos. Por exemplo, aqui o
protestante diz que “Nabopolosar” tomou
Nínive, e como disse acima, é possível que o autor tenha personificado o filho
no pai assim como no livro de Judite! O reinado em Nínive foi de fato de Nabopolosar,
entretanto tanto em Judite como em Tobias é chamado de Nabucodonosor
possivelmente por conta do filho.
Agora notem algumas coisas. Lendo o evangelho de
Mateus vemos que Jacó é o avo paterno de Jesus:
Mt 1,15-16 – E Eliúde gerou a Eleazar; e Eleazar gerou a Matã; e
Matã gerou a Jacó;
E JACÓ GEROU A JOSÉ, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo.
E JACÓ GEROU A JOSÉ, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo.
Já em Lucas, lemos que o avo de Cristo, na verdade era
Heli:
Lc 3,23 – E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos,
sendo (como se cuidava) filho de José, E JOSÉ DE HELI.
A
questão é que quando entram em cena os livros deuterocanônicos, os evangélicos
procuram a todo custo buscar supostos erros a fim de desmerecer as obras,
imprecisões são passíveis e normais e se isso é motivo para não dar crédito,
teríamos que desconsiderar os evangelhos que trazem informações diferentes
sobre os avós paternos de Jesus.
Tenho
certeza que se Mateus ou Lucas estivessem dentro dos livros que os protestantes
consideram “apócrifos” esses dois versículos seriam uma boa desculpa para
desconsiderar a canonicidade dos mesmos.
14) – Por que Eclesiástico 12:4-7 diz que se deve
negar o pão aos ímpios e não lhes fazer nenhum bem,sendo que claramente
Provérbios 25:21-22, diz que devemos sim lhes dar pão e água, vejam Mateus
5:44-48?
Vamos analisar o
contexto do que o escritor queria passar.
Não é novidade que
Deus abomina o pecado e isso está muito bem especificado em todas as
escrituras, o Senhor tem prazer pelo homem justo, mas o seu coração não suporta
o pecado dos ímpios:
Sl 5,4-5
– Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará
o mal. Os
loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.
Sl 11,5 – O Senhor
prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma.
Sl 34,21 –
A desgraça matará o ímpio, os que odeiam o justo serão condenados.
Se lermos o contexto em que a passagem de Eclesiástico se
encontra, vemos que se trata da “ira” de Deus contra os atos do pecador. O
versículo quarto enfatiza o fato de que nós não devemos dar ao pecador aquilo
que só ao altíssimo cabe! Quem julgara é Deus e é só ele que sabe o que os
ímpios merecem e por isso o escritor menciona que o bem, seja feito ao humilde,
quanto ao pecador que comete injustiças, ELE (Senhor) o castigará naquele dia.
Ecl 12,4 – Dá
ao homem bom, não ampares o pecador, pois Deus dará ao mau e ao pecador o que
merecem; ele os guarda para o dia em que os castigará.
Quando lemos os livros do velho testamento, nem sempre
encontramos informações que sejam unitárias. Para desmerecer essa passagem, o
protestante cita provérbios, mas se esquece de que muitos pontos chegam a ser
culturais, em deuteronômio se lê que se existir uma moça virgem desposada e
algum homem a encontrar e se deitar com ela, ambos morreram apedrejados!
Dt 22,23-24 – Se uma virgem
se tiver casado, e um homem, encontrando-a na cidade, dormir com ela,
conduzireis um e outro à porta da cidade e os apedrejareis até que morram: a
donzela, porque, estando na cidade, não gritou, e o homem por ter violado a
mulher do seu próximo. Assim, tirarás o mal do meio de ti.
Se em Ecl 12,7 está escrito que não se deve dar pão
ao ímpio, o que pensar do verso acima onde o ímpio deve ser morto? E agora?
Deveríamos rejeitar esse sagrado livro por incentivar a pena de morte, já que a
maldade sairia daquele meio por meio dessa ação?
15) – Expliquem como Eclesiástico, sendo um livro
“inspirado por Deus”, pode ensinar: o trato cruel aos escravos – 33.28 e 30;
42.5; o desprezo pela mulher - 25.17-36; e incentivar o ódio aos samaritanos –
50.27 e 28?
Céus, paciência!
Cultura da época meus
amigos protestantes. Fatos como esse descrito em Eclesiástico aparecem em
outros livros da bíblia que vocês carregam para os cultos.
DESPREZO A MULHER
Lendo a passagem de
Eclesiástico (25.17-36), nada encontramos. Apenas uma “chamada” a mulher má que
destrói o marido e a casa, se dermos continuidade a leitura, veremos que no
capítulo 26, o autor, ao contrário do que havia dito no capítulo 25, exalta a
mulher que edifica a casa:
Ecl 26,1-2 - Feliz o homem que tem uma boa mulher, pois, se duplicará o número de seus anos. A mulher forte faz a alegria de seu marido, e derramará paz nos anos de sua vida.
Exemplo semelhante a
esses, lemos no próprio livro do Provérbios onde está escrito que é muito
melhor morar em uma “tenda deserta do que com uma mulher que trás contendas”.
Aqui, vemos o “desprezo” pela mulher nos livros canônicos que os protestantes
aceitam:
Pr 19,13 – O filho
insensato é uma desgraça para o pai, e um gotejar contínuo as CONTENDAS da
mulher.
Pr 21,19 – É melhor morar numa terra deserta DO QUE COM A MULHER rixosa e irritadiça.
Pr 25,24 – Melhor é morar só num canto de telhado do que com a mulher briguenta numa casa ampla.
TRATO CRUEL AOS ESCRAVOS
Aqui nos deparamos
mais uma vez com conceitos de uma época muito antiga. No passado, era comum que
os “escravos” não tivessem um tratamento generoso. O próprio livro de
Provérbios diz que um escravo mimado desde a juventude se torna desobediente no
futuro:
Pr 29,18-21
– Por
falta de visão, o povo vive sem freios; ditoso o que observa a instrução! Não é
com palavras que se corrige um escravo, porque ele compreende, mas não se atém
a elas. Viste um homem precipitado no falar: há mais esperança num tolo do que
nele. Um escravo mimado desde sua juventude, acaba por se tornar desobediente.
Assim como o próprio livro de
provérbios ensina que aplicar a “vara” é um motivo de correção para os filhos,
para os tolos e para os insensatos:
Pr 13,24 – Quem poupa a vara odeia seu filho; quem o ama,
castiga-o na hora precisa.
Pr 19.29 – As varas estão preparadas para os mofadores e os
golpes para o dorso dos insensatos.
Pr 23,13-14 – Não poupes ao menino a correção: se tu o castigares com a vara, ele não morrerá, castigando-o com a vara, salvarás sua vida da morada dos mortos.
Pr 23,13-14 – Não poupes ao menino a correção: se tu o castigares com a vara, ele não morrerá, castigando-o com a vara, salvarás sua vida da morada dos mortos.
Pr 26,3 – O açoite para o cavalo, o freio para o asno: a vara para as costas do tolo.
Será que agora vão recriminar o
livro de Provérbios por promover a correção os maus tratos através da vara?
ÓDIO AOS SAMARITANOS
Ecl 50,27-28 – Há dois povos que minha alma abomina, e o terceiro,
que aborreço, nem sequer é um povo: aqueles que vivem no monte Seir, os
filisteus, e o povo insensato que habita em Siquém.
Os
Judeus não tinham um bom relacionamento com os Samaritanos e isso não é uma
opinião exclusiva do autor do Eclesiástico, alias, o escritor apenas manifestou
sua abominação contra essa nação que estava entregue a idolatria.
Lendo o livro do profeta Jeremias, vemos que ele escreve um castigo para os samaritanos:
Jr 23,9-13 – Aos
profetas. Parte-se dentro de mim o coração, e se me abalaram todos os ossos.
Assemelho-me a um ébrio, qual homem prostrado pelo vinho, por causa do Senhor e
de sua palavra santa. A terra está cheia de adultérios e está em luto esta
terra maldita. As pastagens do deserto ressecaram e os homens correm para o
mal. É a iniquidade que lhes dá forças. São profanos o próprio profeta e o
sacerdote. Até no meu templo encontro sua perversidade - oráculo do Senhor. Por
isso o seu caminho será como um caminho escorregadio nas trevas, e lá se
entrechocarão e hão de cair. Pois precipitarei a desgraça sobre eles no ano em
que os castigar - oráculo do Senhor. Entre os profetas samaritanos vi absurdos:
profetizaram em nome de Baal e desencaminharam meu povo de Israel.
Será que Jeremias
também planou o ódio aos samaritanos?
16) – Como Macabeus é inspirado se ele mesmo
reconhece que no seu tempo já havia cessado o ofício profético?
Prove! Em que momento das sagradas escrituras é menciona que existiria
um período “inter-bíblico” que findaria as profecias?
Antes de qualquer coisa, apenas não esqueça que a própria bíblia refuta
tal argumento quando menciona que “a lei e os profetas duraram até João”.
Lc 16,16 – A lei e os profetas duraram até João. Desde então é anunciado
o Reino de Deus, e cada um faz violência para aí entrar.
17)-
E como que Macabeus é a palavra infalível e inerrante de Deus, se ele mesmo
reconhece que seus escritos podiam conter erros suficientes para tornar toda a
sua obra medíocre, e se desculpa dizendo que ele não pode fazer nada melhor (1º
Macabeus 9.27; 2º Macabeus 15.37).??????????????????
Eu não sei se o autor
das questões leu as passagens. Ao que me parece, ele desconhece as obras.
Enfim, em I Mc 9,27, o escritor não pede desculpas e nem manifesta nada a respeito sobre
supostos erros, diferente de II Mc 15,37, onde Judas manifesta uma
opinião PESSOAL sobre aquilo que ele havia escrito.
Esse pensamento de
cunho íntimo não desmerece a inspiração do livro. Quando vemos as duas cartas
que São Paulo escreveu aos Coríntios lemos que em alguns momentos, o apóstolo
dos gentios relata suas palavras e “não a do Senhor”.
I Cor 4,12 - Mas aos outros DIGO EU, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
Em outro caso, Paulo
diz que não tem um mandamento do Senhor a respeito das virgens, mas da o seu
parecer, isto é, sua “opinião”.
I Cor 7,25 – Ora, quanto às virgens, NÃO TENHO mandamento do Senhor;
dou, porém, O MEU PARECER, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para
ser fiel.
Mais adiante, ainda
na segunda epístola, ele escreve que o que fala não é segundo o Senhor e sim
por sua própria loucura.
II Cor 11,17 – O que digo, NÃO O DIGO SEGUNDO O SENHOR, mas como por loucura,
nesta confiança de gloriar-me.
Quando lemos o
evangelho de Lucas, vemos que o evangelista não diz que havia recebido alguma
revelação e sim que tivesse INVESTIGADO cuidadosamente ou como algumas
traduções colocam, “havendo-me INFORMADO minuciosamente” dos fatos antes de
escrever a obra.
Lc 1,3 – Também a mim me
pareceu bem, depois de haver diligentemente investigado tudo desde o princípio,
escrevê-los para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo.
O que me chama a
atenção no verso acima, não é o fato da investigação, mas, é porque tenho
certeza que se qualquer livro da septuaginta tivesse escrito que investigou
para escrever, tenho certeza que os “evangélicos” diriam que o livro seria
apócrifo, pois a revelação é dada por Deus e não informada ou investigada.
Isto é meus irmãos, o
fato de se utilizar um parecer pessoal sobre o que se escreve, não significa
que o livro não seja inspirado. O problema para os protestantes é que o relato
de Macabeus está um pouco “agressivo” aos seus olhos, mas não perde em nada
para a loucura de Paulo que como mesmo diz, não escreve “segundo o Senhor”, mas
por sua própria cabeça.
Se Paulo, em alguns
momentos não “escreveu segundo o Senhor”, então deveríamos desconsiderar suas
cartas? Ou deveríamos desconsiderar Lucas por ter escrito com base em
investigações?
18)- Jesus disse que a Escritura não pode falhar
(Jo 10.35). Nas verdadeiras Escrituras não se encontram erros ridículos como
estes. Então os erros destes livros (os 7 não aceitos)provam que não são inspirados
não é mesmo?
Já vimos aqui que existem situações encontradas nos livros canônicos que
se assemelham aos livros deuterocanônicos.
Quem manifesta a ideia de supostos erros é o criador da questão, pessoa
essa que não tem qualquer autoridade sobre a interpretação ou composição das
obras inseridas na bíblia.
Portanto, fica ao autor das perguntas, o livre arbítrio em criticar tais
escrituras.
Apenas não esqueçamos que quem definiu as escrituras não foram opiniões
singulares e sim o corpo de Cristo que é a Igreja!
19-) Porque Melito, bispo de Sardes, rejeitou esses
livros no segundo século e Orígenes, no terceiro século?
Vamos ver se protestante esta falando a verdade.
De acordo com a lista escrita por Eusébio em sua “História
Eclesiástica”, Melito aceitava a obra da Sabedoria e Baruc, entretanto, não
citou Ester.
É estranho o raciocínio do protestante que alega que ele tenha rejeitado
todos os livros, sendo que dois dos sete que possuímos estão em seu catálogo e
é mais estranho ainda que o criador da questão não se pergunte o porquê do
Bispo ter rejeitado Ester. Sendo assim, Melito entra na lista dos padres que
aceitavam alguns e rejeitavam outros e se ele não creditou as escrituras de
Ester, teríamos que desconsiderá-la por isso?
Quanto a Orígenes, se lermos a História Eclesiástica de Eusébio, na
página 312, 25.2, lemos que esse pai da Igreja, em sua lista cita “Macabeus” e
“Baruc” como escritura oficial. Além de que, em muitos outros escritos ele cita
as escrituras deuterocanônicas! Só para os protestantes que Orígenes renegou
essas obras, pois por ele mesmo, aceitava-as.
Carta a africano, parágrafo II – “Você
começa dizendo que quando em minha discussão com o nosso amigo Bassus, eu USEI
A ESCRITURA que contém a profecia de Daniel quando ainda jovem na questão de
Susana e que eu fiz isso como se tivesse me passado que está parte do livro era
espúria (...) Você alega que tais escritos são falsos porque só se encontram no
grego e na no hebraico (...) Em resposta a isso, digo que há muitas outras passagens, que como
na História de Susana que é recebida POR TODA A IGREJA DE CRISTO (...)”.
Conta Celso LVIII, 50 – “Pelo
menos é o que a ESCRITURA DIVINA declara: ‘Qual a raça é digna de honra? A raça
dos homens? Qual raça é digna de desprezo? A raça dos homens? ’ (Eclesiástico
10.19)”.
Ididem LVII, 12 – “Aqueles
que desejam viver segundo as ESCRITURAS aprenderam que: ‘A ciência do tolo é um
discurso incoerente’ (Eclesiástico 21.18)”.
Contra Celso, Livro III, 72 – “Como
é DEFINIDO PELA PALAVRA de Deus: ‘Emanação do poder de Deus eflúvio de sua
Onipotente Glória’ (Sabedoria 7.28)”.
Dos princípios 2.5 – “Mas
para que possamos crer na AUTORIDADE DAS SAGRADAS ESCRITURAS que tal é o caso,
ouça como no livro de Macabeus, onde a mão dos sete mártires exorta seu filho a
suportar a tortura (...) (II Macabeus 7.28)”.
Homilia VII – “A
ESCRITURA ENSINA: ‘Ouve oh Israel os preceitos da vida e as normas da
prudência’ (Baruc 3.9)”.
Alguém ainda tem dúvidas do que Orígenes pensava sobre os
deuterocanônicos?
20)- Por que no quarto século, baniram-nos
igualmente os "santos" Atanásio, Hilário, Cirilo de Jerusalém,
Cipriano, Gregório Nazianzeno e Eusébio, bispo de Cesaréia, Anfilóquio e os
bispos reunidos no Concilio de Laodicéia, o qual foi confirmado por um decreto
do Concilio Geral em Trulo (Can.2), e que, portanto, é obrigatório para a
Igreja de Roma.????????????????????????????
É interessante que o
criador das questões deu um belo de um ctrl C ctrl V e copiou as informações
iguais do site CACP do artigo “os apócrifos e os pais da Igreja” (http://www.cacp.org.br/os-apocrifos-e-os-pais-da-igreja/).
Uma pena. Imaginei que era
alguma novidade. O rapaz copiou e ainda não conseguiu colocar nenhuma
concordância.
Enfim, já falamos isso
várias vezes e até o fim falaremos. Os Pais da Igreja tinham opiniões das mais
variadas, mas quem definiu a decisão oficial foi a Igreja e não opiniões ou
teses isoladas. Já vimos aqui que Atanásio
aceitava Baruc (Festal Letter 39) e
temos citações que esse pai da Igreja cita “Sabedoria” e “Eclesiástico”. Hilário aceita Baruc, Tobias e Judite
e cita outros livros gregos como Macabeus e Sabedoria. Cirilo de Jerusalém
aceita Baruc e cita outros livros como Sabedoria e trechos deuterocanônicos de
Daniel. Cipriano na maioria de seus escritos cita I e II Macabeus, Sabedoria,
Tobias e Eclesiástico. Gregório de Nazianzeno aceita Baruc e em alguns escritos
cita Eclesiástico e Sabedoria. Anfilóquio aceita Baruc.
São os mais variados exemplos que
temos, somente aqui do quanto ora os pais aceitam os livros ora, os citam
apenas como “leitura piedosa e edificante”.
E aqui, temos uma grande quantidade de
informações e a Igreja, como mãe, juntou todas elas e confirmou o que seria
vivido por todos.
Percebam caros leitores, que os
protestantes citam esses Pais da Igreja na intenção de afirmar que eles
“rejeitavam” tais livros, mas em nenhum momento mencionam o quanto esses homens
tinham apreço pelos livros deuterocanônicos. No mais, porque os evangélicos que
adoram falar de tais padres, não fazem como eles e passam a usar as obras da
septuaginta em seus textos?
21)-Por que no século V e VI, São Jerônimo,
Epifánio, Junílio bispo africano, e Isidoro bispo de Sevilha, rejeitaram os
livros apócrifos?.
Palavras também copiadas
do mesmo artigo. Dificilmente o autor das questões deve saber o porquê o CACP
ter colocado esses padres, provavelmente, o máximo que fez foi copiar e
acreditar no Prof. Paulo Cristiano. Duvido muito que tenha lido algo a
respeito.
Pois bem, sigo a mesma
linha da questão passada e de outras aqui respondidas. Não existem problemas em
saber que outros teólogos ou padres pensavam ao contrário de muitos outros. A
Igreja NÃO TRABALHA com opiniões coletadas e sim, na fé promulgada por TODA a
Igreja definida por esse Corpo. Sendo assim, qualquer argumento que menciona
que pessoa “X” ou “Y” pensava ao contrário da Igreja, não tem valor ao ser
provado pela própria palavra final da mesma Igreja, isto é, a Una e Católica.
Alias, mesmo que alguns
antigos não fossem lá tão adeptos aos escritos deuterocanônicos, dificilmente
veremos os mesmos acusando tais obras como heréticas. Temos o próprio exemplo
de Jerônimo, que conforme lemos neste mesmo artigo, citou inúmeras vezes os
livros gregos e em algumas ocasiões os chamou de “escritura”.
Às vezes eu penso que os protestantes adoram citar
frases dos antigos padres que iam contra os deuterocanônicos, mas fecham os
olhos para muitas outras onde esses mesmos santos incentivavam seu uso e em
tantas outras ocasiões os tinham como escritura inspirada.
O protestantismo também se confunde ao pensar que nós
deveríamos levar em consideração comentários, sem recorrer à opinião final da
Igreja, para vocês, isso é NORMAL! Afinal, qual a conformidade que se existe
dentro das igrejas protestantes?
Se as pessoas possuem ideias diferentes, fundam-se
outras Igrejas. Para nós, se existem divergências, recorre-se ao que a Igreja
definirá como fé avaliando todos os lados e isso está muito bem contemplado
quando falamos da Bíblia Sagrada.
E o que quero dizer com isso? Fácil! Durante os 2000
anos da Igreja, encontraremos os mais variados testemunhos, dos mais variados
temas, contra e a favor e entre todos eles, teremos a colocação oficial da
Igreja junto do colegiado apostólico.
Entenderam?
22)- Porque no seculo VII nada menos que a autoridade
do próprio Papa Gregório, o Grande, rejeitava os livros apocrifos(e a
infalibilidade papal)?
Disco travado.
Pergunta respondida na primeira questão.
De qualquer forma, vamos citar mais um trecho de seus escritos que
mostram o uso desses livros:
Livro III, Epístola 13 – “Mas,
se a sua santidade sabia tanto o que eu referi na minha carta quando o que
tinha sido feito, seja contra João presbítero ou contra Atanásio, monge de
Isauria e presbítero, e escreveu-me, eu não sei, o que posso responde a isto,
porque a verdade diz ATRAVÉS DA SUA ESCRITURA: ‘A boca que mente mata a alma’
(Sabedoria 1.11)”.
23)- Por que no seculo VIII, João Damasceno,
fundador da teologia escolástica entre os gregos, e Alcuíno, abade de São
Martinho de Tours, na França rejeitaram os apócrifos?
Mais uma questão que já foi comentada aqui.
Por que o autor das questões não cita que na obra “Fé Ortodoxa 4.15” de João Damasceno ele
chama o livro de Sabedoria de “Escritura divinamente inspirada”?
"A divina Escritura também diz que 'as almas dos justos estão na mão de Deus' (Sabedoria 3.1) e a morte não pode lançar mão deles".
Esse é mais um dos exemplos desesperados do autor de
procurar em fatos isolados respostas pelos seus anseios. Quantas vezes terei
que comentar aqui que se pegarmos escritos por escritos de todos os padres,
veremos que existem as MAIS VARIADAS INFORMAÇÕES, mas que esse conjunto de
dados foram responsáveis pela decisão final da Igreja?
Esse é mais um dos exemplos desesperados do autor de
procurar em fatos isolados respostas pelos seus anseios. Quantas vezes terei
que comentar aqui que se pegarmos escritos por escritos de todos os padres,
veremos que existem as MAIS VARIADAS INFORMAÇÕES, mas que esse conjunto de
dados foram responsáveis pela decisão final da Igreja?
24)-Por que no seculo IX, Nicéforo, patriarca de
Constantinopla, e a "Glosa Ordinária", começada por Alcuíno, ou por
Estrebão, e concluída por vários escritores, repudiam os livros apócrifos?
Pergunta semelhantes as demais. Aqui vale mais alguns
comentários.
Nicéforo em uma de suas obras, menciona uma lista de
livros canônicos e outra dos livros disputados que são os deuterocanônicos. É
no mínimo curioso que o protestante não saiba que dentro das escrituras “não
eclesiásticas”, Nicéforo coloca ESTER como obra disputada.
Aqui eu volto a falar. Os padres tinham suas opiniões,
mas a Igreja como corpo de Cristo foi a responsável por dar o aval final. Agora
que o colega sabe que Nicéforo não colocava a obra de Ester entre os livros
inspirados, será que você ainda falará dele como argumento para sua tese?
25)- Porque no seculo X e XI, o monge Flaviacense e
Élfrio, abade de Malmesburye ePedro, abade de Clugni rejeitaram os apocrifos?
O monge Flaviance em sua obra “in Comm a Levítico, prologo ao livro décimo quarto", cita que Tobias, Judite e Macabeus são livros para edificação da Igreja, entretanto, diz que Sabedoria e Eclesiástico contém elementos proféticos e históricos, assim como Provérbios e Cantares.
Eu gostaria de ver com toda a clareza os escritos desses homens que "rejeitaram" os livros deuterocanônicos. E por mais que tivessem feito isso, os protestantes se esquecem de muitos outros que aceitavam e o pior, exaltam uma opinião singular e não avaliam a da Igreja.
26)-Por que no seculo XII e XIII, Hugo de São Vítor,
Ricardo de São Vítor, Roberto, abade de Duits e autor da "Glosa"
sobre Graciano e da versão inglesa da Bíblia que existe na biblioteca da
Universidade de Oxford e o cardeal Hugo e São Boaventura rejeitaram os
apócrifos?
Opiniões isoladas meus
amigos protestantes. Vou repetir: a Igreja sempre teve pluralidade de
pensamentos, entretanto, isso não seria uma condição necessária para que o
corpo tivesse a decisão de padre X ou Y, já vimos aqui o quanto os pais da
Igreja tinham pensamentos distintos sobre a Bíblia e não estou dizendo
exatamente os deuterocanônicos. Basta ler a “História Eclesiástica” de Eusébio
onde ele relata que escritos como “Hebreus” e “Apocalipse” ainda não eram
aceitos por todos devido às disputas.
A Igreja não trabalhar ou
defini nada com base de argumentos ou opiniões separadas. Podemos ter
informações de ambos os lados, mas a comunidade católica, guiada pela
manutenção do Espírito Santo que decidiu com respaldo concreto e análise sobre
todos os livros.
Por isso eu reforço que
citar alguns comentários isolados, não representam uma posição oficial.
Eu sei que para o
protestantismo, opiniões isoladas são importantes, se não fosse, não haveria
tantas “igrejas” com pensamentos diferentes.
27)- Por que no século XIV e no seculo XV, Ricardo
Fitz Ralph, arcebispo de Armagh e primaz da Irlanda, Nicolau Lira e Viclef e
Tomás Valdense e Dionísio Cartusiano rejeitaram os livros apócrifos?
Idem a questão 26.
A Igreja tem mais de 2000
anos. Por que em vez de citar algumas vozes isoladas, vocês não colocam
informações equivalentes a todo esse tempo para defender a razão de vocês? Por
que vocês não citam uns quinze concílios que dão aval a crença protestante?
É engraçado que vocês se
baseiam em alguns padres só que não percebem que muitos deles aceitavam alguns
livros ou, se isso não acontecia, os tinha como leitura edificante, coisa que
vocês não fazem.
28)-Porque no seculo XVI o famoso cardeal Caetano
ilustre prelado da Igreja Romana escreveu um comentário sobre os livros
históricos do Antigo Testamento, oferecido ao Papa Clemente VIII e que foi
publicado doze anos antes de reunido o Concílio de Trento e em sua dedicatória,
o cardeal faz sua a regra de São Jerônimo, relativa à clara distinção que este
faz entre os livros canônicos propriamente ditos e os "apócrifos"?
Caetano era “Jeromista”, isto é, ele acreditava que os
concílios deveriam ser submetidos às ideias de Jerônimo.
Em outras palavras, Cardeal Caetano coloca São
Jerônimo acima de qualquer autoridade da Igreja. Sabemos da grandiosa
contribuição desse pai da Igreja que nos presenteou com a vulgata e também
temos consciência, de que, por mais que suas ideias pareciam ser contrárias aos
deuterocanônicos, ele os utilizou como qualquer outro padre de sua época (ver
questão 2).
De qualquer forma, sendo Jerônimo importante, ele
também estava submetido às decisões do corpo de Cristo, assim como Caetano que
embora tenha tido uma opinião SINGULAR da Igreja, tinha consciência de que
esses livros eram autorizados e recebidos no cânon:
Comentário
sobre Ester
– “Podem, no entanto, ser chamado de canônicos
(isto é, dada como regra) para a edificação dos fieis já que são recebidos e
autorizados no cânon da Bíblia para este fim”.
29)- Por que Jerônimo disse: "Portanto, a
Sabedoria (...) Judite e Tobias (...) não fazem parte do cânon (...). a igreja
lê Judite e Tobias e Macabeus mas não os recebe entre as Escrituras canônicas
(...) [são] livros úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer
doutrinas da Igreja."??????
Já disse em uma das questões acima que Jerônimo, por
conta de seus estudos tinha grande apreço pela versão hebraica, assim como se
sentia “embaraçado” em debater com judeus e citar qualquer livro
deuterocanônico, já que aqueles que rejeitaram a Cristo, também não aceitavam
tais obras.
Em diversos escritos, Jerônimo tinha uma posição
contrária a tais livros, mas, vale que ressaltar que na teoria via-se um mover
contrário aos deuterocanônicos, enquanto que na pratica, São Jerônimo
continuava a citá-los como se fossem escrituras.
Não me assusta saber que Jerônimo tenha escrito que os
livros que não constam no cânon hebraico eram apenas para leitura do povo,
mesmo porque, sabemos dessa sua posição. Cabe ao protestante que acusa,
explicar do porque Jerônimo ir contra os livros gregos e em MUITAS outras obras
os colocá-los como escritura inspirada.
Carta 148.20 – “DEVIDO A ISSO DIZ A ESCRITURA: ‘Quanto mais fores elevado, mais te
humilharás em tudo, e perante Deus acharás misericórdia’ (Eclesiástico 3.20)”.
Carta 148.18 – “POR ISSO, A ESCRITURA DIZ: ‘Derrete teu ouro e tua prata e faz uma
balança para (pesar) as tuas palavras, e para a tua boca, um freio bem
ajustado. Tem cuidado para não pecar pela língua’ (Eclesiástico 28.29-30)”.
Comentário
Sobre Jeremias, Livro XV – “A ESCRITURA DIZ: ‘A
sabedoria não entrará na alma perversa’ (Sabedoria 1.4)”.
Comentário
sobre Gálatas, Livro I -2,3 – “Sobre o Espírito
Santo em outro lugar ESTÁ ESCRITO: ‘Vosso espírito incorruptível está em
todos’. (Sabedoria 12.1)”.
A Eustóquio,
Epístola XXXI, 2 – “Ainda a nossa alegria não se
deve esquecer o limite definido pela Escritura e não devemos ficar muito longe
da fronteira da nossa luta. Seus presentes, de fato, lembram-me do VOLUME
SAGRADO, pois nele Ezequiel adorna Jerusalém com braceletes (Ezequiel 16.11)
BARUC recebe cartas de Jeremias (Baruc 6) e o Espírito Santo desce na forma de
uma pomba no batismo de Cristo (Mateus 3.16)”.
Alias, defendem tanto algumas palavras de Jerônimo e
porque não fazem como ele e passam a usar os deuterocanônicos em seus cultos
como “leitura edificante”, ou como dizia Atanásio “Leitura de piedade”?
30)- Por que no prefácio de Daniel, Jerônimo
rejeitou claramente as adições apócrifas a Daniel (Bel e o Dragão e Susana) e
defendeu apenas a canonicidade dos livros encontrados na Bíblia hebraica,
escrevendo: "As histórias de Susana e de Bel e o Dragão não estão contidas
no hebraico. Por isso, quando traduzia Daniel muitos anos atrás, anotei essas
visões com um símbolo crítico, demonstrando que não estavam incluídas no
hebraico [...] Afinal, Orígenes, Eusébio e Apolinário e outros clérigos e
mestres distintos da Grécia reconhecem que, como eu disse, essas visões não se
encontram no hebraico, e portanto não são obrigados a refutar Porfírio quanto a
essas porções que não exibem autoridade de Escrituras Sagradas"??????
Deixemos que o próprio
Jerônimo responda a questão para o amigo.
JERONIMO, 402, Livro II,33
– “Em referencia a Daniel minha resposta
será que eu NÃO DISSE que ele não era profeta; ao contrário eu confesso, no
próprio início do prefácio, que ele era um profeta. Mas eu desejei mostrar qual
era a OPINIÃO SUSTENTADA PELOS JUDEUS; e quais eram os argumentos que ELES
USAVAM PARA PROVAR. Eu também disse ao leitor que a versão lida nas Igrejas
Cristãs não era a da septuaginta, mas a de Teodocião. É verdade, eu disse que a
versão da septuaginta era neste livro muito diferente da original, e que foi
condenada pelo justo julgamento das Igrejas de Cristo; mas o erro não foi meu
que relatei o fato, mas daqueles que leem a versão. Nós temos quatro versões
para escolher: aquelas de Áquila, Simáco, Septuaginta e Teodocião. As Igrejas
escolheram ler Daniel na versão de Teodocião. Que pecado eu cometi se segui o
julgamento das Igreja? Mas quanto EU REPETI o que os judeus dizem contra a
história de Susana, o hino dos três jovens, e a estória de Bel e o Dragão, que
não estão contidos na bíblia hebraica, o homem fez está acusação contra mim
prova que ELE MESMO É UM TOLO E UM CALUNIADOR. Pois eu expliquei NÃO O QUE EU
PENSAVA, mas o que eles comumente diziam contra nós. Eu não refutei a opinião
deles no prefácio por que eu, sendo breve e cuidadoso, para não parecer que eu
não estava escrevendo um prefácio e sim um livro. Eu disse, portanto ‘aqui não,
agora não é o momento para entrar em discussão sobre isso’”.
Parece que Jerônimo escrevia para os protestantes.
Vejam que Jerônimo deixa claro que as acusações relatadas, não são dele e sim
dos Judeus! Ele havia explicado o que comumente eles diziam contra os cristãos
e não o que ele pensava!
Se não fosse isso, porque São Jerônimo em seu
“Comentário sobre o livro de Daniel” teria escrito a favor das partes
deuterocanônicas? Vejamos:
“E Susana
clamou com grande voz (...) Sua voz era grande não por causa das vibrações
intensas que enviadas através do ar, nem por causa do clamor que veio de seus
lábios, mas por causa da grandeza da castidade com que ela chamou o Senhor. E
assim, por esse motivo, A ESCRITURA
não atribuiu uma grande voz ao clamor dos anciãos, para a declaração é
meramente: ‘Os anciãos também gritaram contra ela’ (Daniel 13.24)”.
Mediante a esses dois relatos o que os protestantes
poderiam argumentar?
31)-Por que o Concílio de Laodicéia no Ano 367, Can. LX,
Labb. et Coss., tom. 1, coluna 1507, rejeita os livros apócrifos, Paris,
1671.????
Já escrevemos acima
que Laodicéia (CONCÍLIO REGIONAL) não “rejeitou” todos os livros deuterocanônicos em sua lista encontramos a obra de BARUC. Também já disse que
tivemos muitos concílios que confirmaram todas as obras aceitas pela Igreja. O
problema é que o protestantismo foca em um ponto da história e se esquecem dos
outros e ainda por cima querem questionar algo que nem pertence a eles, isto é,
a tradição católica.
Além de que, deixo a
pergunta: Se gostam tanto do concílio de Laudicéia, porque não aceitam o livro
de Baruc, já que seguem o direcionamento deste cânone?
32)-porque o Concílio de Calcedônia no Ano 451,
confirma os cânones do Concílio de Laodicéia; Art. 15, de can. 1, Labb. Conc.
IV, Paris, 1671. e também não aceitam os livros apócrifos?
Idem a questão acima.
Se eles confirmaram, os protestantes então aceitam o livro de Baruc?
Reforço novamente,
outros concílios (Hipona, Cartago III e IV, Éfeso, Trullo, Nicéia II, Constantinopla IV,
Laterano, IV, Florença e Trento) confirmaram a crença católica
durante os séculos, ou por listarem os deuterocanônicos ou por citaram suas
obras em algum cânone, sendo assim, porque não procurar entender o
desenvolvimento de todos eles durante os séculos do que ficar como um “disco
travado” citando as mesmas fontes que no fim, volta-se quanto ao próprio protestantismo,
já que tanto em Laodicéia, quanto em Calcedônia BARUC é abrigado pelos dois
concílios?
33)- Por que não há uma CITAÇÃO DE UM TEXTO
APÓCRIFO como Escritura, algo como: "A Escritura diz..." seguida de
uma citação de um texto apócrifo (vcs são inteligentes, não façam de conta que
não sabem o que é citação) – mas não precisam nem procurar pq como diria o
padre Quevedo “Isso non ecsiste”.
Realmente não há nem
uma citação de qualquer livro apócrifo, afinal, os deuterocanônicos estão
inseridos entre os livros inspirados. De qualquer forma, respondendo a
pergunta, temos vários exemplos nas escrituras gregas que foram utilizadas
pelos apóstolos.
Se analisarmos o Novo
Testamento, veremos que o uso da septuaginta era grande! O autor da pergunta,
provavelmente não conhece a própria história!
Vamos ver algumas das
citações que fazem referencia aos livros gregos!
TOBIAS
OS SETE
ANJOS
Em Apocalipse lemos que João viu os Sete Anjos que
assistem diante de Deus:
Ap 8,1-2 – Quando,
enfim, abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu cerca de meia hora. Eu vi os
sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram-lhes dadas sete trombetas.
Conhecemos
um desses “sete anjos” no livro de Tobias:
Tb 12,14-15 – Agora o Senhor enviou-me para curar-te e livrar do
demônio Sara, mulher de teu filho. Eu sou o anjo Rafael, um dos sete que
assistimos na presença do Senhor.
NOVA JERUSALÉM
Em
Apocalipse conhecemos a Nova Jerusalém:
Ap 21,2,18-21 – Eu vi descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa,
a nova Jerusalém, como uma esposa ornada para o esposo. O material da muralha
era jaspe, e a cidade ouro puro, semelhante a puro cristal. Os alicerces da
muralha da cidade eram ornados de toda espécie de pedras preciosas: o primeiro
era de jaspe, o segundo de safira, o terceiro de calcedônia, o quarto de
esmeralda, o quinto de sardônica, o sexto de cornalina, o sétimo de crisólito,
o oitavo de berilo, o nono de topázio, o décimo de crisóparo, o undécimo de
jacinto e o duodécimo de ametista. Cada uma das doze portas era feita de uma só
pérola e a avenida da cidade era de ouro, transparente como cristal.
Profeticamente lemos o mesmo relato
da Nova Jerusalém na obra de Tobias:
Tb 13,1,19-23 – Tobit tomou, então, a palavra e, num transporte de
alegria, escreveu esta prece: Sois grande, Senhor, na eternidade, vosso reino
estende-se há todos os séculos. Ó minha alma, bendize ao Senhor, porque o
Senhor, nosso Deus, livrou Jerusalém de todas as suas tribulações. Feliz serei,
se ficar um homem de minha raça para ver o esplendor de Jerusalém: suas portas
serão reconstruídas com safiras e esmeraldas, seus muros serão inteiramente de
pedras preciosas, Suas praças serão pavimentadas de mosaicos e rubis, e em suas
ruas cantarão: Aleluia! Bendito seja Deus que te restituiu tal esplendor! Que
ele reine sobre ti eternamente!
JUDITE
O
EXTERMINADOR
Na primeira epístola aos Coríntios, lemos que o
apostolo Paulo faz uso do livre de Judite para descrever as mortes dos Hebreus
no tempo de Moisés.
I Cor 10,9-11 –
Nem tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e
pereceram mordidos pelas serpentes. Nem murmureis, como murmuraram alguns
deles, e foram mortos pelo exterminador. Todas estas desgraças lhes
aconteceram para nosso exemplo; foram escritas para advertência nossa, para nós
que tocamos o final dos tempos.
Aqui Paulo retrata o episódio que muitos morreriam
pelas picadas das serpentes, entretanto, algo curioso nos chama a atenção nesta
passagem: alguns foram mortos pelo exterminados. O amigo protestante pode verificar
em todos os seus livros e verá que não encontrará qualquer respaldo bíblico que
afirme essa morte e alguém sabe o motivo?
Simples! Essa afirmação encontra-se apenas no livro de
Judite, onde Paulo fazia seu uso.
Jud 8,23-25 –
Assim
Isaac, assim Jacó, assim Moisés, e todos os que agradaram a Deus permaneceram
fiéis apesar das muitas tribulações. Aqueles, porém, que não aceitaram essas
provações no temor ao Senhor e se impacientaram, murmurando contra ele, foram feridos
pelo Exterminador e pereceram pelas serpentes.
I MACABEUS
TARDARÁS EM FAZER JUSTIÇA?
Ao lermos o capítulo
seis do livro do Apocalipse, vemos que as almas clamam a Deus por justiça
contra os habitantes da terra:
Ap 6,10 – E
clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o
Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os
habitantes da terra?
Vemos essa influencia
literária nos escritos de João, ao lermos primeira Macabeus, quando os Judeus
clamaram a rei por essa “vingança”:
I Mc 6,22 – e correram ao
rei para lhe dizer: Até quando deixarás de fazer justiça e vingar nossos
irmãos?
II
MACABEUS
MELHOR RESSURREIÇÃO
Leia
o capítulo 11 da epístola aos Hebreus. Provavelmente você chegara a seguinte
conclusão: O escritor queria retratar os heróis e patriarcas da fé que haviam
trilhado um caminho anterior ao nosso e que com o advento de Cristo, tiveram a
graça de assim como nós, ter a conclusão de suas promessas. Entre os mais
variados relatos (Abel, Enoque, Noé,
Sara, Abraão, Moisés, etc) encontramos um versículo que nos chama a
atenção:
Hb 11,35 – As mulheres
receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando
o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição. E outros experimentaram escárnios e açoites, e até
cadeias e prisões.
Quem seriam estes que foram
torturados? Quem seriam estas misteriosas pessoas que se deixaram padecer por
uma ressurreição digna? Aqui, vemos mais uma vez os livros deuterocanônicos
sendo utilizados pelos escritores do novo testamento. Esses mártires são
encontrados no II livro de Macabeus, assim como segue a escritura inspirada:
II Mc 7,1,9-10, 13-14 – Havia também
sete irmãos que foram um dia presos com sua mãe, e que o rei por meio de golpes
de azorrage e de nervos de boi, quis coagir a comerem a proibida carne de
porco. Prestes a dar o último suspiro, disse ele: Maldito, tu nos arrebatas a
vida presente, mas o Rei do universo nos ressuscitará para a vida eterna, se
morrermos por fidelidade às suas leis. Após este, torturaram o terceiro.
Reclamada a língua, ele a apresentou logo, e estendeu as mãos corajosamente. Morto este,
aplicaram os mesmos suplícios ao quarto, e este disse, quando estava a ponto de
expirar: É uma sorte desejável perecer pela mão humana com a esperança de que
Deus nos ressuscite; mas, para ti, certamente não haverá ressurreição para a
vida.
SABEDORIA
PROFECIA DA MORTE DE CRISTO
No
livro da Sabedoria, encontramos (assim como em Isaias) uma profecia a respeito
da morte de Jesus. Relato idêntico é encontrado somente nos evangelhos. Vejam
como um livro chamado de “apócrifo” pelos protestantes já proclamava a forma
como o filho de Deus deveria padecer perante os homens.
Sb 2,13-20 - Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! Sua existência é uma censura às nossas ideias; basta sua vista para nos importunar. Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua mote, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir.
Sb 2,13-20 - Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! Sua existência é uma censura às nossas ideias; basta sua vista para nos importunar. Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua mote, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir.
Assim
está escrito no evangelho de Lucas:
Lc 23,35,37-39 – E o povo estava olhando. E também os
príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se
este é o Cristo, o escolhido de Deus. E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus,
salva-te a ti mesmo. E também por cima dele, estava um título, escrito em
letras gregas, romanas, e hebraicas: ESTE É O REI DOS JUDEUS. E um dos
malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo,
salva-te a ti mesmo, e a nós.
ECLESIÁSTICO
No
evangelho de Lucas, Jesus narra uma parábola do homem que enriquece, mas como o
tempo passa, não usufrui daquilo que conquistou, sendo rico para si próprio e
não para Deus. Tudo indica que Cristo tenha pensado em um relato do livro de
Eclesiástico para comparar essa situação.
Vejamos:
Lc 12,16-21 E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um
homem rico tinha produzido com abundância; E
arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus
frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei
os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas
novidades e os meus bens; E direi a minha
alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe
e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é
rico para com Deus.
Eclo 1,18-20 – Há homem que enriquece, vivendo com economia, e a única
recompensa que dela usufrui é a de poder dizer: Achei o repouso, vou agora
desfrutar meus haveres sozinho. E ele não considera que o tempo passa, que vem
a morte, e que, ao morrer, tudo deixará para os outros.
Fica
a pergunta para o autor das questões: Qual a base de vocês para pensar que
Cristo não utilizou a septuaginta?
BARUC
Baruc foi provavelmente
o secretário de Jeremias e conforme vimos na questão dez, à própria obra de
Jeremias confirma a inspiração do livro:
Jr 36,1-4 – Sucedeu,
pois, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, que veio esta
palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: Toma o rolo de um livro, e
escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de
todas as nações, desde o dia em que eu te falei, desde os dias de Josias até ao
dia de hoje. Porventura ouvirão os da casa de Judá todo o mal que eu intento
fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a
sua maldade e o seu pecado. Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; E ESCREVEU BARUC DA BOCA DE
JEREMIAS no rolo de um livro todas as palavras do SENHOR, que ele lhe tinha
falado.
Br 1,1 – Eis o texto do
livro escrito por Baruc, filho de
Nérias, filho de Maasias, filho de Sedecias, filho de Sedei, filho de
Helcias, em Babilônia.
Sua utilização no novo testamento se da através do evangelho
de Mateus que narra o banquete escatológico que será promovido por Deus no
reino dos céus, assim está escrito em Baruc:
Br 4,37 – Olha! Eis
que voltam os filhos que viras partir. Chegam do oriente e do ocidente, à voz
do Altíssimo, repletos da alegria que lhes dá a glória de Deus.
Em Mateus, vemos mais uma vez essa confirmação, que já havia
sido relatada por Baruc:
Mt 8,11 – Por isso, eu vos declaro que
multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com
Abraão, Isaac e Jacó.
34)- Por que Jesus e os apóstolos, mesmo conhecendo
os livros apócrifos não cita os apócrifos como Escrituras canônicas nem uma
única vez; nem discordarem do Canon hebraico?
Exaustivamente respondido
na questão 33.
Alias, quem disse que
Cristo deveria discordar do Cânon Hebraico? E outra, é nítido que Jesus usava
sim a septuaginta, basta ler o evangelho de Mateus, onde Ele diz:
Mt 21,16 – E
disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela
boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?
Pegue agora uma bíblia
traduzida do Hebraico (João Ferreira de Almeida) abra no Salmo 8.2 e veja como
está a tradução, talvez você estranhe, porque Jesus fazendo referencia a está
passagem, parece não citar de acordo com a escritura, vejam:
Sl 8,2 – Tu
ordenaste força da boca das crianças e dos que mamam, por causa dos teus
inimigos, para fazer calar ao inimigo e ao vingador.
Aqui, a referencia do texto
hebraico menciona que “Tu ordenaste força
da boca das crianças”, entretanto, Cristo disse somente “pela boca” e sabem
por quê? Simples, Jesus usava a septuaginta (versão grega), leia esse salmo na
luz dos escritos traduzidos para o grego:
Sl 8,3
– Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos
adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos.
Percebem como o uso da septuaginta
que contém os livros deuterocanônicos já era amplamente usado na época de
Cristo e por Cristo? Uma pequena análise já reflete essa verdade! De qualquer forma, a própria Sociedade Bíblica Brasileira (SBB) descreve
que esses livros constavam nos escritos que estiveram em posse de Cristo e dos
apóstolos:
SBB 2007 – “Está foi à primeira tradução. Realizada por
70 sábios. Ela contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica, pois
não estavam incluídos quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento
foi estabelecido por exegetas israelitas no final do Século I d.C. A Igreja
primitiva geralmente INCLUÍA TAIS LIVROS em sua Bíblia (...). Essa tradução do
Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de TODAS as regiões do
mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços empreendidos
pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamento de
Deus”.
35)- Por que Paulo citou filosofos gregos como
Arato(Atos 17.28), Menandro(1 Coríntios 15.33), Epimênides(Tito 1.12) mas em
parte alguma citou os livros apócrifos?
E qual a
obrigatoriedade de Paulo em ter que citar os livros da septuaginta só porque
citou filósofos gregos?
E desde quando isso é
argumento?
Oras, se fosse assim,
teríamos que desconsiderar a epístola de Judas porque cita um livro apócrifo
(Assunção de Moisés) onde menciona o possível destino do corpo de Moisés?
Jd 1,9 – Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e
disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição
contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.
36)-porque até o século VII os maiores doutores da
Igreja não reconheciam estes livros, e assim foi até Trento, vários papas não
os reconheceram?
Que mentirinha mais sem vergonha em
meu amigo?
Até o século VII? Como assim? Vários
papas? Quantos mais ou menos?
Como já disse em outras ocasiões, foi
a Igreja como um corpo que oficializou os livros da escritura sagrada.
Se analisarmos ISOLADAMENTE os padres da Igreja, veremos que em momentos, alguns possuíam a MESMA opinião e em outros casos divergiam. A comunidade católica,
unida do seu corpo apostólico, definiu através dos concílios o que de fato
deveria ser aceito para os cristãos.
Não adianta, os protestantes querem usar uma história que NÃO É DELES! Posso citar um padre antigo que tinha os
deuterocanônicos como leitura edificante, assim como posso citar outros que os
aceitavam como inspirados!
Não foram opiniões separadas que
definiram o que temos e sim, todos que chegaram a um consenso. Vejamos os padres
abaixo e suas crenças a respeito das obras bíblicas:
Melitão de Sardes (170) – Em seus escritos aceita Sabedoria e não indica Ester como livro
canônico;
Irineu de Lião (180) – Em sua obra “Contra as Heresias”, livro III, 21.1.2.3, escreve que
antes de Cristo as escrituras foram traduzidas para o grego com os 70 sábios e relata
que os apóstolos utilizaram essa versão.
Orígenes de Alexandria (254) – Em seus escritos aceita os trechos de Daniel,
Eclesiástico, Sabedoria, Tobias, Macabeus, Baruc;
Cirilo de Jerusalém (350) – Em seus escritos aceita Baruc e cita outros livros gregos como
Sabedoria e alguns trechos de Daniel;
Hilário de Poitiers (360) – Em seus escritos aceita Baruc, Tobias e Judite e cita outros livros
gregos como Macabeus e Sabedoria;
Atanásio (367)
– Em seus escritos aceita Baruc e chama os livros de Sabedoria, Ester, Judite e
Tobias de instruções na palavra de piedade;
Gregório de Nazianzo (380) – Em seus escritos aceita Baruc, entretanto não faz
menção ao livro do Apocalipse e Ester;
Anfilóquio de Icônio (380) – Em seus escritos aceita Baruc e não tinha certeza se
Ester, Hebreus e Apocalipse seriam obras inspiradas;
Epifânio de Salamina (403) – Em seus escritos aceita Baruc, Sabedoria e
Eclesiástico e cita outros livros gregos como I Macabeus;
São Jerônimo (420) – A princípio apresenta um discurso duro contra os deuterocanônicos,
mas é um dos santos que mais os cita em suas obras;
Rufino de Aquiléia (400) – Em seus escritos aceita Baruc e cita outros livros como Sabedoria e
Eclesiástico. Em sua obra “Exposição do Grego”, chama os outros livros de não
canônicos, mas sim, eclesiásticos, sendo eles Tobias, Judite e Macabeus;
Papa Inocêncio (405) – Aceita todos os livros deuterocanônicos;
Decreto de Gelásio (492) – Aceita todos os livros deuterocanônicos;
Relatório de Junílio (550) – Aceita todos os livros deuterocanônicos;
Cassiodório (560) – Aceita todos os livros deuterocanônicos;
Isidoro de Sevilha (625) – Aceita todos os livros deuterocanônicos;
Coloquei aqui apenas alguns exemplos
do quanto era disputada essa questão do cânon bíblico, a diferença é que para
todos, a Igreja é que definiu o que de fato deveria ser acreditado.
O problema protestante é que para eles, opiniões individuais são tidas com total louvor, contanto que seja de acordo com o que eles pensam. Esquecem-se de que o corpo de Cristo não é formado de um único argumento e sim de uma base sólida para tal e aqui é onde entra a unidade da fé que confirmou o que todos deveriam ter como escritura inspirada.
Temos também o exemplo dos próprios
concílios anteriores ao século VII que ora deram alguma lista dos livros, ora
citaram as escrituras deuterocanônicas em algum cânone, vejamos:
Laodiceia (Regional / 363) – Aceitava o livro de Baruc;
Hipona (Regional / 393) – Aceita todos os sete livros;
Cartago III (Regional / 397) – Aceita todos os sete livros;
Cartago IV (Regional / 419) – Aceita todos os sete livros;
Éfeso (Ecumênico / 431) – Na carta do Concílio, enviada ao sínodo de Panfilia, os Bispos
comentaram o seguinte dizer: “Porquanto a ESCRITURA DIVINAMENTE INSPIRADA DIZ:
‘Nada farei sem reflexão (Eclesiástico 32.24) é especialmente o seu dever que
tiver o ministério sacerdotal reservado, examinar com toda diligência’ (A carta
do Santo Sínodo de Sagrado da Panfilia quando Eustáquio foi seu Metropolita)”.
Trullo (Regional / 692) – Confirma os
cânones dos concílios de Cartago, isto é, o concílio regional que confirmava os
deuterocanônicos.
Outros exemplos também são encontrados
em manuscritos ou em bibliotecas antigas que nos concedem uma visão histórica
que afirma aquilo que cremos ou que pelo menos se aproximam dos escritos que
possuímos:
Lista de Cheltenham ou Mommsen (360) – Aceita todos os sete livros do antigo testamento;
Cânones Apostólicos (380) – Aceita três livros dos Macabeus, Judite e Eclesiástico. O apocalipse
é omitido. As epístolas de Clemente são tidas como canônicas.
Codex Claromontanus (400) – Aceita todos os sete livros, entretanto na lista não se encontram
obras como as epístolas aos Hebreus, Filipenses e I e II Tessalonicenses.
Ainda temos como prova cabal contra a
afirmação protestante o “Codex Sinaiticus” que é datado do século IV e contem
vários livros da septuaginta. Segue o link para verificação:
Outra coisa que o criador das questões
parece desconhecer é o fato de que livros como Eclesiástico até o século IV era
citado no Talmude judaico e obras como “Eclesiastes” ainda estavam em disputa
quanto à canonicidade:
Yaddym III, 05:
“Foi dito na assembleia dos sábios: Todas
as escrituras sagradas contaminam as mãos, logo, Cantares e Eclesiastes contaminam
as mãos. Rabi Judas, no entanto, respondeu: ‘Cantares certamente contamina as
mãos, mas Eclesiastes é disputado’. Rabi Akiba respondeu: ‘Não pode haver
dúvida sobre Cantares. É indubitável que ele contamina as mãos, portanto, se
há alguma dúvida é sobre o Eclesiastes’”.
O termo “contaminar as mãos”, designa
toda escritura inspirada. Aquela que “não contamina”, essa era posto a prova e
como podemos ver, o próprio livro de Eclesiastes era disputado. Agora fica a
minha dúvida: será que o colega foi honesto ao dizer que até o século VII esses
livros não eram reconhecidos se nem o próprio judaísmo tinha uniformidade nas
opiniões?
Me respondam essas perguntas amigos, ai vcs terão
respaldo para criticar nossa posição, mas vou logo avisando, preferimos ficar
com a companhia dos judeus, de Jesus, dos apóstolos, e dos principais pais da
Igreja dos primeiros séculos, do que com a ICAR ou qualquer outra igreja. Pois
com isso eu concluo irrefutavelmente que não são os católicos que seguem a
verdadeira tradição, somos nós que seguimos a tradição apostolica, o maximo que
vcs podem se apoiar são em traições apostolicas, mas não tradição, nem tradição
e nem escritura...... agora reflita sobre isso! ok?
Autor: E.Freire
Estão respondidas amigo “Freire”. Para
mim não é novidade que vocês fiquem com os judeus. Eles renegaram a Cristo,
assim como vocês renegam a Igreja, instituída por esse Jesus.
É um paralelo interessante a se
pensar. Eles (Judeus) rejeitaram, vocês também.
Enfim, finalizando esse longo texto,
apenas digo que nossa tradição meu camarada não está sujeita a conceitos
separados, como é comum nas comunidades protestante e sim nas decisões oficias
que a Igreja tem em conjunto de todo o seu colegiado apostólico.
Se vocês aprendessem isso, talvez um
dia entenderiam que não basta citar opiniões separadas dos padres e sim, entender
o que a Igreja, em sua análise pensou para todas elas. Sendo assim, fique com
sua conclusão “irrefutável” (sic) (em alguns momentos “copiada”) que na
verdade, não é tão irrefutável assim.
Ou melhor, continue seguindo as ideias
de Lutero que acreditava que tinha o “poder” sobre as escrituras:
Prefácio da Tradução Alemã de S. Tiago e S. Judas – “Afirmo
a minha própria opinião sobre isso, embora sem prejuízo para ninguém, eu não
considero como uma escrita de um apóstolo, e as minhas razões seguem. Em
primeiro lugar, é terminantemente contra São Paulo e todo o resto da escritura
em atribuir a justificação às obras”.
Abraços fraternos;
Érick Gomes.
TEXTOS, ARTIGOS E LIVROS UTILIZADOS NESsA REFUTAÇÃO;
- BÍBLIA CATÓLICA ONLINE;
- BÍBLIA DE JERUSALÉM;
- MANUAL DE DEFESA DOS LIVROS DEUTEROCANÔNICOS, RAFAEL RODRIGUES, 2012;
- EUSÉBIO DE CESARÉIA, HISTÓRIA ECLESIÁSTICA, PAULUS;
- APOLOGISTAS CATÓLICOS (CITAÇÕES PATRÍSTICAS);
- VERITATIS SPLENDOR (CONSULTAS).
Muito obrigado! Tirou as minhas duvidas e respondeu muito bem!
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